Texto que estudaremos no
próximo domingo dia 21/06/2015:
Tema: RESPEITAR, RESPEITANDO-SE
Ter
filhos não é fácil. Criá-los de forma equilibrada frente às nossas dificuldades
internas e externas parece mais complicado ainda. Por mais bem intencionados
que sejamos, as orientações psicológicas, sociológicas, pedagógicas e
espirituais por vezes nos parecem barreiras intransponíveis para as nossas
limitações humanas. Aí é que reside a questão: Somos Seres Humanos! Tão humanos
quanto nossos filhos! Imperfeitos mas perfectíveis, caminhando dentro de um
longo e necessário processo evolutivo!
Essa
constatação certamente nos alivia a culpa mas não exime a nossa
responsabilidade perante a guarda, proteção, orientação e sustento dos seres
que, voluntariamente ou não, permitimos vir ao mundo por nosso intermédio para
dar continuidade aos seus planos evolutivos.
Então,
apesar de nos reconhecermos como seres imperfeitos mas comprometidos com a
nossa evolução e a de nossos filhos, porque é tão difícil encontrar a via mais
correta e rápida de ascensão? Por nos faltar maior preparo e empenho, em outras
palavras: por insegurança ou preguiça. Pelo simples fato de sermos inseguros
quanto ao nosso potencial evolutivo e acomodados para desenvolvê-lo. Por
desconhecimento ou falta de fé, permanecemos presos às malhas da acomodação
materialista, do medo e das influências negativas.
Como
prega a Doutrina Espírita em sua vasta literatura, o autoconhecimento, seguido
da busca da autenticidade e do desenvolvimento de nossa essência divina,
através da prática dos ensinamentos do Cristo, são os caminhos ou
possibilidades que permitirão uma evolução consciente e real.
No
tocante a uma adequada orientação de nossos filhos, necessária se faz uma
transformação interior e anterior por parte dos pais. Seria o ideal, em
primeiro lugar, ser objeto de transformação para depois estar preparado para
transformar, apesar de ser comum as duas coisas ocorrerem juntas. Para que
possamos compreender e melhorar a relação com os nossos filhos precisamos
compreender e melhorar a relação com os nossos filhos precisamos compreender a
nossa historia individual, os nossos motivos e objetivos espirituais, além da
forma como lidamos com todos eles. Tudo isso não garantirá a resolução de
nossos problemas como pais, mas nos ajudará, em muito, a redimensioná-los e
fornecer-lhes outros critérios de valor.
Como
tudo isso se efetivaria de forma prática? Em primeiro lugar, buscando
compreender o contexto familiar em que nascemos. Ao invés de ficarmos
justificando nossas falhas empurrando-as para um passado mal compreendido,
deveríamos compreender a mensagem que a vida nos proporcionou ao longo do seu
caminho. Devemos, então, perdoar e compreender o nosso passado e todas as
pessoas que fizeram parte dele, transcendendo-o. Ao fazer isso você vai
compreender melhor seu filho, pois vai possuir a sensibilidade de lembrar que
você também já foi um. E vai perceber que suas dores e conflitos podem ser
iguais aos seus e, se você não estiver alerta, eles poderão perdurar por toda a
sua descendência. Alguém tem que quebrar o elo dessa cadeia de enganos. Isso se
chama evolução ou transcendência de gerações.
Em
segundo lugar, devemos encontrar o nosso Norte, ou seja, o Ser Humano que
desejamos nos tornar. Precisamos estabelecer um sério compromisso com o
progresso da nossa vida pessoal, profissional e comunitária. O melhor instrumento
para iniciar esse processo de mudança seria a busca da autenticidade e a do
auto-respeito.
A busca de equilíbrio íntimo,
iniciada com a autenticidade e com o auto-respeito, refletir-se-á no conjunto
de nossas relações interpessoais e nos conduzirá ao esforço da adoção de três
atitudes básicas na educação de nossos filhos: a compreensão, o diálogo e o
exemplo.
A compreensão relaciona-se à
empatia, a sentir e perceber como nossos filhos sentem e percebem, a nos
colocarmos sem seu lugar para em seguida fornecer-lhes a nossa experiência e
Amor como alternativa para melhores escolhas. Compreendendo, respeitando o seu
modo de ser muitas vezes tão diferente do nosso, de seguir caminhos que não
planejamos, de poder, enfim, exercer o seu livre-arbítrio.
O diálogo é o meio mais
legitimo de entendimento e aprendizagem. Gritos, repreensões, críticas e surras
apenas atendem a quem já perdeu o controle de tudo, inclusive de si mesmo. A
clareza, a simplicidade e a honestidade aliadas ao discernimento entre saber
quando falar e quando calar, perfazem os instrumentos para esse intercâmbio de
experiências e sentimentos.
Finalmente, o Exemplo. Procure
ser um bom modelo já que você é o primeiro e o mais marcante da vida de seu
filho. Pense bem de si mesmo, cuide-se. Busque o autocontrole e a autoconfiança
como metas. Vivencie as orientações que você fornece, buscando sempre a
coerência entre o dizer e o fazer. Observe e questione seus valores pessoais,
dogmas, condutas, conflitos e apegos. Eles possuirão uma importância considerável
na formação do caráter de seu filho.
Nunca subestime a capacidade
crítica de seu filho, que quando fareja insegurança e fraqueza do caráter... ou
lhe imitará ou o repelirá numa intensidade, por vezes, desastrosa. Para ser
respeitando é necessário, portanto, respeitar-se e respeitar. É fazer ao Outro
aquilo que gostaríamos que fosse feito a nós mesmos. Eis a máxima Espírita.
Para concluir, é preciso fazer
tudo isso com Amor e Alegria. Observemos a escola da vida: Pais tristes,
crianças tristes. Pais amargos, crianças infelizes. Pais violentos, crianças
agressivas e desequilibradas. Apesar de todo o trabalho que dá, de todas as
responsabilidades e dificuldades enfrentadas é preciso fazer valer a pena. Para
o bem de todos nós.
Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro
(organizadoras). Guia Útil dos Pais
– Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE
– Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 85 a 87p.
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