sexta-feira, 19 de abril de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 21 / 04 / 2013


O adolescente: possibilidades e limites

Na quadra primaveril da adolescência tudo parece fácil, exatamente pela falta de vivência da realidade humana. O adolescente examina o mundo através das lentes límpidas do entusiasmo, quando se encontra em júbilo, ou mediante as pesadas manchas do pessimismo que no momento lhe dominam as paisagens emocionais. A realidade, no entanto, difere de uma como de outra percepção, sem os altos vôos do encantamento nem os abismos profundos do existencialismo negativo.  
A vida é um conjunto de possibilidades que se apresentam para ser experimentadas, facultando o crescimento intelectomoral dos seres. A forma como cada pessoa se utiliza desses recursos redunda no êxito ou no desar, não sendo a mesma responsável pela glória ou pelo insucesso daqueles que a buscam e nela se encontram envolvidos.
Para o jovem sonhador, que tudo vê róseo, há muitos caminhos a percorrer, que exigem esforço, bom direcionamento de opção e sacrifício. Toda ascensão impõe inevitável cota de dedicação, como é natural, até que a conquista dos altiplanos delineie novos horizontes ainda mais amplos e fascinantes.
Assim, as possibilidades do adolescente estão no investimento que ele aplica para a conquista do que traça como objetivo. Nesse período, temse pressa, porque todas as manifestações são rápidas e os acontecimentos obedecem a um organograma que não pode ser antecipado, esperando que se consumem os mecanismos propiciatórios à sua realização.
Ansioso pelos voos que pretende desferir, pensa que as suas aspirações podem ser transformadas em realidade de um para outro momento, e, quando isso não ocorre, deixase abater por graves frustrações e desânimo. No entanto, através desse vaivém de alegria e desencanto passa a entender que os fenômenos existenciais independem das suas imposições, provindo de muitos fatores que se conjugam para oferecer resultado correspondente.
Nessa sucessão de contrários, amadurecelhe a capacidade de compreensão e aprimorase a faculdade de planejar, auxiliandoo a colocar os pés no chão sem a perda do otimismo, que é fator decisivo para o prosseguimento das aspirações e da sua execução contínua.
Face à constituição da vida, não basta anelar e querer, mas produzir e perseverar. Esse meio de levar adiante os planos acalentados demonstra que há limites em todos os indivíduos, que não podem ser ultrapassados, e que se apresentam na ordem social; moral, econômica, cultural, científica, enfim, em todas as áreas dos painéis existenciais.
Os acontecimentos são conforme ocorrem e não consoante se gostaria que sucedessem, isto é, nadar contra a correnteza pode exaurir o candidato que vai atirado à praia, onde chega após grandes conquistas e ali morre sem alcançar a vitória.
A sabedoria, que decorre das contínuas lutas, demonstra que se deve realizar o que é possível, aguardando o momento oportuno para novos cometimentos. Especificamente, cada dever tem o seu lugar e não é lícito assumir diversos labores que não podem ser executados de uma só vez.
A própria organização física constitui limite para todos os indivíduos. Quando se exige do organismo além das suas possibilidades, os efeitos são negativos, portanto, desanimadores. Daí, o limite se encontra na capacidade das resistências física, moral e mental, que constituem os elementos básicos do ser humano, e no enfrentamento com os imperativos da sociedade, da época em que se vive, etc.
Certamente, há homens e mulheres que se transformaram em exceção, havendo pago pesados ônus de sacrifício, graças ao qual abriram à História páginas de incomparável beleza. Simultaneamente, também, houve aqueles que mergulharam no fundo abismo do desencanto, deixandose dominar por terríveis angústias que lhes estiolaram a alegria de viver e os maceraram, levandoos a estados profundamente perturbadores, porque não possuíam essas energias indispensáveis para as conquistas que planejaram.
Ao moço compete o dever de aprender as lições que lhe chegam, impregnando-se das suas mensagens e abrindo novos espaços para o futuro. Quando arrebatado pelo entusiasmo, considerar que há tempo para semear como o há para colher; quando deprimido, liberarse das sombras pelo esforço de ascender às regiões onde brilha a luz da esperança, compreendendo que a marcha começa no primeiro passo, assim como o discurso mais inflamado tem início na primeira palavra. Todas as coisas exigem planificação e tentativa. Aquele que se recusa experimentar, já perdeu parte do empreendimento. Não há por que recear o insucesso. Esse medo da experimentação já é, em si mesmo, uma forma de fracasso. Arriscarse, no bom sentido do termo, é intensificar os esforços para produzir, mesmo que, aparentemente, tudo esteja contra. Não realizando, não tentando, é claro que as possibilidades são infinitamente menores. Sempre vence aquele que se encontra alerta, que labora, que persiste.
A atitude de esperar que tudo aconteça em favor próprio é comodidade injustificável; e deixarse abater pelos pensamentos pessimistas, assim como pelas heranças autodepreciativas, significa perder as melhores oportunidades de crescimento interior e exterior, que se encontram na adolescência. Esse é o momento de programar; é o campo de experimentação.
Quando o jovem começa a delinear o futuro não significa que haja logrado a vitória ou perdido a batalha, apenas está traçando rotas que o levarão a um ou a outro resultado, ambos de muito valor na sua aprendizagem, em torno da vida na qual se encontra.
A perseverança e o idealismo sem excesso responderão pelo empreendimento iniciado. O adolescente não deve temer nunca o porvir, porquanto isso seria limitar as aspirações, nem subestimar as lições do cotidiano, que lhe devem constituir mensagens de advertência, próprias para ensinarlhe como conseguir os resultados superiores.
Assim, nesse período de formação, de identificação consigo mesmo, a docilidade no trato, a confiança nas realizações, a gentileza na afetividade, o trabalho constante, ao lado do estudo que aprimora os valores e desenvolve a capacidade de entendimento, devem ser o programa normal de vivência. Os prazeres, os jogos apaixonantes do desejo, as buscas intérminas do gozo cedem lugar aos compromissos iluminativos, que desenham a felicidade na alma e materializamna no comportamento.
Ser jovem não é, somente, possuir força orgânica, capacidade de sonhar e de produzir, mas, sobretudo, poder discernir o que precisa ser feito, como executálo e para que realizálo.
A escala de valores pessoais necessita ser muito bem considerada, a fim de que o tempo não seja empregado de forma caótica em projetos de secundária importância, em detrimento de outros labores primaciais, que constituem a primeira meta existencial, da qual decorrerão todas as outras realizações.
São infinitas, portanto, as possibilidades da vida, limitadas pelas circunstâncias, pelo estágio de evolução de cada homem e de cada mulher, que devem, desde adolescentes, programar o roteiro da evolução e seguir com segurança, etapa a etapa, até o momento de sua auto-realizarão.

