sábado, 13 de setembro de 2014

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 14 DE SETEMBRO DE 2014

A REENCARNAÇÃO FORTALECE OS LAÇOS DE FAMÍLIA, AO PASSO QUE A UNICIDADE DA EXISTÊNCIA OS ROMPE

18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento.
Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.
19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou, Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatizas se esvaem. E desse modo que se opera a fusão das diferentes categorias de Espíritos, como se dá na Terra com as raças e os povos.
20. O temor de que a parentela aumente indefinidamente, em conseqüência da reencarnação, é de fundo egoístico: prova, naquele que o sente, falta de amor bastante amplo para abranger grande número de pessoas. Um pai, que tem muitos filhos, ama-os menos do que amaria a um deles, se fosse único? Mas, tranqüilizem-se os egoístas: não há fundamento para semelhante temor. Do fato de um homem ter tido dez encarnações, não se segue que vá encontrar, no mundo dos Espíritos, dez pais, dez mães, dez mulheres e um número proporcional de filhos e de parentes novos. Lá encontrará sempre os que foram objeto da sua afeição, os quais se lhe terão ligado na Terra, a títulos diversos, e, talvez, sob o mesmo título.

Fonte: Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. Brasília: Feb, 1944. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 07 DE SETEMBRO DE 2014

                         A VIDA SOCIAL DO ADOLESCENTE

No período da adolescência a vida social gira em torno dos fenômenos de 

transformação que afetam o comportamento juvenil. Assim, a preferência do jovem é 

por outro da mesma faixa etária, os seus jogos são pertinentes às ocorrências que lhe 

estão sucedendo no dia‐a‐dia. Há uma abrupta mudança de interesses, e portanto, de 

companhias, que se tornam imperiosos para a formação e definição da sua 

personalidade. Não mais ele se compraz nos encantamentos anteriores, nas coleções 

infantis que lhe eram agradáveis, nem tampouco nas aspirações que antes o 

mantinham preso ao lar, ao estudo ou aos esportes até então preferidos. 

É certo que existem grandes exceções, porém, o normal é a alteração de conduta 

social, face à necessidade de afirmação da masculinidade ou feminilidade, do 

descobrimento das ocorrências que o afetam e de como orientar o rumo das aspirações 

que agora lhe povoam o pensamento. 

A sua socialização depende, de alguma forma, de relativa independência dos 

pais, de ajustamento à maturação sexual e dos relacionamentos cooperativos com os 

novos amigos que atravessam o mesmo estágio. 

Para conseguir esse desafio, o jovem tem necessidade de programar e desenvolver 

uma forma de filosofia de vida, que o levará à descoberta da própria identidade. Para 

esse desenvolvimento ele necessita saber quem é e o que deve fazer, de modo que se 

possa empenhar na realização do novo projeto existencial. 

Os pais, por sua vez, não devem impedir esse processo de libertação parcial, 

contribuindo mesmo para que o jovem encontre aquilo a que aspira, porém de forma 

indireta, através de diálogos tranquilos e amigos, sem a superioridade habitual 

característica da idade, facultando mais ampla visão em torno do que pode ser melhor 

para o desenvolvimento do filho, que deve caminhar independente, libertando‐se do 

cordão umbilical restritivo. 

Esse fenômeno é inevitável e qualquer tentativa de restrição resulta em desastre 

no relacionamento, o que é bastante inconveniente. Os pais devem compreender que a 

sua atitude agora é de companheirismo, cuja experiência deve ser posta a serviço do 

educando de forma gentil e atualizada, porque cada tempo tem as suas próprias 

exigências, não sendo compatível com o fenômeno do progresso o paralelismo entre o 

passado e o presente, desde que são muito diferentes as imposições existenciais de 

O desenvolvimento social do jovem é de relevante significado para toda a sua 

vida, porquanto, aqueles que não conseguem o empreendimento derrapam no uso do 

álcool, das drogas, na delinquência, como fuga da sua realidade conflitiva. Um grande 

número de adolescentes, no entanto, que têm dificuldade dessa realização, quando 

bem direcionados conseguem, embora com esforço, plenificar‐se no grupo social. 

Todos aqueles que ficaram na retaguarda correm o risco de percorrer as trilhas do 

desequilíbrio, do vício, da criminalidade. 

