terça-feira, 26 de março de 2013

FICA A DICA

Amigos e amigas que compõe a Escola de Pais,

Informamos que estamos oferecendo no domingo o serviço de Atendimento Fraterno no horário de funcionamento da Escola de Pais / MEPE e Evangelização Infantil. O nosso companheiro Marcos André, o qual participa do grupo 2, coordenado pelos facilitadores  Kátia e Flavio, está a frente dessa ação. O Atendimento Fraterno tem como finalidade a recepção, esclarecimento básico, amparo, reajuste e redirecionamento de ideias de irmãos que cheguem a Casa Espírita necessitados de auxílio para a solução ou alívio de problemas das mais variadas ordens. Podem se utilizar do Atendimento Fraterno nos domingos pela manhã tanto pessoas que participem da Escola de Pais/MEPE/Evangelização Infantil como irmãos que não estejam inseridos nessas atividades, até mesmo pessoas que não frequentem o nosso centro espírita. 

Desejamos que essa atividade venha enriquecer ainda mais os nossos encontros semanais

Abraços
Dário Gomes
Coordenador da Escola de Pais

quinta-feira, 21 de março de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO 24 03 2013


CRIANÇAS ESPECIAIS
Todas as crianças são especiais, porque cada uma é uma individualidade sagrada e rica. Mas aqui queremos nos referir particularmente às crianças que fogem, de um modo ou de outro, ao padrão médio de normalidade. As crianças com problemas de desenvolvimento, com sub ou superdotação intelectual, crianças com desajustes emocionais – todas elas merecem estudos de médicos, psicólogos e educadores em todo o mundo. Aliás, alguns dos métodos pedagógicos desenvolvidos nesse século para crianças normais partiram de métodos antes aplicados a crianças excepcionais – como o de Montessori e o de Decroly. Interessa-nos o aspecto espiritual da questão, até agora não desvendado.
A deficiência mental tem geralmente uma causa física bem identificável: pode, por exemplo, ser provocada por um problema genético (como no caso da síndrome de Down) ou uma lesão cerebral (ocorrida na hora do parto ou durante alguma convulsão). Pode , às vezes, também ser consequência passageira de algum distúrbio psíquico.
Em qualquer caso, entretanto, trata-se de uma incapacidade momentânea de manifestação do Espírito e não uma incapacidade intrínseca da alma encarnada. Kardec comprovou isto ao evocar Espíritos de crianças deficientes e que, fora do corpo, tinham grande lucidez espiritual. Isso também se observa diariamente pelo fato de que, em muitos casos de deficiência, os diagnósticos médicos são taxativos, descartando qualquer possibilidade de desenvolvimento. Mas, quando estimulada convenientemente e quando revela vontade forte, a criança ultrapassa de muito os prognósticos pessimistas. O que é isto, senão o Espírito inteligente que, apesar dos obstáculos para a sua manifestação, luta e consegue, pelo menos em parte, superar os limites do corpo?
O nascimento de crianças excepcionais é um desses fatos que só se pode explicar inteiramente pela lei da reencarnação. As deficiências mentais (e evidentemente as físicas também) são sempre resultados de processos cármicos, cujas origens desconhecemos. Mas podemos indicar suas características principais.
Espíritos que abusaram demasiado da inteligência, empregando-a em prejuízo de si próprios e do próximo podem ter encarnações expiatórias, em que se sintam tolhidos para usá-la em sua integridade. Geralmente, são Espíritos que desenvolveram pouco o sentimento. Enquanto, pois, não podem manifestar a plenitude de suas faculdades intelectuais na carne, são obrigados a arranjar outras formas de comunicação com o ambiente e por isso, muitas vezes, mostram-se extremamente afetivos. A inteligência descansa, mas o Espírito progride, aprendendo a sentir. Isso se observa com muita clareza nas crianças de síndrome de Down – afetuosíssimas, em sua maioria.
Espíritos comprometidos em séculos de crimes e malbaratamento das Leis da vida, atingem tal estado de desequilíbrio espiritual, que só a reencarnação lhes pode aliviar a consciência. É que a carne age como uma espécie de mataborrão. Ao seu contato, o Espírito amortece as dores agudas da consciência e pode resgatar dívidas, reequilibrando-se para o futuro. Mas, quando ainda no plano espiritual, se vê abismado em profunda loucura, não pode, ao reencarnar, moldar um corpo normal e, assim, imprime na sua formação genética as lesões gravíssimas, que vão resultar em corpos defeituosos e incapacitados.
Nesses casos, não se pode esperar um desenvolvimento pleno da personalidade atual, mas não devemos esquecer que essa expiação estará servindo para a melhoria da personalidade espiritual. E essa personalidade espiritual sempre pode ser atingida, se não pela comunicação verbal, certamente pela linguagem do amor.
