JUVENTUDE
NO MUNDO GLOBALIZADO
A grande tarefa do
Espiritismo na Terra não é somente trazer extraordinários conhecimentos sobre a
fenomenologia mediúnica, mas ensinar os homens a se relacionar através da
comunicação ética e do bom senso, iluminando-lhes a marcha do progresso para
uma vida superior.
Os veículos de comunicação
interferem na formação da personalidade do jovem, e muitas vezes de forma
negativa, interpondo-se nas suas ideias e ideais e levando a mocidade a
assuntos desapropriados e inconvenientes à idade mental/psicológica inerente à
fase em que vivem.
A singeleza e a natureza
típica da juventude são deixadas de lado e, explorando a boa-fé e a
ingenuidade, passa a vigorar a apelação sexual, recurso pernicioso que vai
despertar desejos ainda adormecidos e inconscientes no ser que não está
completamente formado.
Assim sendo, muitos jovens
abdicam de sua liberdade de pensar para pôr no lugar o legado dominador dos
meios de comunicação, deixando-se manipular ou controlar.
Estamos habituados a receber
notícias diariamente de tudo que se passa ao nosso derredor e do mundo em
geral. Assistimos a filmes, noticiários sobre a intimidade de atores e
celebridades, comentários catastróficos, propagandas que disseminam ideias
(verdadeiras ou falsas), recebemos jornais e outros periódicos com os mais
diversificados temas, sem darmos conta de que eles nos ocupam o tempo e nem
sempre nos trazem a autenticidade dos fatos.
A “comunicação de massa” é
de caráter universal, é uma forma de difusão dirigida a uma multidão de
pessoas, heterogênea e anônima, enquanto o “diálogo social”, ou a “comunicação
humana”, aquela que se estabelece entre seres humanos, é de caráter pessoal. A
propósito, o vácuo criado pela ausência de bom senso de alguns veículos de
comunicação de massa pode ser logo preenchido pelos diálogos pessoais, onde se
estabeleça uma troca de potencialidades humanas.
Enfim, os meios de
comunicação podem ser utilizados tanto para pôr ao alcance da população
informações úteis e essenciais, côo para manter os indivíduos em estado de
alienação, induzindo-os a ignorar a realidade, prescrevendo certar condutas
estereotipadas e impondo um modelo de vida, de beleza e de felicidade com
objetivos e ideais quase sempre inacessíveis.
Uma série de objetos de
consumo veiculados pela publicidade tem como convite agregar “atributos
implícitos” ao produto, tais como reconhecimento social, beleza, sensualidade,
confiança, sentimento de pertença. A propaganda passa ao consumidor a idéia de
que ao adquiri-lo, ele obterá também essas “qualidades subjetivas” associadas
ao objeto da compra. É difícil compreender o mundo do adolescente sem
considerar o grande impacto que os meios de comunicação fazem na sua vida.
Como, por exemplo, as conversas informais, diálogos públicos nas telecomunicações,
o rádio, o cinema, a escrita impressa – livros, revistas, boletins, jornais, os
meios eletrônicos – o computador, os vícios eletrônicos e, de um modo geral,
aqueles que abrangem as diversas telefonias.
O mundo atual está imerso na
mídia, e os moços não poderiam escapar ao deslumbramento que essas novas
tecnologias exercem sobre todos os seres humanos. Vivendo numa civilização em
que se tornou essencial “a troca de informações, ideias, opiniões e
conhecimentos”, os jovens adotaram os mais variados tipos de comunicação,
utilizando-os amplamente no contato com os seres e objetos do mundo exterior.
A tão difundida “era
digital” é paradoxo, pois, ao mesmo tempo qie nos trouxe inúmeros benefícios,
também nos determina muito mais cuidado, capacidade de seleção, discernimento e
compreensão das informações que recebemos.
Na comunicação do
adolescente propriamente dita, é preciso notar a intervenção de alguns fatores
básicos: físico e/ou biológico,
referente à utilização dos órgãos dos sentidos (informações transmitidas por
intermédio de recursos físicos, como fala, audição, visão e assim por diante) e
de outros aparelhos do nosso organismo, que funcionam conforme a herança
genética de cada um; social,
relativo à esfera familiar, grupos de amigos e ao mundo social do adolescente,
ou seja, a sabedoria, experiências e condutas das pessoas que fazem parte do
seu dia a dia; e psicológicos e/ou espirituais, que diz respeito à bagagem dos
conhecimentos adquiridos, nesta ou em outras vidas: as experiências reencarnatórias,
os traumas ou choques emocionais que sofreu, a capacidade e a forma de
adaptação de cada ser humano. Esses determinantes agem estimulando e
facilitando, ou inibindo e prejudicando a comunicação.
É preciso perspicácia para
“perceber o jovem” e discernir sua metacomunicação (comunicação não verbal) se
quisermos entrar em sintonia com ele e entendê-lo como é necessário.
O adolescente ponderado e
conseqüente assume compromisso com o seu próprio bem e o bem comum. Segue o
conselho de Paulo de Tarso: “Ver de tudo e ficar com o que for bom”.[1]
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