Esse desenvolvimento deve ser acompanhado de uma alta dose de autoconfiança, 

que começa com a gradual libertação da dependência dos pais, antes encarregados de 

todas as atitudes e definições, que agora vão sendo direcionadas pelo próprio 

educando, naturalmente sob a vigilância gentil dos genitores, para que amadureça nas 

suas aspirações sexuais seguras, na preferência pelos companheiros mais saudáveis e 

dignos, na identificação do eu profundo, do que quer da vida e como irá conseguir. A 

vocação começa a aparecer nessa fase, levando o jovem a integrar‐se no seu mundo, 

onde lhe é possível desenvolver o que aspira, sem o constrangimento de atender a uma 

profissão que foi estabelecida pelos genitores sem que ele tenha qualquer tendência ou 

afinidade para com a mesma. 

A questão da independência do jovem no contexto doméstico, nesse período, não 

é simples, porque a família dá segurança e compensação, trabalhando, no entanto, 

embora de forma inconsciente, para que ele perca a oportunidade de definir a 

personalidade, tornando‐se parasita do lar, peso inevitável na economia da sociedade 

que dele espera esforço e luta para o contínuo crescimento. 

Nesse sentido, outra dificuldade consiste na seleção dos amigos, particularmente 

quando estes se apresentam como modelos pré‐fabricados pela mídia: musculosos, 

exibicionistas, sem aspirações relevantes, sensuais e vazios de significado psicológico, 

de sentido existencial. Outras vezes, enxameiam aqueles que se impõem pela violência 

e parecem desfrutar de privilégios conseguidos mediante a prostituição dos valores 

éticos pelos comportamentos alienados. Ou ainda através da cultura underground, 

promíscua e venal, que se faz exibida por líderes de massas, totalmente destituídos de 

objetivos reais, assumindo posturas e comportamentos exóticos, que chamam a 

atenção para esconder a ausência de outros requisitos e que conspiram contra o 

desenvolvimento da própria sociedade. 

São apresentados pela mídia como espécimes estranhos da fauna humana, 

atormentados e agressivos, produzindo resultados satisfatórios, porque oferecem 

renda financeira aos promotores dos espetáculos da insensatez... Tornam‐se ridículos 

e perdem o senso do equilíbrio, caricatos e irreverentes, em tristes processos 

psicopatológicos ou vitimados por estranhas obsessões que os atormentam sem 

Os pais sempre desempenharão papel relevante na vida dos filhos, 

particularmente no momento da sua socialização. Se forem pessoas sociáveis, 

equilibradas, portadoras de bons relacionamentos humanos, vão‐se tornar 

paradigmas de segurança para os filhos que, igualmente acostumados ao sentido de 

harmonia e de felicidade doméstica, elegerão aquelas que lhes sejam semelhantes e 

formarão o seu grupo dentro dos mesmos padrões familiares, ressalvados os 

Todo jovem aprecia ser amado pelos pais e desfruta essa afetividade com muito 

maior intensidade do que demonstra, constituindo‐lhe segurança, que passa adiante 

em forma de relacionamento social agradável. Quando o convívio no lar é 

caracterizado pelos atritos e discussões sem sentido, a sua visão é de que a sociedade 

padece da mesma hipertrofia de sentimentos, armando‐se de forma a evitar‐lhe a 

interferência nos seus interesses e buscas de realização pessoal. Em consequência, 

torna‐se hostil à socialização, em virtude das lembranças desagradáveis que conserva 

do grupo familiar, que passa, na sua imaginação, como sendo semelhante ao meio 

social que irá enfrentar. 

O jovem é convidado, por si mesmo, à demanda de transformar‐se em um adulto 

capaz, que enfrente as situações difíceis com equilíbrio, que inspire confiança, que 

seja portador de uma autoimagem positiva. Mesmo quando se torna independente dos 

progenitores, preserva a satisfação de saber‐se amado e acompanhado a distância, 

tendo a tranquilidade da certeza que a sua existência não é destituída de sentido 

humano nem de valor positivo para a sociedade. 

Se isso não ocorre, ele faz‐se competitivo, desagradável, mesquinho e inseguro,

buscando outros equivalentes que passam a agrupar‐se em verdadeiras hordas, 

porque o fenômeno da socialização continua em predominância na sua natureza, 

somente que, agora, de forma negativa. 

A socialização do jovem é um processo de longo curso, que se inicia na infância e 

deve ser acompanhada com muito interesse e cuidado, a fim de que, na adolescência, 

esse desenvolvimento não se faça traumático nem desequilibrante. 

Fonte de Pesquisa: Franco, Divaldo P., pelo espírito Joana de Angelis. Adolescência e Vida. Disponível em 

http://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L102.pdf. Capturado em 22/05/2012.