sábado, 26 de julho de 2014

TEXTOS PARA ESTUDO DOMINGO DIA 27 DE JULHO DE 2014

UM DESAFIO CHAMADO ADOÇÃO

Enviado em 17 de setembro de 2013 | Publicado por Rádio Boa Nova

Adotar uma criança. Muitas pessoas têm dúvidas e preconceitos no momento de tomar esta decisão. Atualmente, existem 5.471 crianças e adolescentes cadastradas para adoção no CNA – Cadastro Nacional de Adoção.
Do número de candidatos dispostos a adoção, o número que tem preferência por crianças brancas é maior daqueles que tem predileção por outras raças. Segundo o CNA, os números são assustadores: 9.474 pessoas preferem brancos contra 1.631 que aceitam pardos ou negros.
A 2ª Vara da Infância e da juventude de Natal, informou no ano de 2009, que 80% dos pedidos de inscrição de pessoas que gostariam de adotar uma criança, é por motivo de infertilidade.
Para interessados o Portal da Adoção informa perfis específicos para adotar uma criança, como por exemplo, se casais homoafetivos podem adotar e o que é necessário para estar apto à adoção.

Família Fraternal: adoção no espiritismo
O Evangelho Segundo o Espiritismo traz a informação que temos duas famílias: a espiritual e a corporal. Na corporal, a que viemos por meio da reencarnação. Nem filhos adotados e nem biológicos são almas estranhas umas às outras. Pais e filhos adotivos também são companheiros, prováveis membros da mesma família espiritual.
No livro Constelações Familiares, de Joanna de Angelis, a adoção é tratada como uma forma de nossas aspirações espirituais, não apenas quando não temos filhos, mas principalmente quando já temos filhos e buscamos outros filhos.
Nestes casos, o desafio está na educação dessas crianças, quando os pais tentam suprir alguma carência que imaginam que a criança possa ter. O médium Divaldo Franco nos alerta para a forma de educar uma criança adotada: “Amar com piedade, não é amor. É um sentimento conflitivo que nós transferimos para anular a culpa. A criança foi rejeitada e nós espíritas sabemos que é um problema de reencarnação. O importante é educá-la para que não fiquem desamparadas no futuro”, encerra ele.

Visão de quem foi adotado:
Cláudio Roberto Palermo é produtor, locutor e palestrante, foi adotado quando tinha meses de idade e traz sua visão de quem foi adotado e dá sua opinião sobre contar para a criança desde sempre:
“É estranho descobrir um dia que você é adotado, no meu caso meus pais só contaram quando eu tinha 20 anos, é como se sua história vivida até aquele momento fosse uma mentira, num primeiro momento vem a raiva por mentirem, num segundo vem uma série de pensamentos tentando explicar a causa de tudo isto.
Saber que sua mãe biológica te largou é a pior das sensações, você fica imaginando as cenas de um bebê sendo gerado, mas sem amor real, sem preocupações normais de um pai e mãe. É algo que você leva interiormente pra sempre. Difícil de ser superado!
Hoje entendo que deve-se falar para a criança desde o início, a verdade é sempre menos impactante quando falada com razão, amor e sensibilidade.”


Fonte: http://radioboanova.com.br/editorial/desafio-chamado-adocao/

Os órfãos

Meus irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais.
 Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio,
 dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício! Agrada a Deus quem estende a mão
 a uma criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que
 muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se
 pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever.
 Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade: não,
 porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão em que
 cai, pois frequentemente bem amargos são os vossos óbolos! Quantas vezes seriam eles
 recusados, se na choupana a enfermidade e a miséria não os estivessem esperando! Dai delicadamente, juntai ao beneficio que fizerdes o mais precioso
 de todos os benefícios: o
 de uma boa palavra, de uma carícia, de um sorriso amistoso.
 Evitai esse ar de proteção, que equivale a revolver a lâmina no coração que sangra e
 considerai que, fazendo o bem, trabalhais por vós mesmos e pelos vossos. - Um Espírito
 familiar. (Paris, 1860.)

Fonte: Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. Brasília: Feb, 1944. 


Ante a orfandade

Boletim SEI

Adriana e Eliel ficaram famosos em Sorocaba (SP), e no restante do país, depois que um gesto muito especial deles ganhou as páginas dos jornais. O casal decidiu adotar, de uma só vez, cinco crianças, filhas da mesma mãe biológica, uma antiga vizinha.
“Eu vi todos esses meninos crescerem, mas a mãe deles se envolveu com um traficante” – conta Adriana, que diz ter ficado de coração partido ao ver as crianças perambulando sem rumo pelo bairro, o que a fez pensar em adoção. Ao saber da ideia, o marido não titubeou.
O processo de adoção demorou cerca de um ano, e, com a guarda definitiva, Adriana, que já tem um filho de 18 anos, e o marido, passaram a dividir a atenção com os mais novos membros da família: Diego, de 15 anos; Eduardo, de 13 anos; Talita, de 9 anos; Leonardo, de 7 anos; e Thainara, de 2 aninhos.
Morando numa casa humilde da periferia da cidade, o casal garante que todos vivem felizes debaixo do mesmo teto e que não passam dificuldades. “Ganhamos cestas básicas e nos ajeitamos na casa pequena. O importante é que eles não foram separados” – arremata ela, que todos os dias serve 25 pães para a família, mais um quilo de feijão, arroz e carne.
As crianças adotadas dizem que hoje estão felizes. “Eu pensei em fugir, se fossem nos entregar para estranhos. Hoje temos comida, roupa e amor” – conta Diego, o mais velho.
“Quero que eles se transformem em pessoas honestas e trabalhadoras” – conclui Adriana.
As informações são da reportagem “Casal adota cinco filhos de uma só vez em Sorocaba”, do UOL Notícias.

