terça-feira, 17 de julho de 2012

ESTUDO DO DIA 22/07 – AUTO-REALIZAÇÃO DO ADOLESCENTE ATRAVÉS DO AMOR

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 22/07:
Tema: AUTO-REALIZAÇÃO DO ADOLESCENTE ATRAVÉS DO AMOR

O amor é sempre o alimento essencial da vida. Em todos os períodos da existência física e espiritual da criatura humana, constitui o estímulo e a sustentação dos objetivos enobrecedores, facultando alegria e propondo metas elevadas para serem alcançadas.
Na infância e na adolescência, representa o mais valioso veículo de auxílio ao desenvolvimento do ser em formação. O seu poderoso elã dá à vida significado e, nesse período inicial da existência planetária, é responsável pelo equilíbrio do desenvolvimento emocional e vital.
Embora se saiba que num corpo jovem encontrase um Espírito amadurecido ou iniciante nas atividades da evolução, em cada reencarnação o adormecimento das suas potencialidades psíquicas e emocionais facultalhe o desabrochar do Deus interno que nele jaz, bem como dos inesgotáveis recursos que procedem do Criador e devem encontrar campo para desenvolvimento.
Graças ao amor presente ou ausente na infância e na juventude, os futuros cidadãos responderão aos desafios existenciais, tornandose construtores do bem ou perturbadores da ordem, porquanto o caráter é construído com a afetividade que amadurece, auxiliando a área do discernimento intelectual para o que é certo, deixando à margem o que é incorreto. Essa capacidade de distinguir o que se deve ou não fazer, é decorrência natural da capacidade intelectomoral. A mente apresenta os opostos e os define, mas o sentimento elege aquele ideal que deve ser vivenciado. Portanto, o amor é força dinâmica da vida a serviço do equilíbrio universal, e não terá sido por outra razão que o Apóstolo João afirmou que Deus é amor.
Quando se ama, adquirese compreensão da vida e se amadurece, desenvolvendo o sentido de crescimento fraternal e de solidariedade. Quando porém se deseja ser amado apenas, então se permanece em infância espiritual, com atraso psicológico na área da emoção, que não discerne os deveres a serem atendidos, exigindose direitos aos quais não faz jus. A experiência, portanto, do amor, é relevante no processo da evolução de todos os seres, especialmente o humano. O amor aquece o coração e enriquece a vida, favorecendo com uma visão otimista, que transforma o deserto em jardim e o pântano em pomar.
O adolescente sabe receber o amor, no entanto, pela falta natural de amadurecimento emocional, nem sempre sabe direcionálo, mesmo que o sinta, em razão da dificuldade de distinguir o que se trata de sensação, de desejo sexual, de admiração e arrebatamento, do verdadeiro sentimento de afetividade sem exigência, sem agradecimento, sem dependência.
Não é uma peculiaridade apenas do jovem, mas de muitas criaturas que avançaram na faixa etária, mas não saíram da infância emocional.
Lentamente, os sentimentos se vão definindo no adolescente e ele passa, através da socialização, a perceber o que lhe agrada aos sentidos e aquilo que lhe embeleza a emoção, dandolhe firmeza nas decisões, interesse nas definições e eleição nos postulados que abraça, incluindo as pessoas que o cercam, que constituem os grupos nos quais se movimenta.
Há inúmeras motivações para o amor, que atraem o jovem necessitado de compreensão e de paciência, até o momento em que possa definir os rumos e atividades a desenvolver, de forma a fixar as propostas do sentimento no íntimo, sem perturbação nem ansiedade.
Os exemplos de abnegação na família, de desinteresse imediato quando se ama, de dedicação aos valores de enobrecimento, aos esforços pela conquista dos patamares elevados da nobreza e do caráter, constituem emulação para o jovem resolverse pela faculdade de amar, ao invés de hipertrofiar esse sentimento nas baixas aspirações dos desejos infrenes e apaixonados que geram dificuldades e escravidão.

