Texto que estudaremos no
próximo domingo dia 15/11/2015:
Tema: DEIXAI QUE VENHAM A MIM AS CRIANCINHAS
18. Disse o Cristo: "Deixai que venham a mim as criancinhas."
Profundas em sua simplicidade, essas palavras não continham um simples
chamamento dirigido às crianças, mas, também, o das almas que gravitam nas
regiões inferiores, onde o infortúnio desconhece a esperança. Jesus chamava a
si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravizados e os
viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física, presa à matéria, submetida
ao jugo do instinto, ainda não incluída na categoria superior da razão e da
vontade que se exercem em torno dela e por ela.
Queria que os homens a ele fossem com a confiança daqueles entezinhos de
passos vacilantes, cujo chamamento conquistava, para o seu, o coração das
mulheres, que são todas mães. Submetia assim as almas à sua terna e misteriosa
autoridade. Ele foi o facho que ilumina as trevas, a claridade matinal que toca
a despertar; foi o iniciador do Espiritismo, que a seu turno atrairá para ele,
não as criancinhas, mas os homens de boa-vontade. Está empenhada a ação viril;
já não se trata de crer instintivamente, nem de obedecer maquinalmente; é
preciso que o homem siga a lei inteligente que se lhe revela na sua
universalidade.
Meus bem-amados, são chegados os tempos em que, explicados, os erros se
tomarão verdades. Ensinar-vos-emos o sentido exato das parábolas e vos
mostraremos a forte correlação que existe entre o que foi e o que é. Digo-vos,
em verdade: a manifestação espírita avulta no horizonte, e aqui está o seu
enviado, que vai resplandecer como o Sol no cume dos montes. -João
Evangelista. (Paris, 1863.)
19. Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece
os fracos. Deixai venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de
amparo e consolação. Deixai venham a mim os ignorantes, para que eu os
esclareça. Deixai venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e
dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da
vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos,
esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as
chagas do coração e as cicatriza? E o amor, é a caridade! Se possuís esse fogo
divino, que é o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida:
"Meu Pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz
experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porquanto é para
meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é do teu agrado,
Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as alegrias sãs,
bendito sejas ainda. Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na
alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu
reconhecimento!" Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na
Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades
dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar.
Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a
ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja
capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da
matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra,
subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se
farte do seu elemento de vida no seio do Senhor. - Um Espírito protetor. (Bordéus,
1861.)
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