Texto que estudaremos no próximo domingo dia 15/07:
Tema: INFÂNCIA – MELHOR PERÍODO PARA EDUCAR
Escrevendo sobre “O porquê da infância”, no livro A Educação Segundo o Espiritismo, Dora Incontri esclarece: “É preciso entender a função própria do período infantil, para se poder avaliá-lo com justeza. Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez? A função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não fosse internado num corpo infantil.
Através desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais integral; pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem universal.
Mas a principal finalidade do Espírito nascer criança outra vez é a de ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semi-inconsciência do Espírito encarnado num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão neutralizadas: ele está mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as influências- se lhe forem dados bons estímulos, sua assimilação poderá ajudá-lo imensamente em seu progresso espiritual. Assim também uma influência negativa, transmitida pela educação, pode complicar muito seu futuro espiritual – mas, nesse caso, a responsabilidade moral recairá mais sobre aqueles que foram encarregados de sua educação e falharam nesta tarefa.
Assim, é preciso ser criança de novo, a cada nova encarnação, para que, aliviados momentaneamente das nossas cargas de memória, possamos ser educados e nos educarmos, e com isso darmos alguns passos adiante no caminho infinito da evolução. Prossegue didática: “na infância o Espírito está na posse do melhor de si mesmo, de sua capacidade de amar, de seu desejo de aprender, de sua sinceridade natural. Enquanto os vícios passados dormem no subconsciente, a alma pode dar expansão à sua divindade interior e por isso uma criança, saudável e natural, é sempre um bálsamo para o adulto, já calejado nas dissimulações sociais, envolvido na luta aspérrima da sobrevivência na Terra...
Outro autor espírita, Joamar Zanolini Nazareth, em sua obra Um Desafio Chamado Família, nos alerta também sobre a importância da educação e da evangelização na infância: “Desvendamos, assim, a principal finalidade da infância para o espírito: a EDUCAÇÃO.
Os filhos nesta fase estão mais dóceis e maleáveis às impressões que recebem dos pais; estão aptos a receberem ensinamentos verbais e práticos e estão mais próximos dos exemplos recebidos no lar, onde atuam como uma “chapa fotográfica” muito sensível, captando tudo o que acontece no ambiente doméstico”. Cita no mesmo livro a resposta da Espiritualidade a Kardec que resume a utilidade da infância: “O espírito, encarnando-se para aperfeiçoar-se, é mais acessível, durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação”. Descreve a seguir alguns aspectos sobre a importância da evangelização da criança: “Têm a escola de evangelização infantil por objetivo instruir a criança com os princípios da Doutrina Espírita, que é a revivescência do evangelho do Cristo. A importância da educação moral pelo ensino doutrinário, que será aquela efetuada através da palavra, do ensino voltado para a instrução moral, já se encontra evidenciada desde Allan Kardec. Assim, estaremos preparando a alma infantil para enfrentar as lutas e desafios das provas que a aguarda na Terra, levando no coração os instrumentos capazes de a auxiliarem na defesa dos princípios mais elevados do sentimento.
Chico Xavier afirma-nos também sobre a impossibilidade de renovação do planeta, sem darmos à criança de hoje o embasamento evangélico: “Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da Humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã”.
Assim, a Escola Espírita de Evangelização fornece a instrução, porém, acima de tudo, recursos objetivos para a formação moral levando as verdades e esclarecimentos que ajudarão seu espírito a melhor aproveitar a existência física.
Agnes Henriques, em seu livro Mediunidade em Crianças, recomenda a participação dos pais na evangelização dos filhos:
“Entretanto, levar uma criança para um Centro Espírita para iniciar a formação religiosa, de nada adianta se a família não assumir a parte de responsabilidade que cabe principalmente a ela nessa questão. O primeiro núcleo de educação é o lar, de onde devem partir os exemplos a serem seguidos por nossas crianças em sua caminhada.
Um pai ou uma mãe que se recusa a atender um telefonema, mandando alguém dizer, geralmente os próprios filhos, que não está, deixa nessa atitude leviana e corriqueira de um pequena mentira, um exemplo que ensejará mais tarde, talvez, grandes dissimulações por parte dos próprios filhos. Os pais que não se preocupam com a sua formação moral e religiosa, e cuja conduta no lar não tem diretrizes ético-morais, estarão deixando exemplos que fatalmente irão corromper a personalidade de seus filhos. O esforço que se faz para desvincular de velhos costumes, a prática sincera no bem, a conduta correta é que são as diretrizes seguras a serem propagadas pelos pais e espelhadas pelos filhos.
Acompanhar os pequenos em todas as ocasiões e cuidar para que, além de provê-los da parte material, os pais possam estar também fornecendo os subsídios necessários ao aprimoramento moral, favorável para que a prática evangélica do “Amai-vos uns aos outros” se estabeleça no lar em toda a sua plenitude.
Conclui com muita propriedade Joamar Nazareth no capítulo “Responsabilidade dos Pais em conduzir seus filhos à evangelização”:
“Há pais que não levam seus filhos à Casa Espírita sob a desculpa de que elas é que deverão decidir, quando crescerem, qual ambiente religioso freqüentar. Isto reflete a atitude de pais espíritas equivocados e ignorantes quanto à necessidade de aproveitar a fase infantil para a sementeira de valores cristãos. Os filhos poderão exercer seu direito de escolha à medida que o tempo passe e eles cresçam e amadureçam. Inicialmente, compete aos pais, fiéis depositários de seus filhos na Terra, escolher o melhor, decidindo por eles até que tenham condições de fazê-lo”.
Emmanuel alerta-nos contra o pretexto de liberdade da criança escolher: “Os pais espiritualistas devem compreender que qualquer indiferença neste particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo e à ausência de amor à verdade”.
Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras). Guia Útil dos Pais – Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 89 a 92p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário