Para muitos, uma
utopia, palavras de efeito...
Para quem aceita os ensinos de Jesus como o único caminho para a felicidade
e a paz dos homens, amar ao próximo é um ideal a ser conquistado.
Que humanidade feliz
seremos, quando a maior parte dos homens se dispuser a olhar o outro como a um
irmão, independente da nacionalidade, da cor da pele, da religião, da sua
maneira de ser!
Amar a todos os povos
da Terra, procurar compreendê-los na sua história, na sua cultura, orando pelos
que se consideram inimigos, para que eles possam perdoar-se uns aos outros para
viverem em paz!...
Amar a todos de um
mesmo país, respeitando as diferenças físicas, intelectuais, sociais e morais,
todos buscando o bem coletivo e todos tendo suas necessidades materiais e
espirituais satisfeitas!...
Amar a todos de uma
mesma cidade, irmanando-se todos com as mesmas oportunidades de estudo, de
trabalho, de convivência...
Amar aos que
encontramos no trabalho, nos ônibus, nas ruas, nas lojas, nas filas, nos
encontros casuais, vendo-os como pessoas iguais a nós, com inteligência,
sentimentos, emoções, que lutam, que sonham...
Amar nossos
familiares!
Como amar a todos?
Que é amar? Segundo o dicionário: "sentir amor ou ternura por, ter
afeição, dedicação, devoção ou querer bem a".
Como sentir ternura
ou afeição a quem nos maltrata, a quem nos incomoda!?
Muitos amaram a
todos, dos quais destacamos Jesus, o Espírito mais puro, que se dispôs, por
Amor, a viver na Terra, numa renúncia e dedicação plenas, para mostrar-nos as
leis morais e como devemos proceder para desenvolvê-las em nós. Destacamos
também, Francisco de Assis, renunciando a uma vida rica, privilegiada,
afastando-se até da convivência familiar, para viver, com liberdade, o amor aos
seus irmãos em Deus.
Como desenvolver esse
amor que nada exige, que vê o outro, qualquer outro, como um irmão, se temos
grande dificuldade em amar familiares, vizinhos, companheiros de trabalho?
Amor é conquista
interna de cada indivíduo. O amor pleno está em nós, em nossa essência, visto
que somos filhos de Deus, Amor Absoluto.
É nossa tarefa
desenvolver esse potencial divino em nós, para que a inteligência não nos leve
a permanecermos no orgulho e no egoísmo.
Amar a família! À
primeira vista, todos amam suas famílias, mas nem todos os familiares se amam.
É aí, no entanto, que temos o próximo mais próximo e é em seu seio que devemos
e podemos exercitar o amor, porque é nela que esse sentimento é mais
egocêntrico, mais possessivo, mais exigente, Amamos querendo que o outro nos
faça feliz, que o outro seja como queremos que ele seja, que siga nossos
ideais, nossas verdades.
Não sabemos amar ao
outro, amamos a nós próprios: somos egoístas aparentemente bem intencionados.
Amar é confiar, é
aceitar e respeitar as diferenças individuais, é querer ver o outro feliz e
colaborar para tal.
A família é assim, o
melhor lugar para o exercício constante do amor. Para isso, é necessário que os
membros mais conscientes da necessidade do amor em nossas vidas e da
valorização da família para a satisfação dessa necessidade, amem a todos com
desprendimento, sem exigências pessoais, se doem num exercício permanente de
renúncia, de humildade em benefício dos demais. "Muito se pedirá a quem
muito foi dado", asseverou Jesus.
Amor na família
inclui também amar as pessoas que partilham dessa convivência, como empregados
domésticos que, muitas vezes, ficam anos e anos, recebendo tratamento
diferenciado, embora concorram (e muito) com seu trabalho e dedicação à paz e à
harmonia no lar. Por quê excluí-los das alegrias do convívio familiar?
Como viveríamos muito
mais felizes no lar, por conseqüência, fora dele, se buscássemos amar a todos
que ali adentram!
Consideremos ainda
que, quanto mais diferenciados de nós, sejam nossos próximos, melhor para nós,
porque são os diferentes que nos ensinam; os iguais facilitam a convivência,
mas podem nos levar a uma parada no crescimento espiritual, pela acomodação ao
bem-estar desse convívio. As pessoas mais difíceis de serem amadas por nós,
forçam-nos a maiores esforços ao controle das nossas reações negativas,
auxiliam-nos ao controle de nossas reações negativas, auxiliam-nos a nos
conhecer melhor e, assim, nossa auto-educação continua se fazendo.
Lembremo-nos sempre:
aqueles a quem temos dificuldade de amar, provavelmente, sentem o mesmo em
relação a nós, vendo-nos também como pessoas difíceis.
Precisamos aprender
olhar cada pessoa com olhos de simpatia, vontade de gostar dela. Com esta atitude
estaremos facilitando o desenvolvimento do amor em nós, ainda que o outro não
nos corresponda da mesma maneira.
Jesus nos ensinou:
"Amai aos inimigos". Se devemos amar até a quem nos faz mal
deliberadamente, quanto mais devemos amar aos que convivem conosco, aos que nos
encontramos no dia-a-dia!...
Amar ao próximo,
desenvolvendo o amor em nós, deve ser a nossa meta, se queremos ser, a cada
dia, pessoas melhores, mais felizes.
O amor ao próximo
leva-nos a amarmo-nos sem egoísmo e sem ilusões; leva-nos a amar a Deus e suas
leis, trazendo-nos a paz interior, porque então, estaremos sempre rodeados de
amigos, de pessoas a quem desejamos tudo o que queremos para nós.
E só assim, vamos nos
transformando em melhores esposos, melhores pais, melhores filhos, melhores
vizinhos, amigos, irmãos e melhores cidadãos!
A sua referência sobre Doutrina Espírita na
Internet
TEXTO:
Leda de Almeida Rezende Ebner
de
Ribeirão Preto, SP
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(Jornal Verdade e Luz
Nº 180 de Janeiro de 2001)