O adolescente tem necessidade de ser aceito pelo grupo de companheiros, falarlhe o mesmo idioma, adotar os mesmos hábitos, participar dos mesmos desportos, empreender as mesmas marchas, partilhar os mesmos valores, as metas idênticas. Esse apelo surge naturalmente e ele é impelido ao meio social quase que por instinto. Se for seguro emocionalmente, terá facilidade de adaptação sem que sofra a influência determinante do conjunto, podendo selecionar aquilo que lhe interessa, deixando de lado o que se lhe apresente como destituído de valor. Se, todavia, sentese desamado, preterido no lar, prendese ao novo clã, assumindo uma identidade desconfiada, agressiva e violenta. Noutras vezes, por timidez, pode evitar a socialização e afastarse, alienandose.
Quando vitalizado pelo amor da família, tem facilidade de exteriorizar o mesmo sentimento, tornandose membro ativo e de significação no grupo, face à empatia que desperta e provoca nos demais. Nessa fase, surgelhe o que se denomina estágio operacional formal, no qual começa a pensar abstratamente, a formular raciocínios em torno do que poderá ser, ao invés de apenas estar como se apresenta. Surge também o perigo do egocentrismo, quando o adolescente começa a contestar os valores dos pais, da família, da sociedade, tornandose crítico contumaz de tudo quanto observa. Amadurecendo, passa para o desenvolvimento cognitivo, que faculta a instalação do amor, que definirá os rumos da sua identidade social e pessoal. O amor ajudao a tornarse independente da família, isto é, a ter sua própria visão do mundo e dos valores humanos, a conceituar pessoas e regimes, estabelecendo as próprias diretrizes de comportamento. Porque não se trata de um ato de rebeldia, mas de crescimento, o amor se lhe desenvolve enriquecedor, permitindolhe a descoberta dos objetivos da vida e os meios para alcançálos, no que se empenha com afã, atendendo aos estímulos que lhe brotam do mundo interior, das tendências que o acompanham desde a reencarnação anterior, impelindoo para o triunfo sobre as imperfeições que lhe afeiam a conduta, enquanto descobre os altiplanos felizes do bemestar emocional, social e espiritual.
A carreira elegida passa a adquirir uma significação relevante, não importando se ela é representativa na sociedade ou não, valorizada pela dedicação a que se entrega, por compreender que é membro ativo do conjunto e não pode falhar, porque isso implicaria em desorganização do meio onde vive.
Sentimentos antes não experimentados de ternura e de devoção brotam no adolescente, que se sente atraído para os ideais mais expressivos da humanidade: política, religião, esportes, ciência, tecnologia, artes... E ao eleger aquele a que se vai dedicar, o faz com ardor e motivação que o engrandecem, e o definem como um homem ou uma mulher de bem, candidatos ambos à renovação da sociedade.
A decisão do adolescente pelos propósitos de elevação da sociedade cria no seu grupo de companheiros uma aceitação irrestrita, porque todos preferem aqueles que são alegres, joviais, cordatos, idealistas, que ofereçam alguma contribuição para os demais, o que somente o amor pode proporcionar. As dificuldades no relacionamento infantil e juvenil propõem cidadãos, no futuro, inquietos, delinquentes, com sérios distúrbios no ajustamento sexual e noutras formas de comportamento, como efeito da falta de amor neles mesmos e nos demais que os não atenderem convenientemente no lar, na escola, no clã de origem, em razão do seu temperamento instável e desagradável ou motivo outro qualquer...
O amor, na adolescência, é o grande definidor de rumos para toda a existência e o único tesouro que autoplenifica, auto-realiza, modelando uma vida saudável.

Fonte de Pesquisa: Franco, Divaldo P., pelo espírito Joana de Angelis. Adolescência e Vida. Disponível em  http://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L102.pdf. Capturado em 17/07/2012.  