Fonte: Franco, Divaldo P., pelo espírito Joana de Angelis. Adolescência e Vida. Disponível em  http://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L102.pdf

sábado, 13 de abril de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 14 / 04 / 201


A CRIANÇA DIANTE DA MORTE

Nenhum tema pode ser tão atual e universal quanto o temor do homem para com a morte, por ele nos revelar o nosso despreparo quanto ao nosso auto-conhecimento, processo que inevitavelmente faria emergir outros tantos medos que afligem o homem, como o da dor e da solidão. Compreender e aceitar a nossa finitude física e a imortalidade da alma deveria tornar-se um assunto em pauta não somente na educação formal e espiritual de adultos, mas fundamentalmente na formação infantil.
A questão da origem da vida e da morte sempre esteve presente não somente na mente adulta, mas também na infantil e deixá-la desamparada e despreparada, tornaria mais difícil a sua caminhada frente às necessárias e naturais “mortes” e “renascimentos” que ocorrerão ao longo de sua existência (a perda da infância, a perda de um amor, do vestibular, do emprego, de um ente querido, etc.). Toda perda é a “morte” psicológica ou real de algo ou alguém e, ao passarmos por ela sejamos nós, adultos, ou as crianças, sofremos as mesmas fases reativas (também chamadas de fases do “luto”), tais como: a negação ou a indignação diante da iminente ou comprovada perda; os acessos de raiva ou inconformação; o desespero na busca de saídas/desculpas mágicas ou tentativas de reversão do quadro; a depressão, o sentimento de culpa e fracasso e, finalmente, a parcial ou plena aceitação, também chamada “transcendência”. Preparar-se para reconhecer essas fases, seus significados e finalmente, transcendê-las, em muito ajudarão ao processamento do luto de forma gradual e menos dolorosa.
Pensar e falar de morte nunca foi um tema mórbido, e o é somente para aqueles que ainda não absorveram o seu real sentido e não crêem na pluralidade das existências. Esse despreparo ou resistência só vem a tornar mais doloroso o período que o sucede, o qual já citamos e chamamos de “luto”, dificultando o seu desenvolvimento sadio e as lições espirituais que dele poderíamos absorver. Sabiamente tem-se dito que quem não teme a morte não teme as dificuldades da vida, sendo o inverso igualmente verdadeiro. Ao aprendermos a nos preparar com serenidade para a morte ou para as possíveis perdas, sejam estas as nossas, as de quem amamos ou a que estamos apegados, aprenderemos a valorizar a vida, redimensionando nossa visão das coisas, pessoas e fatos à nossa volta, dando o real valor que devem possuir em nossas vidas. Com certeza viveremos e amaremos melhor.
Privar as crianças dessas verdades seria o mesmo que mentir para elas, revelando nossas fraquezas e medos. Desde cedo, de forma adequada ao seu nível de compreensão, ela deverá reconhecer a inevitabilidade da morte e suas conseqüências, e que ela não se trata de uma terrível ameaça, mas de um fenômeno de mutação natural à nossa evolução. Ocultar a verdade ou mentir à criança, além de adiar e acrescer sofrimentos futuros, subestimam sua capacidade de percepção do mundo, fazendo-a sentir-se enganada ou considerada ingênua, causando-lhe um profundo sentimento de solidão e insegurança com relação aos que a cercam.
Todo ser humano, ao deparar-se com a dor da perda e da separação, não se permitindo “processá-la” de forma equilibrada, pode vir a transmutá-la em enfermidades físicas, mentais e espirituais, e na criança não é diferente. O processo de “luto” saudavelmente finalizado permite ao ser que sofre a compreensão e internalização definitiva da perda, cedendo o espaço disponível para outras relações e aquisições necessárias.
