sábado, 31 de maio de 2014

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 01 DE JUNHO DE 2014

PODER DA FÉ

1. Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei- o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu. dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei- me aqui esse menino. - E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? - Respondeu- lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.) 

2. No sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças toma o homem capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui porém unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má-vontade, em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer.
3. Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas.
A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, toma-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.
4. Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.
5. O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.

Kardec, Por Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Disponível em http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/index.html.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

PRECE DE FELIX



Senhor Jesus, nós Te agradecemos a felicidade que nos concedeste na lição 

do sofrimento, do trabalho, e da expectação!...

Obrigado, Senhor, pelas horas de aflição que nos clarearam a alma, pelos 

minutos de dor que nos despertaram as consciências! Obrigado pelas semanas de 

lágrimas que realizaram por nós o que não nos foi possível fazer em séculos de 

Em te alçando nosso agradecimento e louvor, pedimos ainda!... Suplicamos-
Te arrimo para todos os que resvalaram nos enganos do sexo desorientado, quando 

nos ofereceste o sexo por estrela de amor a brilhar, assegurando-nos a alegria de 

viver e garantindo-nos os recursos da existência!...

Consente, Senhor, possamos relacionar, diante de Ti, aqueles irmãos que as 

convenções terrestres tantas vezes se esquecem de nomear, quando Te dirigem o 

Abençoa os que se tresmalharam na insânia ou no infortúnio, em nome do 

amor que não chegaram a conhecer!

para a felicidade do lar, e corrige com Tua munificência os que as impeliram para a 

viciação das forças genésicas; acolhe as vítimas do aborto, arrancadas 

violentamente ao claustro materno, dentro dos prostíbulos ou em recintos que a 

impunidade acoberta, e retifica, sob Teu auxílio, as mãos que não vacilaram 

asfixiar-lhes ou degolar-lhes os corpos em formação; restaura as criaturas 

sacrificadas pelas deserções afetivas, que não souberam encontrar outro recurso 

senão o suicídio ou o manicômio para ocultarem o martírio moral que lhes 

transcendeu a capacidade de resistência, e compadece-Te de todos aqueles que 

lhes escarneceram da ternura, transformando-se quase sempre, em carrascos 

sorridentes e empedernidos; proteje os que renasceram desajustados, no clima da 

inversão, suportando constrangedoras tarefas ou padecendo inibições 

regenerativas, e recupera os que se reencarnaram nessa prova, sem forças para 

sustentar as obrigações assumidas, afogando a existência em devassidão; recolhe 

as crianças que foram seviciadas e renova, com Tua generosidade, os estupradores 

que se animalizaram, inconscientes; agasalha os que rolaram na desencarnação 

prematura, por efeito de golpes homicidas, nas tragédias da insatisfação e do 

desespero, e ampara os que se lhes tornam os verdugo padecentes, vergastados 

pelo remorso, seja na liberdade atenazada de angústia ou no espaço estreito dos 

Socorre nossas irmãs entregues à prostituição, já que todas nasceram 

Mestre, digna-te reconduzir ao caminho justo os homens e as mulheres, 

nossos irmãos, que dominados pela obsessão ou traídos pela própria fraqueza, 

não conseguiram manter os compromissos de fidelidade ao tálamo doméstico; 

reequilibra os que exibem mutilações e moléstias resultantes dos excessos ou dos 

erros passionais que praticaram nesta ou em outras existências; reabilita a cabeça 

desvairada dos que exploram o filão de trevas do lenocínio; regenera o pensamento 

insensato dos que abusam da mocidade, propinando-lhe entorpecentes; e 

sustenta os que rogaram antes da reencarnação as lagrimas da solidão afetiva 

e as receberam na Terra, por medida expiatória aos desmandos sexuais a que 

se afeiçoaram, em outras vidas, e que, muitas vezes, sucumbem de inanição e 

desalento, em cativeiro familiar, sob o desprezo de parentes in sensíveis, a cuja 

felicidade consagraram a juventude!...

Senhor, estende também a destra misericordiosa sobre os corações retos 

e enobrecidos! Desperta os que repousam nos ajustes legais, acatados nas 

organizações terrestres, e esclarece os que respiram em lares, revestidos pela 

dignidade que mereceram a fim de que tratem com humanidade e compaixão os 

que ainda não podem guardar-lhes os princípios e imitar-lhe os bons exemplos!... 

Ilumina o sentimento das mulheres engrandecidas pelo sacrifício e pelo trabalho, 

para que não desamparem aquelas outras que, até agora, ainda não conquistaram 

a maternidade premiada pelo respeito do mundo, e que, tantas vezes, lhes 

suportam a brutalidade dos filhos nos lupanares! Sensibiliza o raciocínio dos 

homens que encaneceram honrados e puros, de modo a que não abandonem os 

jovens desditosos e transviados!...