terça-feira, 10 de julho de 2012

ESTUDO DO DIA 15/07 – INFÂNCIA – MELHOR PERÍODO PARA EDUCAR

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 15/07:
Tema: INFÂNCIA – MELHOR PERÍODO PARA EDUCAR
Escrevendo sobre “O porquê da infância”, no livro A Educação Segundo o Espiritismo, Dora Incontri esclarece: “É preciso entender a função própria do período infantil, para se poder avaliá-lo com justeza. Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez? A função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não fosse internado num corpo infantil.
Através desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais integral; pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem universal.
Mas a principal finalidade do Espírito nascer criança outra vez é a de ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semi-inconsciência do Espírito encarnado num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão neutralizadas: ele está mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as influências- se lhe forem dados bons estímulos, sua assimilação poderá ajudá-lo imensamente em seu progresso espiritual. Assim também uma influência negativa, transmitida pela educação, pode complicar muito seu futuro espiritual – mas, nesse caso, a responsabilidade moral recairá mais sobre aqueles que foram encarregados de sua educação e falharam nesta tarefa.
Assim, é preciso ser criança de novo, a cada nova encarnação, para que, aliviados momentaneamente das nossas cargas de memória, possamos ser educados e nos educarmos, e com isso darmos alguns passos adiante no caminho infinito da evolução. Prossegue didática: “na infância o Espírito está na posse do melhor de si mesmo, de sua capacidade de amar, de seu desejo de aprender, de sua sinceridade natural. Enquanto os vícios passados dormem no subconsciente, a alma pode dar expansão à sua divindade interior e por isso uma criança, saudável e natural, é sempre um bálsamo para o adulto, já calejado nas dissimulações sociais, envolvido na luta aspérrima da sobrevivência na Terra...
Outro autor espírita, Joamar Zanolini Nazareth, em sua obra Um Desafio Chamado Família, nos alerta também sobre a importância da educação e da evangelização na infância: “Desvendamos, assim, a principal finalidade da infância para o espírito: a EDUCAÇÃO.
Os filhos nesta fase estão mais dóceis e maleáveis às impressões que recebem dos pais; estão aptos a receberem ensinamentos verbais e práticos e estão mais próximos dos exemplos recebidos no lar, onde atuam como uma “chapa fotográfica” muito sensível, captando tudo o que acontece no ambiente doméstico”. Cita no mesmo livro a resposta da Espiritualidade a Kardec que resume a utilidade da infância: “O espírito, encarnando-se para aperfeiçoar-se, é mais acessível, durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação”. Descreve a seguir alguns aspectos sobre a importância da evangelização da criança: “Têm a escola de evangelização infantil por objetivo instruir a criança com os princípios da Doutrina Espírita, que é a revivescência do evangelho do Cristo. A importância da educação moral pelo ensino doutrinário, que será aquela efetuada através da palavra, do ensino voltado para a instrução moral, já se encontra evidenciada desde Allan Kardec. Assim, estaremos preparando a alma infantil para enfrentar as lutas e desafios das provas que a aguarda na Terra, levando no coração os instrumentos capazes de a auxiliarem na defesa dos princípios mais elevados do sentimento.
Chico Xavier afirma-nos também sobre a impossibilidade de renovação do planeta, sem darmos à criança de hoje o embasamento evangélico: “Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da Humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã”.
Assim, a Escola Espírita de Evangelização fornece a instrução, porém, acima de tudo, recursos objetivos para a formação moral levando as verdades e esclarecimentos que ajudarão seu espírito a melhor aproveitar a existência física.
Agnes Henriques, em seu livro Mediunidade em Crianças, recomenda a participação dos pais na evangelização dos filhos:
“Entretanto, levar uma criança para um Centro Espírita para iniciar a formação religiosa, de nada adianta se a família não assumir a parte de responsabilidade que cabe principalmente a ela nessa questão. O primeiro núcleo de educação é o lar, de onde devem partir os exemplos a serem seguidos por nossas crianças em sua caminhada.
Um pai ou uma mãe que se recusa a atender um telefonema, mandando alguém dizer, geralmente os próprios filhos, que não está, deixa nessa atitude leviana e corriqueira de um pequena mentira, um exemplo que ensejará mais tarde, talvez, grandes dissimulações por parte dos próprios filhos. Os pais que não se preocupam com a sua formação moral e religiosa, e cuja conduta no lar não tem diretrizes ético-morais, estarão deixando exemplos que fatalmente irão corromper a personalidade de seus filhos. O esforço que se faz para desvincular de velhos costumes, a prática sincera no bem, a conduta correta é que são as diretrizes seguras a serem propagadas pelos pais e espelhadas pelos filhos.
Acompanhar os pequenos em todas as ocasiões e cuidar para que, além de provê-los da parte material, os pais possam estar também fornecendo os subsídios necessários ao aprimoramento moral, favorável para que a prática evangélica do “Amai-vos uns aos outros” se estabeleça no lar em toda a sua plenitude.
Conclui com muita propriedade Joamar Nazareth no capítulo “Responsabilidade dos Pais em conduzir seus filhos à evangelização”:
“Há pais que não levam seus filhos à Casa Espírita sob a desculpa de que elas é que deverão decidir, quando crescerem, qual ambiente religioso freqüentar. Isto reflete a atitude de pais espíritas equivocados e ignorantes quanto à necessidade de aproveitar a fase infantil para a sementeira de valores cristãos. Os filhos poderão exercer seu direito de escolha à medida que o  tempo passe e eles cresçam e amadureçam. Inicialmente, compete aos pais, fiéis depositários de seus filhos na Terra, escolher o melhor, decidindo por eles até que tenham condições de fazê-lo”.
Emmanuel alerta-nos contra o pretexto de liberdade da criança escolher: “Os pais espiritualistas devem compreender que qualquer indiferença neste particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo e à ausência de amor à verdade”.


Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras). Guia Útil dos Pais – Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 89 a 92p.