sábado, 3 de agosto de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 04 DE AGOSTO DE 2014

OS INIMIGOS DESENCARNADOS 

5. Ainda outros motivos tem o espírita para ser indulgente com os seus inimigos. 

Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens; que 

ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos 

seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom.

inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado 

a Terra; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, 

tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de uma existência a outra. 

Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações 

entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão:  extinguir o ódio com o 

sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no 

além-túmulo. Cabia-lhe, portanto, apresentar uma razão de ser positiva e uma utilidade 

prática ao perdão e ao preceito do Cristo: Amai os vossos inimigos. Não há coração tão 

perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. 

Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, 

podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um 

mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que 

a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.

6. Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os 

desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas 

obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um 

gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, 

que, por isso; as deve receber com resignação e como conseqüência da natureza inferior 

do globo terrestre. Se não houvesse homens maus na Terra, não haveria Espíritos 

maus ao seu derredor. Se, conseguintemente, se deve usar de benevolência com os 

inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação aos que se acham 

desencarnados.

Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que 

não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam os demônios, que 

são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que 

as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais; 

que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, 

pela caridade;  que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal 

e, sim, também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação 

deles. E assim que o mandamento:  Amai os vossos inimigos  não se circunscreve 

ao âmbito acanhado da Terra e da vida presente; antes, faz parte da grande lei da 

solidariedade e da fraternidade universais. 

Fonte: Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 

Brasília: Feb, 1944. 

Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu

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