sexta-feira, 31 de maio de 2013

A paciência

7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu. 
Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)

Fonte: Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. Brasília: Feb, 1944. 

sexta-feira, 24 de maio de 2013


FOTOS DIA DAS MÃES 2013



MÃE
Procurei ansiosamente
Um símbolo do amor de Deus no mundo,
Carinho permanente,
Amor que nada mais pedisse à vida,
A fim de estar contente,
Que o dom de ser amor sublimado e profundo.
Vi o Sol trabalhando sem cansaço
Doando-se sem pausa, alto e bendito,
O astro imenso, porém, pedia espaço,
De maneira a brilhar nas telas do Infinito.
Julguei achar na fonte esse traço perfeito,
Fitando-lhe a corrente a servir sem parar,
Mas a fonte exigia a hospedagem do leito
A fim de prosseguir à procura do mar.
Fui à árvore amiga e anotei-lhe a lição:
Conquanto a se entregar tanto aos bons,
quanto aos frutos,
Precisa defesa e vínculos no chão
Ao fornecer, sem paga, a riqueza dos frutos.
Vi a abelha no favo a pedir mel às flores,
Nuvens para servir solicitando alturas,
Escolas em função buscando professores
E o lar para ser lar exigindo estruturas.
Toda força do bem que ao bem se entregue
Em bondade constante e em contínua grandeza,
Assegura-se, vive, auxilia e prossegue,
Algo requisitando ao Mundo e à Natureza.
Em ti, unicamente, Mãe querida,
Encontro o amor que nasce e cresce, em suma,
No sacrifício pura, acalentando a vida,
Sem reclamar da Terra cousa alguma.
Eis porque sobre todo amor que existe
As Mães são guias, anjos, cireneus,
Cujo brilho por si só nos protege e persiste
Em ser somente amor, no excelso amor de Deus.
Estrela, Deus te guarde em teu fulgor celeste! …
Agradeço-te a luz, o carinho e o perdão …
Bendita sejas, Mãe, porque me deste
A presença de Deus no coração.
Maria Dolores
(De Somente Amor, de Francisco Cândido
Xavier, pelos Espíritos Maria Dolores e Meimei)
Quem quiser acessa-las e clicar no link: Foto Dia das Mães 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 26 DE MAIO DE 2013


O PORQUÊ DA INFÂNCIA

Existem duas visões extremadas a respeito da infância: uma delas considera a infância como uma espécie de humilhação, pois o homem se vê num estado de desproteção e dependência que lhe causa profunda infelicidade (o que em parte é verdade, não por causa da infância em si, mas por causa do despotismo dos adultos que, ao invés de proteger a fragilidade infantil, oprimem a criança e abusam dela). Outros vêem no estado infantil um sonho de beleza e felicidade, uma época de despreocupação e de fantasia, pela ausência de ocupações sérias.
Em verdade, a condição infantil não é em si mesma humilhante e, por outro lado, nem sempre é imune de sofrimento, num estado ideal de felicidade e nem é isenta de seriedade, pois o período de aprendizagem infantil é de suma importância para a vida terrena e espiritual. Aquele que acha que ser criança é algo humilhante talvez seja excessivamente orgulhoso (por isso o ensino de Jesus de que é preciso se fazer pequenino para entrar no Reino dos Céus). E aquele que atribui à infância uma época de maravilhosa irresponsabilidade, talvez revele tendência à fuga da realidade e não se acomode muito com o lado sério da vida, ou ainda só considere sério o que se relaciona com a luta do ganha-pão, com as ambições terrenas e, por isso, não vê a seriedade da infância.
É preciso entender a função do período infantil, para se poder avaliá-lo com justeza. Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez? A função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não fosse internado num corpo infantil.
Através desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais integral: pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem universal.
Mas a principal finalidade de o Espírito nascer criança outra vez é a de ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semi-inconsciência do Espírito encarnado num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão neutralizadas: ele está mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as influências – se lhe forem dados bons estímulos, sua assimilação poderá ajudá-lo imensamente em sue progresso espiritual. Assim também uma influência negativa, transmitida pela Educação, pode complicar muito seu futuro espiritual – mas, nesse caso, a responsabilidade moral recairá mais sobre aqueles que foram encarregados de sua Educação e falharam nessa tarefa.
Assim, é preciso ser criança, a cada nova encarnação, para que, aliviados momentaneamente das nossas cargas de memória, possamos ser educados e nos educarmos, e com isso darmos alguns passos adiante no caminho infinito da evolução.
A infância é, pois, um estado de humildade – não de humilhação – porque todo recomeço requer esta virtude. É também um estão de bênção – não por causa da aparente irresponsabilidade – mas porque o Espírito está na posse do melhor de si mesmo, de sua capacidade de amar, de se desejo de aprender, de sua sinceridade natural. Enquanto os vícios passados dormem no subconsciente, a alma pode dar expansão à sua divindade interior e por isso uma criança, saudável e natural, é sempre um bálsamo para o adulto, já calejado nas dissimulações sociais, envolvido na luta aspérrima da sobrevivência na Terra...
O período infantil é um período muito sério, porque então o homem, ainda não aparelhado física e psiquicamente para o trabalho considerado produtivo no mundo, pode se dedicar ao trabalho não-produtivo (economicamente), mas nem por isso menos importa: o trabalho de aprender, de amar, de construir, a si mesmo, de observar a vida e as coisas com olhes de interesse e entusiasmo...

