Segue abaixo o texto que será estudado no próximo domingo.
Tema: Educar-se para Educar.
Fonte: BARRRETO, E. F. P.; CARNEIRO, T. M. F. (organizadoras) Guia útil dos pais: Uma Abordagem Educacional Espírita. 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004.
Dário Gomes
Coordenado Escola de Pais
EDUCAR-SE
PARA EDUCAR
Os pais também duvidam de si porque têm falhas e
fracassos reais. Ser um pai ou uma mãe ideal deve ser o objetivo de todos,
porém devemos admitir que somos seres humanos imperfeitos, com defeitos a
eliminar e lacunas a preencher. Procurar ser pais “suficientemente bons” é na
verdade um bom começo. Isso alivia a tensão de desejar corresponder a um ideal
extremamente difícil, mas resulta em novas ansiedades. Até que ponto um pai tem
que ser bom? Até que ponto pode ser mau sem deixar de ser “suficientemente
bom”? Todo pai está consciente de defeitos em seu próprio caráter, e da
existência de características pessoais que ele receia possam influenciar
negativamente seu filho.
Esse medo é aumentado por tudo que atualmente se diz
acerca da importância do laço pessoal entre pais e filhos. Procuramos aqui
ressaltar como esse laço é de importância decisiva para o desenvolvimento da
criança. Se, então, tanta coisa depende da qualidade do intercâmbio humano na
família, os pais, conscientes das vezes que falharam exatamente nisso, começam
a temer o possível prejuízo que podem causar aos filhos.
Todos os pais têm sua carga secreta de culpa a
respeito dos filhos. Algumas se referem a coisas passageiras; outras são mais
graves, por serem mais sérias ou permanentes.
Os pais sabem, também, que seu melhor lado, aquele
que deseja o melhor para seus filhos, nem sempre é o que prevalece. Sabem que,
às vezes, são desagradáveis para com seus filhos, estragam seus esforços ou
ofendem sua jovem dignidade. Entretanto, quando essas faltas são passageiras,
você não as comete frequentemente, e sente que pode abrandar a mágoa causada a
seu filho e modificar a situação, sua culpa, embora aguda na ocasião,
habitualmente não dura muito.
A questão é que todo pai sente-se culpado em relação
aos filhos. E daí? Deve-se concluir que é um mau pai?
Certamente, os pais tendem a chegar a essa
conclusão. Em seus maus momentos, quando o sentimento de culpa e inadequação
prevalecem, esquecem todos os cuidados e dedicação que proporcionaram aos
filhos. Os fracassos parecem grandes demais, e receiam que não haja neles nada
de bom. Então, acham que são maus pais. Nessa disposição, qualquer fracasso
lhes parece um fracasso total. Os defeitos, na maioria das vezes, são
contrabalanceados pelas qualidades. Você pode ser impaciente, mas também capaz
de muito carinho. Algumas vezes foi displicente ou sem compreensão, mas muitas
outras vezes foi atencioso e receptivo. Se temos de admitir que não somos seres
simples, cheios apenas de amor por nossos filhos, também devemos lembrar que
não procuramos somente magoar e ferir. Educamos nossos filhos e os capacitamos
a progredir.
Joamar Zanolini Nazareth, em seu livro Um Desafio Chamado Família, esclarece
que essa questão à luz da Doutrina Espírita:
“O Espiritismo é uma doutrina que nos coloca no
dever de sempre caminhar. Não nos pede santidade para abraçar a tarefa
educativa. Podemos apenas caminhar e, a cada passo dado no rumo do progresso,
surge o convite ao trabalho dentro do que já conquistamos, abrindo
oportunidades de adquirir as virtudes que ainda não trazemos na alma. O erro
não está em ter imperfeições, mas em algemar-se à preguiça e não buscar
melhorar-se. A necessidade fundamental do educador passa a ser a própria
iluminação.
Vejamos o alerta de Emmanuel: “na sagrada missão de
ensinar, instruem o intelecto, mas, de um modo geral, ainda não sabem iluminar
o coração dos discípulos, por necessitados do própria iluminação”.
Não é preciso ser catedrático ou um “espírito
perfeito” para a tarefa educativa; pede-se, no entanto, o intensivo esforço da
reforma íntima, com maior autodomínio, disciplina dos sentimentos egoísticos e
inferiores, extermínio das paixões e a gradativa aquisição de conhecimentos
elevados.
Então, devemos ter sempre conosco a legenda
“Educar-se para educar”, a fim de não esquecermos nossa necessidade de
progresso. E, a cada avanço na jornada evolutiva, melhorarmos nossa condição de
educadores.
Através do próprio burilamento, estaremos melhorando
nossa condição de pais/professores, para desempenhar mais decisivamente as
obrigações. E honrar o galardão da educação é preparar a construção de um mundo
melhor, pois somente com o amparo e socorro moral às gerações futuras é que
estaremos efetivamente acendendo a lâmpada da renovação da humanidade,
extinguindo as trevas da ignorância, da falta de fé e da pobreza de valores
morais no mundo.”
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