                                                                              ***

A respeito do tema, vale lembrar a página “Ante a orfandade”, de Emmanuel, parte do livro “Família” (ed. CEU), psicografado por Chico Xavier:

“Cultivarás a semente nobre que te supre de pão.
Protegerás a árvore respeitável que te assegura a bênção do reconforto.
E plantarás na infância o porvir que te espera.
Recolhe, sim, a criança que chora a ausência do braço paterno ou que se lastima ante a falta do regaço materno que a morte lhe suprimiu.
A dor dos que vagueiam sem rumo é grito de aflição que clama no seio augusto da Eterna Bondade.
Não abandones à orfandade moral os corações pequeninos que o Céu te confia ao apoio à vizinhança.
Não te julgues exonerado do dever de assistir a todos aqueles que, em plena aurora da vida humana, te defrontam a marcha.
Todos eles aguardam-te a palavra de instrução e carinho e a tua demonstração de solidariedade e de amor. Orientam-se por teus passos, guiam-se por teu verbo e atendem por teu chamado.
Agora assimilam-te os gestos e ouvem-te as assertivas e, mais tarde, reconduzir-te-ão a mensagem do exemplo às existências de que se rodeiam.
O mundo de hoje é o retrato fiel dos homens de ontem que no-lo transmitiram com as qualidades e os defeitos de que se nutriam no campo das próprias almas.
A Terra de amanhã será, inelutavelmente, o reflexo de nós mesmos.
Não te comovas tão somente perante o sofrimento que sufoca milhares de pequeninos.
Faze algo.
Começa diante daqueles que o Senhor te localiza junto aos próprios sonhos, no instituto doméstico, para que as tuas esperanças no bem não se resumam à fantasia.
Recorda que os meninos da atualidade estão endereçados à posição de senhores do lar que te acolherá no grande futuro e neles encontrarás a colheita do que houveres semeado, de vez que a lei é sempre a lei multiplicando os bens e os males da vida, conforme a plantação que fizermos, no descaso ou na vigilância, no trabalho ou na preguiça, nos precipícios da sombra ou nas eminências da luz.”
(Extraído de Boletim SEI nº. 2220, de Janeiro/2013 – www.boletimsei.com.br)

Fonte: http://www.seal.org.br/index.php/mp-artigos/11-diversos/1774-ante-a-orfandade

sábado, 5 de julho de 2014

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 06 DE JULHO DE 2013

A CRIANÇA DIANTE DA MORTE

Nenhum tema pode ser tão atual e universal quanto o temor do homem para com a 

morte, por ele nos revelar o nosso despreparo quanto ao nosso auto-conhecimento, processo 

que inevitavelmente faria emergir outros tantos medos que afligem o homem, como o da dor 

e da solidão. Compreender e aceitar a nossa finitude física e a imortalidade da alma deveria 

tornar-se um assunto em pauta não somente na educação formal e espiritual de adultos, mas 

fundamentalmente na formação infantil. 

A questão da origem da vida e da morte sempre esteve presente não somente na 

mente adulta, mas também na infantil e deixá-la desamparada e despreparada, tornaria mais 

difícil a sua caminhada frente às necessárias e naturais “mortes” e “renascimentos” que 

ocorrerão ao longo de sua existência (a perda da infância, a perda de um amor, do vestibular, 

do emprego, de um ente querido, etc.). Toda perda é a “morte” psicológica ou real de algo 

ou alguém e, ao passarmos por ela sejamos nós, adultos, ou as crianças, sofremos as mesmas 

fases reativas (também chamadas de fases do “luto”), tais como: a negação ou a indignação 

diante da iminente ou comprovada perda; os acessos de raiva ou inconformação; o desespero 

na busca de saídas/desculpas mágicas ou tentativas de reversão do quadro; a depressão, o 

sentimento de culpa e fracasso e, finalmente, a parcial ou plena aceitação, também chamada 

“transcendência”. Preparar-se para reconhecer essas fases, seus significados e finalmente, 

transcendê-las, em muito ajudarão ao processamento do luto de forma gradual e menos 

Pensar e falar de morte nunca foi um tema mórbido, e o é somente para aqueles que 

ainda não absorveram o seu real sentido e não crêem na pluralidade das existências. Esse 

despreparo ou resistência só vem a tornar mais doloroso o período que o sucede, o qual 

já citamos e chamamos de “luto”, dificultando o seu desenvolvimento sadio e as lições 

espirituais que dele poderíamos absorver. Sabiamente tem-se dito que quem não teme a morte 

não teme as dificuldades da vida, sendo o inverso igualmente verdadeiro. Ao aprendermos 

a nos preparar com serenidade para a morte ou para as possíveis perdas, sejam estas as 

nossas, as de quem amamos ou a que estamos apegados, aprenderemos a valorizar a vida, 

redimensionando nossa visão das coisas, pessoas e fatos à nossa volta, dando o real valor que 

devem possuir em nossas vidas. Com certeza viveremos e amaremos melhor.