A superdotação é outro tema complexo, que é preciso analisar com critério. Em primeiro lugar, deve-se tomar cuidado na identificação de um superdotado, pois há muita superdotação artificial. Qualquer criança, submetida a uma estimulação intensa, pode se revelar precoce. Aliás, uma estimulação exagerada e unilateral pode causar distúrbios psíquicos e, como ela é sempre feita por motivo de vaidade ou de interesse econômico dos adultos, acaba por deformar a personalidade da criança.
Assim são os casos de músicos ou esportistas, por exemplo, que desde a mais tenra idade sofrem um treinamento massacrante, tornando-se exímios em certa atividade. Podem conquistar fama e dinheiro fácil, mas são sempre pessoas profundamente desajustadas e infelizes, porque não se desenvolveram de maneira natural e integral.
Quando legítima, ou seja, espontânea e não provocada, a superdotação pode se revelar por um talento específico ou por uma inteligência geral acima da média. Pode-se observar uma criança superdotada, entre outros traços, pelo sue pensamento criativo, pela intensidade e profundidade com que se envolve em assuntos de seu interesse, pela superioridade geral de seu raciocínio em comparação com as crianças de sua idade e, ainda, pela extrema facilidade em alguma área do conhecimento.
Faça-se porém importante parêntese: uma determinada superdotação intelectual não implica necessariamente em evolução moral do Espírito encarnado. Há muitos homens e mulheres que desenvolvem predominantemente a inteligência, em detrimento das qualidade morais. Ao renascerem, podem revelar esse desenvolvimento anterior desde cedo, mas nem por isso possuem elevação moral. Aliás, muitas vezes até, são Espíritos comprometidos com sérios desvios das Leis Divinas.
Poderíamos também falar de uma espécie de superdotação moral, coisa nunca mencionada: são as crianças que revelam desde cedo uma superioridade moral em relação ao meio – estas sim podem ser consideradas como reencarnação de Espíritos avançados.
O desajuste emocional pode se manifestar em forma de inquietação, agressividade, choro excessivo, medo, pesadelos, insônia e até prejudicar o desenvolvimento físico e cognitivo. As causas do problema podem ser as mais variadas. É preciso distingui-las.
Pela sua extrema maleabilidade psíquica, a criança absorve facilmente os reflexos vibratórios e emocionais do ambiente. Diante de um comportamento anormal de sua parte, deve-se antes de mais nada procurar as causas na atmosfera psíquica que a cerca. Mesmo que os adultos não demonstrem agressividade, desespero, angústia e outros sentimentos negativos e os trancafiem dentro de sim nem por isso as crianças, desde o berço, deixam de senti-los, de captá-los e de manifestá-los, se eles existirem no íntimo das pessoas que as acompanham.
Não só o estado emocional explícito ou embutido dos adultos, mas igualmente atitudes e orientação educacional inadequadas em relação á própria criança produzem desajustes emocionais profundos: por exemplo, tapas, gritos, repreensões severas ou indiferença, rejeição e abandono... Esses fatores foram largamente estudados por várias correntes psicopedagógicas. Aqui nem nos referimos às aberrações, infelizmente não tão raras, como o abuso sexual e pancadaria – que obviamente chegam a abalar a personalidade da criança por toda a vida e talvez até além.
Outras condições, muito comuns em nossa sociedade atual, também podem ser causa de anormalidades emotivas numa criança: o impedimento de dar livre curso à sua criatividade, à sua energia física e psíquica, o viver sempre em ambientes fechados, onde não possa mexer em nada, levando uma vida muito contrária à sua natureza expansiva e criadora; excesso de atividades passivas, como as desenvolvidas nas escola atual, muitas horas de televisão por dia, contato com literatura e cinema de conteúdo violento ou pornográfico, ou mesmo experiências vividas nestes setores etc.
Mas existem também causas espirituais. As crianças podem revelar desde cedo desequilíbrios emocionais, trazidos do passado, ou podem ainda sentir influências negativas de Espíritos obsessores, ligados a ela e à família. Entretanto, só se pode identificar com toda a certeza se um desequilíbrio emotivo provém dela própria ou de Espíritos perturbadores, quando as causas ambientais estiverem eliminadas. Ou seja, em uma criança que vive num ambiente saudável, alegre, tranquilo, onde sejam cultivadas a prece, conversas elevadas, limpeza material e moral e ainda assim persistirem os desajustes, então eles serão de fato originários dela própria. Mas todo esse ambiente positivo é o primeiro requisito de qualquer terapia. 