Senhor, não consintas que a virtude se converta em fogo no tormento dos 

caídos e nem permitas que a honestidade se faça gelo nos corações!...

Tu, que desceste à vielas do mundo para curar os enfermos, sabes que 

todos aqueles que jornadeiam na Terra, atormentados pela carência de alimentação 

afetiva ou alucinados pelos distúrbios do sexo, são doentes e infelizes, filhos de 

Deus necessitados de tuas mãos!...

Inspira-nos em nossas relações uns com os outros e clareia-nos o 

entendimento para que saibamos ser agradecidos à tua bondade, para sempre!...

Livro À Luz da Oração. Psicografia de Francisco Candido Xavier - Espíritos Diversos.

Vide artigo RIE 246 junho/2013 sobre Passes: energia e amor

sábado, 17 de maio de 2014

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 18 DE MAIO DE 2014

 INFÂNCIA – MELHOR PERÍODO PARA EDUCAR

Escrevendo sobre “O porquê da infância”, no livro A Educação Segundo o Espiritismo, Dora Incontri esclarece: “É preciso entender a função própria do período infantil, para se poder avaliá-lo com justeza. Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez? A função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não fosse internado num corpo infantil.
Através desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais integral; pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem universal.
Mas a principal finalidade do Espírito nascer criança outra vez é a de ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semi-inconsciência do Espírito encarnado num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão neutralizadas: ele está mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as influências- se lhe forem dados bons estímulos, sua assimilação poderá ajudá-lo imensamente em seu progresso espiritual. Assim também uma influência negativa, transmitida pela educação, pode complicar muito seu futuro espiritual – mas, nesse caso, a responsabilidade moral recairá mais sobre aqueles que foram encarregados de sua educação e falharam nesta tarefa.
Assim, é preciso ser criança de novo, a cada nova encarnação, para que, aliviados momentaneamente das nossas cargas de memória, possamos ser educados e nos educarmos, e com isso darmos alguns passos adiante no caminho infinito da evolução. Prossegue didática: “na infância o Espírito está na posse do melhor de si mesmo, de sua capacidade de amar, de seu desejo de aprender, de sua sinceridade natural. Enquanto os vícios passados dormem no subconsciente, a alma pode dar expansão à sua divindade interior e por isso uma criança, saudável e natural, é sempre um bálsamo para o adulto, já calejado nas dissimulações sociais, envolvido na luta aspérrima da sobrevivência na Terra...
Outro autor espírita, Joamar Zanolini Nazareth, em sua obra Um Desafio Chamado Família, nos alerta também sobre a importância da educação e da evangelização na infância: “Desvendamos, assim, a principal finalidade da infância para o espírito: a EDUCAÇÃO.
Os filhos nesta fase estão mais dóceis e maleáveis às impressões que recebem dos pais; estão aptos a receberem ensinamentos verbais e práticos e estão mais próximos dos exemplos recebidos no lar, onde atuam como uma “chapa fotográfica” muito sensível, captando tudo o que acontece no ambiente doméstico”. Cita no mesmo livro a resposta da Espiritualidade a Kardec que resume a utilidade da infância: “O espírito, encarnando-se para aperfeiçoar-se, é mais acessível, durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação”. Descreve a seguir alguns aspectos sobre a importância da evangelização da criança: “Têm a escola de evangelização infantil por objetivo instruir a criança com os princípios da Doutrina Espírita, que é a revivescência do evangelho do Cristo. A importância da educação moral pelo ensino doutrinário, que será aquela efetuada através da palavra, do ensino voltado para a instrução moral, já se encontra evidenciada desde Allan Kardec. Assim, estaremos preparando a alma infantil para enfrentar as lutas e desafios das provas que a aguarda na Terra, levando no coração os instrumentos capazes de a auxiliarem na defesa dos princípios mais elevados do sentimento.
Chico Xavier afirma-nos também sobre a impossibilidade de renovação do planeta, sem darmos à criança de hoje o embasamento evangélico: “Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da Humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã”.
Assim, a Escola Espírita de Evangelização fornece a instrução, porém, acima de tudo, recursos objetivos para a formação moral levando as verdades e esclarecimentos que ajudarão seu espírito a melhor aproveitar a existência física.
Agnes Henriques, em seu livro Mediunidade em Crianças, recomenda a participação dos pais na evangelização dos filhos:
“Entretanto, levar uma criança para um Centro Espírita para iniciar a formação religiosa, de nada adianta se a família não assumir a parte de responsabilidade que cabe principalmente a ela nessa questão. O primeiro núcleo de educação é o lar, de onde devem partir os exemplos a serem seguidos por nossas crianças em sua caminhada.
Um pai ou uma mãe que se recusa a atender um telefonema, mandando alguém dizer, geralmente os próprios filhos, que não está, deixa nessa atitude leviana e corriqueira de um pequena mentira, um exemplo que ensejará mais tarde, talvez, grandes dissimulações por parte dos próprios filhos. Os pais que não se preocupam com a sua formação moral e religiosa, e cuja conduta no lar não tem diretrizes ético-morais, estarão deixando exemplos que fatalmente irão corromper a personalidade de seus filhos. O esforço que se faz para desvincular de velhos costumes, a prática sincera no bem, a conduta correta é que são as diretrizes seguras a serem propagadas pelos pais e espelhadas pelos filhos.
Acompanhar os pequenos em todas as ocasiões e cuidar para que, além de provê-los da parte material, os pais possam estar também fornecendo os subsídios necessários ao aprimoramento moral, favorável para que a prática evangélica do “Amai-vos uns aos outros” se estabeleça no lar em toda a sua plenitude.
Conclui com muita propriedade Joamar Nazareth no capítulo “Responsabilidade dos Pais em conduzir seus filhos à evangelização”:
“Há pais que não levam seus filhos à Casa Espírita sob a desculpa de que elas é que deverão decidir, quando crescerem, qual ambiente religioso freqüentar. Isto reflete a atitude de pais espíritas equivocados e ignorantes quanto à necessidade de aproveitar a fase infantil para a sementeira de valores cristãos. Os filhos poderão exercer seu direito de escolha à medida que o  tempo passe e eles cresçam e amadureçam. Inicialmente, compete aos pais, fiéis depositários de seus filhos na Terra, escolher o melhor, decidindo por eles até que tenham condições de fazê-lo”.
Emmanuel alerta-nos contra o pretexto de liberdade da criança escolher: “Os pais espiritualistas devem compreender que qualquer indiferença neste particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo e à ausência de amor à verdade”.

Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras). Guia Útil dos Pais – Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 89 a 92p. 

sábado, 10 de maio de 2014

ATIVIDADE DIA DAS MÃES 11 DE MAIO DE 2014

Segue nossa Programação para o Dia das Mães.

9 :1 0 hs- Boas Vindas.
                  Leitura inicial- Tipos de Mães.
                  Prece inicial.
9:20 hs- Apresentação de Video das Crianças- Mensagens para as Mães.
 
9:30 hs- Apresentação do Maternal- Música- " Um anjo do céu"  

9:35 hs- Apresentação do Jardim e Ciclo 1- Música " Chocolate"- Cartaz- " Minha Mãe é um doce". 

 9:40 hs-Apresentação do Ciclo 2-Música "Mãe"- Turma do Printy.

9:45 hs- Apresentação do Ciclo 3- Teatro- " Mãe".

10:00 hs- Apresentação do Coral Infantil do GEPE.

10:15 hs- Apresentação da MEPE.

10:20 hs- Fechamento- Agradecimentos. Prece Final.
                                          Passe Coletivo

sexta-feira, 2 de maio de 2014

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 04 DE MAIO DE 2014

QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS

5. E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles
 nem sequer podiam fazer sua refeição. - Sabendo disso, vieram seus parentes para se  apoderarem dele, pois diziam que perdera o espíritoEntretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lodo de fora,  mandaram chamá-lo. - Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe  e teus irmãos estão lá fora e te chamam. - Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e  quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu  derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; - pois, todo aquele que faz a  vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS. cap. III,  vv. 20, 21 e 31 a 35 - S. MATEUS, cap. XII, vv. 46 a 50.)
6. Singulares parecem algumas palavras de Jesus, por contrastarem com a sua
 bondade e a sua inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não deixaram de tirar  daí uma arma, pretendendo que ele se contradizia. Fato, porém, irrecusável é que sua doutrina  tem por base principal, por pedra angular, a lei de amor e de caridade. Ora, não é possível que  ele destruísse de um lado o que do outro estabelecia, donde esta conseqüência rigorosa: se  certas proposições suas se acham em contradição com aquele princípio básico, é que as  palavras que se lhe atribuem foram ou mal reproduzidas, ou mal compreendidas, ou não são  suas.
7. Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse Jesus tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegasse sua mãe. Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco  adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus  ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia  mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em  suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à  família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam crédito”.
Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter. Semelhante idéia não poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica. Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.


Kardec, Por Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Disponível em http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/index.html.