Privar as crianças dessas verdades seria o mesmo que mentir para elas, revelando 

nossas fraquezas e medos. Desde cedo, de forma adequada ao seu nível de compreensão, ela 

deverá reconhecer a inevitabilidade da morte e suas conseqüências, e que ela não se trata de 

uma terrível ameaça, mas de um fenômeno de mutação natural à nossa evolução. Ocultar a 

verdade ou mentir à criança, além de adiar e acrescer sofrimentos futuros, subestimam sua 

capacidade de percepção do mundo, fazendo-a sentir-se enganada ou considerada ingênua, 

causando-lhe um profundo sentimento de solidão e insegurança com relação aos que a 

Todo ser humano, ao deparar-se com a dor da perda e da separação, não se permitindo 

“processá-la” de forma equilibrada, pode vir a transmutá-la em enfermidades físicas, mentais 

e espirituais, e na criança não é diferente. O processo de “luto” saudavelmente finalizado 

permite ao ser que sofre a compreensão e internalização definitiva da perda, cedendo o espaço 

disponível para outras relações e aquisições necessárias. 

Algumas pessoas argumentam que as crianças não possuem capacidade para apreender 

o real sentido da morte. Em parte têm razão, dado sua imaturidade psico-fisiológica, mas isso 

não lhes tira a capacidade de apreendê-lo de forma gradual e adequada à sua possibilidade 

perceptiva. Pesquisas realizadas por estudiosos na área demonstram que quanto maior número 

de informações possam obter, melhor apreendem o seu sentido. Até os cinco anos a criança 

ainda não percebe a morte como definitiva e irreversível, podendo esta se encontrar associada 

ao conceito de sono ou de separação. Essa noção de reversibilidade da morte pode explicar o 

Fonte: BARRRETO, E. F. P.; CARNEIRO, T. M. F. (organizadoras) Guia útil dos pais: Uma Abordagem 

Educacional Espírita. 2a Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004.

comportamento defensivo de crianças suicidas, podendo haver uma ligação entre o suicídio 

infantil e o conceito imaturo e distorcido da morte. Entre os cinco e os nove anos, a morte já 

é percebida como irreversível, mas não universal. A partir dos nove anos a morte é encarada 

como cessação de atividades com características universais e irreversíveis (esses dados podem 

sofrer variação segundo a individualidade de cada criança). 

Em contrapartida, é importante lembrar que falar a verdade a respeito da morte 

não significa uma exposição ostensiva à mesma. Os diálogos fraternos, sistemáticos e 

adequados à sua compreensão em certo possibilitarão o acesso a essas informações de forma 

menos traumática. Por exemplo, levar uma criança a funerais ou qualquer tipo de ritual 

fúnebre só deverá ocorrer com a sua expressão de aceitação e plena vontade, respeitando-
se seus limites emocionais e psicológicos. O que não lhe deve ser retirado é o direito de 

conhecer a verdade e de expressar seus sentimentos e necessidades da forma que lhe for mais 

conveniente. Mentiras, fantasias desnecessárias ou uma sinceridade cruel em nada facilitarão 

a compreensão da nova realidade.

Outro fator a acrescentar seria a forma como expressamos a nossa dor, os nossos 

medos e valores diante das crianças. Quando mais intensos e desequilibrados estes forem, 

maior a probabilidade de a criança os introjetar e repetir ao longo de sua vida. O ideal seria 

se expressássemos nossa dor da forma mais genuína e equilibrada possível, pois precisamos 

também nos lembrar do bem-estar dos demais envolvidos: de nós mesmos e de quem partiu, 

que também sofre as influências da separação.

Em resumo, o conhecimento e a compreensão dos fenômenos que envolvem a morte 

e as verdades espirituais deverão desde cedo ser inseridos na educação das crianças para 

que elas estejam mais bem preparadas quando a vida as tornarem forçosamente necessários. 

Utilizar-se de palavras, atitudes e experiências (jogos, estórias, técnicas psico-pedagógicas, 

etc) equilibradas e sadias em muito contribuirão para uma visão mais assertiva não somente 

da morte, mas de todos os fenômenos que envolvam a dor da perda, da separação e da solidão. 

Longe de enfraquecê-la e amedrontá-la (a fraqueza e o medo estão em nós, pois vemos o que 

somos), torná-la-ia mais forte e apta para a vida. 

Fonte: BARRRETO, E. F. P.; CARNEIRO, T. M. F. (organizadoras) Guia útil dos pais: Uma Abordagem

Educacional Espírita. 2a Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004.