Fonte: INCONTRI, Dora. A Educação Segundo o Espiritismo. Bragança Paulista: Editora Comenius, 2006.


sexta-feira, 15 de março de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 17 03 2013


ALMAS-PROBLEMAS

Todos nascem ou renascem nos núcleos familiares e sociais de que necessitam para aprimorar-se. Nem sempre o planejamento da reencarnação leva em conta a afetividade existente entre os reencarnantes e sim a necessidade de serem limadas as arestas, corrigidas as imperfeições morais e desenvolvidos os processos de resgates.
Joana de Angelis, através da mediunidade de Divaldo Franco, nos alerta:
“A pessoa-problema que renteia contigo, no processo evolutivo, não te é desconhecida..”
O filhinho-dificuldade que te exige doação integral, não se encontra ao teu lado pela primeira vez.
O ancião-renitente que te parece um pesadelo contínuo exaurindo-te as forças, não é encontro fortuito na tua marcha...
O familiar de qualquer vinculação que te constitui provação, não é resultado do acaso que te leva a desfrutar da convivência dolorosa.
Todos eles provêm do teu passado espiritual. Eles caíram, sim, e ainda se ressentem do tombo moral, estando, hoje, a resgatar injunção penosa. Mas, tu também.
Quando alguém cai, sempre há fatores preponderantes e outros predisponentes, que induzem e levam ao abismo.
Normalmente, oculto, o causador do infortúnio permanece desconhecido do mundo. Não, porém, da consciência, nem das Soberanas Leis.
Renascem em circunstâncias e tempos diferentes, todavia, volvem a encontrar-se, seja na consanguinidade, através da parentela corporal, ou mediante a espiritual, na grande família humana, tornando o caminho das reparações e compensações indispensáveis.
Não te rebeles contra o impositivo da dor, seja como se te apresente.
Aqui, é o companheiro que se transforma em áspero adversário; ali, é o filhinho rebelde, ora portador de enfermidade desgastante; mais adiante, é alguém dominado pela loucura, e que chega à economia da tua vida depauperando os teus cofres de recursos múltiplos.
Surgem momentos em que desejas que eles partam da Terra, a fim de que repouses.
Horas soam em que um sentimento de surda animosidade contra eles te cicia o anelo de ver-te libertado...
Ledo engano!
Só há liberdade real quando se resgata o débito distância física não constitui impedimento psíquico.
Ausência material não expressa impossibilidade de intercâmbio.
O Espírito é a vida e, enquanto o amor não lene as dores e lima as arestas das dificuldades, o problema prossegue inalterado. Arrima-te ao amor e sofre com paciência. Suporta a alma-problema que se junge a ti e não depereças nos ideais de amparar e prosseguir. Ama, socorrendo.
Dia nascerá, luminoso, em que, superadas as sombras que impedem a clara visão da vida, compreenderás a grandeza do teu gesto e a felicidade da tua afeição a todos.
O problema toma a dimensão que lhe proporcionas.
Mas o amor, que “cobre a multidão dos pecados” voltado para o bem, resolve todos os problemas e dificuldades fazendo que vibre, duradoura, a paz por que te afadigas.
Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, no livro Encontro Marcado, nos esclarece sobre as divergências entre pais e filhos:
“Nem sempre surgem como sendo personalidades adequadas aos nossos desejos aqueles que a vida nos oferece por pais na estância física.”
Seriam eles maus ou diferentes, porque não nos entendem, de pronto, os ideais? Numa interrogativa dessa natureza, toda vez que estivermos na posição de filhos, é possível devamos formular semelhante questão ao inverso.
Habitualmente, julgamos nossos pais humanos quando a razão começa a amadurecer no galho florido de nossos primeiros sonhos da mocidade. Sobretudo, pretendemos medir-lhes as supostas deficiências, depois de passados mais de vinte ou trinta anos sobre os dias semiconscientes de nossa infância. Se não concordam com as nossas opiniões, frequentemente apontamo-los por espíritos passadistas ou intolerantes. Nessa conceituação apressada, porém, esquecemo-nos de que eles receberam no caminha da experiência, quantas vezes por nossa causa, e, por isso mesmo, nem sempre lhes será possível colocar os ouvidos ao nível em que se nos situa a palavra.
Fácil considerá-los desorientados, quando não estejam de acordo com os preceitos que aceitamos como sendo os mais justos; entretanto, a distância enorme de tempo que existe entre a hora de nossa análise e a hora do berço não nos permite saber quantos problemas e quanto fel amargaram, até que adotassem padrões individuais de conduta, diversos daqueles consagrados para a vida na Terra.