Algumas pessoas argumentam que as crianças não possuem capacidade para apreender o real sentido da morte. Em parte têm razão, dado sua imaturidade psico-fisiológica, mas isso não lhes tira a capacidade de apreendê-lo de forma gradual e adequada à sua possibilidade perceptiva. Pesquisas realizadas por estudiosos na área demonstram que quanto maior número de informações possam obter, melhor apreendem o seu sentido. Até os cinco anos a criança ainda não percebe a morte como definitiva e irreversível, podendo esta se encontrar associada ao conceito de sono ou de separação. Essa noção de reversibilidade da morte pode explicar o comportamento defensivo de crianças suicidas, podendo haver uma ligação entre o suicídio infantil e o conceito imaturo e distorcido da morte. Entre os cinco e os nove anos, a morte já é percebida como irreversível, mas não universal. A partir dos nove anos a morte é encarada como cessação de atividades com características universais e irreversíveis (esses dados podem sofrer variação segundo a individualidade de cada criança).
Em contrapartida, é importante lembrar que falar a verdade a respeito da morte não significa uma exposição ostensiva à mesma. Os diálogos fraternos, sistemáticos e adequados à sua compreensão em certo possibilitarão o acesso a essas informações de forma menos traumática. Por exemplo, levar uma criança a funerais ou qualquer tipo de ritual fúnebre só deverá ocorrer com a sua expressão de aceitação e plena vontade, respeitando-se seus limites emocionais e psicológicos. O que não lhe deve ser retirado é o direito de conhecer a verdade e de expressar seus sentimentos e necessidades da forma que lhe for mais conveniente. Mentiras, fantasias desnecessárias ou uma sinceridade cruel em nada facilitarão a compreensão da nova realidade.
Outro fator a acrescentar seria a forma como expressamos a nossa dor, os nossos medos e valores diante das crianças. Quando mais intensos e desequilibrados estes forem, maior a probabilidade de a criança os introjetar e repetir ao longo de sua vida. O ideal seria se expressássemos nossa dor da forma mais genuína e equilibrada possível, pois precisamos também nos lembrar do bem-estar dos demais envolvidos: de nós mesmos e de quem partiu, que também sofre as influências da separação.
Em resumo, o conhecimento e a compreensão dos fenômenos que envolvem a morte e as verdades espirituais deverão desde cedo ser inseridos na educação das crianças para que elas estejam mais bem preparadas quando a vida as tornarem forçosamente necessários. Utilizar-se de palavras, atitudes e experiências (jogos, estórias, técnicas psico-pedagógicas, etc) equilibradas e sadias em muito contribuirão para uma visão mais assertiva não somente da morte, mas de todos os fenômenos que envolvam a dor da perda, da separação e da solidão. Longe de enfraquecê-la e amedrontá-la (a fraqueza e o medo estão em nós, pois vemos o que somos), torná-la-ia mais forte e apta para a vida. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

CURSO DE FORMAÇÃO PARA EVANGELIZADORES







4º SEMINÁRIO SOBRE O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Participe você trabalhador ou frequentador dos encontros espiritas, importante oportunidade de aprendizado.

AVISO IMPORTANTE


Car@s participantes da Escola de Pais,

Queremos lhes informar que no próximo domingo (07/04/13), não teremos atividades na Escola de Pais/MEPE/Evangelização Infantil, em decorrência da participação, por parte da evangelizadoras, em um curso de aperfeiçoamento oferecido pela Coordenação de Infância e Juventude da FEEC. Outro ponto relevante quanto ao dia 07/04 é a realização do Seminário do Livro dos Espíritos, o qual iniciará na próxima sexta-feira, finalizando-se no domingo.

No dia 14/04 retomaremos as nossas atividades normais.

Reforçamos o convite feito pela Rosane, coordenadora da Evangelização Infantil na Piedade, para que os pais que têm interesse em ingressar nos trabalhos da Evangelização se inscrevam nesse curso da FEEC. Basta seguir as indicações descritas no cartaz. 
Ressaltamos também a importância da participação no Seminário do Livro dos Espíritos, benefício sempre solicitado por quem frequenta o GEPE Piedade e se mostra desejoso da realização de mais eventos desse tipo nesta sede do GEPE.

Abraços a todos e todas 
Dário Gomes
Coordenador da Escola de Pais - GEPE Piedade