sexta-feira, 25 de outubro de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 27 DE OUTUBRO DE 2013

JUVENTUDE NO MUNDO GLOBALIZADO

A grande tarefa do Espiritismo na Terra não é somente trazer extraordinários conhecimentos sobre a fenomenologia mediúnica, mas ensinar os homens a se relacionar através da comunicação ética e do bom senso, iluminando-lhes a marcha do progresso para uma vida superior.
Os veículos de comunicação interferem na formação da personalidade do jovem, e muitas vezes de forma negativa, interpondo-se nas suas ideias e ideais e levando a mocidade a assuntos desapropriados e inconvenientes à idade mental/psicológica inerente à fase em que vivem.
A singeleza e a natureza típica da juventude são deixadas de lado e, explorando a boa-fé e a ingenuidade, passa a vigorar a apelação sexual, recurso pernicioso que vai despertar desejos ainda adormecidos e inconscientes no ser que não está completamente formado.
Assim sendo, muitos jovens abdicam de sua liberdade de pensar para pôr no lugar o legado dominador dos meios de comunicação, deixando-se manipular ou controlar.
Estamos habituados a receber notícias diariamente de tudo que se passa ao nosso derredor e do mundo em geral. Assistimos a filmes, noticiários sobre a intimidade de atores e celebridades, comentários catastróficos, propagandas que disseminam ideias (verdadeiras ou falsas), recebemos jornais e outros periódicos com os mais diversificados temas, sem darmos conta de que eles nos ocupam o tempo e nem sempre nos trazem a autenticidade dos fatos.
A “comunicação de massa” é de caráter universal, é uma forma de difusão dirigida a uma multidão de pessoas, heterogênea e anônima, enquanto o “diálogo social”, ou a “comunicação humana”, aquela que se estabelece entre seres humanos, é de caráter pessoal. A propósito, o vácuo criado pela ausência de bom senso de alguns veículos de comunicação de massa pode ser logo preenchido pelos diálogos pessoais, onde se estabeleça uma troca de potencialidades humanas.
Enfim, os meios de comunicação podem ser utilizados tanto para pôr ao alcance da população informações úteis e essenciais, côo para manter os indivíduos em estado de alienação, induzindo-os a ignorar a realidade, prescrevendo certar condutas estereotipadas e impondo um modelo de vida, de beleza e de felicidade com objetivos e ideais quase sempre inacessíveis.
Uma série de objetos de consumo veiculados pela publicidade tem como convite agregar “atributos implícitos” ao produto, tais como reconhecimento social, beleza, sensualidade, confiança, sentimento de pertença. A propaganda passa ao consumidor a idéia de que ao adquiri-lo, ele obterá também essas “qualidades subjetivas” associadas ao objeto da compra. É difícil compreender o mundo do adolescente sem considerar o grande impacto que os meios de comunicação fazem na sua vida. Como, por exemplo, as conversas informais, diálogos públicos nas telecomunicações, o rádio, o cinema, a escrita impressa – livros, revistas, boletins, jornais, os meios eletrônicos – o computador, os vícios eletrônicos e, de um modo geral, aqueles que abrangem as diversas telefonias.
O mundo atual está imerso na mídia, e os moços não poderiam escapar ao deslumbramento que essas novas tecnologias exercem sobre todos os seres humanos. Vivendo numa civilização em que se tornou essencial “a troca de informações, ideias, opiniões e conhecimentos”, os jovens adotaram os mais variados tipos de comunicação, utilizando-os amplamente no contato com os seres e objetos do mundo exterior.
A tão difundida “era digital” é paradoxo, pois, ao mesmo tempo qie nos trouxe inúmeros benefícios, também nos determina muito mais cuidado, capacidade de seleção, discernimento e compreensão das informações que recebemos.
Na comunicação do adolescente propriamente dita, é preciso notar a intervenção de alguns fatores básicos: físico e/ou biológico, referente à utilização dos órgãos dos sentidos (informações transmitidas por intermédio de recursos físicos, como fala, audição, visão e assim por diante) e de outros aparelhos do nosso organismo, que funcionam conforme a herança genética de cada um; social, relativo à esfera familiar, grupos de amigos e ao mundo social do adolescente, ou seja, a sabedoria, experiências e condutas das pessoas que fazem parte do seu dia a dia; e psicológicos e/ou espirituais, que diz respeito à bagagem dos conhecimentos adquiridos, nesta ou em outras vidas: as experiências reencarnatórias, os traumas ou choques emocionais que sofreu, a capacidade e a forma de adaptação de cada ser humano. Esses determinantes agem estimulando e facilitando, ou inibindo e prejudicando a comunicação.
É preciso perspicácia para “perceber o jovem” e discernir sua metacomunicação (comunicação não verbal) se quisermos entrar em sintonia com ele e entendê-lo como é necessário.
O adolescente ponderado e conseqüente assume compromisso com o seu próprio bem e o bem comum. Segue o conselho de Paulo de Tarso: “Ver de tudo e ficar com o que for bom”.[1]

Fonte: SANTO NETO, Espírito Santo (médium). Ivan de Albuquerque (ditado por). Adolescência: Causa da (In)Felicidade. São Paulo – SP: Boa Nova, 2010.



[1] Tessalonicenses, 5:21. 

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