Muito simples categorizá-los à conta de intransigentes, quando nos reprovam os pontos de vista; contudo, raramente estamos nas condições precisas para avaliar as crises que suportaram, a fim de que tentações e desequilíbrios não arrasassem o lar que nos serve de apoio e ninho.
Se te encontras à frente de pais magoados ou sofredores, recorda um homem generoso que largou as conveniências da própria liberdade, para colocar uma família nos ombros, e lembra-te de certa mulher, jovem e bela, que olvidou a si mesma e renunciou à própria vida, padecendo na carne e na lama, para que pudesses viver!... Considera que eles se reuniram, obedecendo aos desígnios de Deus, a fim de que viesses ao mundo, e se não puderam ser felizes como esperavam ou se as provações da existência os tornaram assim, quando estiveres a ponto de censurá-los, pensa na alegria e no amor com que eles dois rogaram a Deus te abençoasse, quando nasceste e, em silêncio, pede também a Deus que o abençoe.
Prossegue Emmanuel, alertando agora sobre os filhos diferentes:
“Provavelmente, conhecê-los-ás no mais íntimo da alma: os filhos diferentes. Conseguiste instruir os outros. Encaminhá-los para o bem com facilidade. Mas encontraste aquele que não se afina com os teus ideais. É um filho que não se erige à altura do padrão doméstico a que te elevaste, ou uma filha que desmente a esperança.”
É possível hajas verificado a desvantagem quando já existe enorme distância do ente querido à harmonia familiar. Percebeste-lhe as falhas com a surpresa do cultivador quando identifica uma planta de bela aparência que a praga carcome, ou com o desencanto de quem vê repentinamente comprometida a empresa levantada à custa dos sonhos e canseiras de muitos anos.
Quanto te observes perante um filho diferente, não te permitas inclinar o coração ao desespero ou à amargura. Ora e pede luz para o entendimento.
O Senhor te fará reconhecer-te à frente do companheiro ou da companheira de outras existências terrestres, que o tempo ocultou e que a Lei te oferece de nova à presença para que a tua obra de amor seja devidamente complementada.
Jamais ergas a voz para acursar o filho-problema, conquanto nem sempre lhe possa elogiar a conduta. Longe ou perto dele, segundo as circunstâncias do plano físico, ampara-o com a tua prece, estendendo-lhe apoio e inspiração pelas vias da alma. Embora no dever de corrigi-lo, ainda mesmo quando te não compreenda ou te evite o passo, abençoa-o tantas vezes quantas se fizerem precisas, ensinando-lhe outra vez o caminho da retidão e da obediência, selecionando para isso as melhores palavras que as lutas da vida te hajam gravado no sentimento.
Ninguém te pode penetrar a angústia e o enternecimento de pai ou mãe junto dos filhos que se fizerem enigmas; à vista disso é natural que muitas vezes o teu procedimento diante deles assuma aspecto de exceção. Auxilia-os sempre e, mesmo nos dias em que saraivada de críticas humanas te assedie a cabeça, aconchega-os mais brandamente ao regaço de teu espírito; sem que o verbo humano consiga expressar as sensações de teu amor ou de tua dor, ante um filho diferente, sabes, no imo da alma, que ele significa o mais alto encontro marcado entre a tua esperança e a bondade de Deus.

Fonte: CARNEIRO, T. M. F. e BARRETO, E. F. P. (organizadoras). Guia Útil dos Pais – Uma Abordagem Educacional Espírita. 2ª Edição, Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004.

quinta-feira, 7 de março de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 10 / 03 / 2013


CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES

4. De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!
Quantos se arruinam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma!
Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!
Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!
Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.
Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.
A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.
Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar por se melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente.

Fonte: Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. Brasília: Feb, 1944. 

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