sexta-feira, 17 de maio de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 19 DE MAIO DE 2013


A FALA DOS PAIS

Se a mãe soubesse a força de que dispõe pela palavra diante dos seus filhos, procuraria falar com mais cuidado. A tua conversa, mãe, é tinta divina, e tua mente educada, a caneta pela qual podes escrever no destino do teu filho.
A disciplina da mãe, no tocante ao falar, é de suma importância, porquanto os filhos nunca esquecerão a fala materna, principalmente quando ela se envolve no magnetismo do amor e vive o que conversa com seus filhos, de bom, de agradável, de direito, de direito e de justiça. É certo que a verdadeira educação começa no lar.
A mãe, nos primeiros anos do bebê, é um sol para aquecê-lo, é uma mão divina para guiá-lo no caminho da vida. A soberania espiritual da alma flui por excelência, através do que ela fala. Analisando a conversa alheia sem intenção de julgá-la, saberás a que escala pertence o espírito que escutas, qual o seu nível de conduta, e por aí poderás observar a ti mesmo, dando imediatamente um toque de reparo naquilo que precisar. E, quando os filhos estiverem crescidos, a voz materna, acostumada no palavreado do bem e da verdade, cresce em seus conceitos e eles a deixam cair em seus corações como semente de energismo salutar. Em certas horas graves, a palavra de mãe não será retrucada, e sim ouvida com maior respeito. Eis o que nos fala Jó: “Havendo eu falado, não replicaram, as minhas palavras caíram sobre eles como o orvalho” (Jó, 29:22)
A voz materna pode ganhar ou perder a autoridade moral perante os filhos; dependendo do modo de vida que escolhe. O exemplo é força dominante na vida daqueles que convivem contigo, e, sabes, mãe, antes de o teu filho nascer, há tempos ele já convive contigo, e é nesse período que deves iniciar com maior segurança o que vais falar, pois ele está te ouvindo e sentindo o que sentes. Tu e ele, pode se dizer, compõem um só. Esquece os aborrecimentos, dispersa a melancolia e faze de conta que desconheces o ódio; começa a transformar-te em um mundo de alegria e de esperança, que estarás cooperando para a paz daquele que se aproxima do teu lar, e vai ser teu filho do coração.
A mulher tem uma grande missão junto à família, na arte de falar a ela, dado o maior tempo de conversações, e nisto está muita responsabilidade no que diz aos outros. Compete a cada uma reverência especial na educação, e essa educação diante das suas companheiras é mais difícil de se fazer. Onde ficamos à vontade esquecemos a corrigenda, e deixamos para depois a disciplina. Mãe, falando no teu lar, estás preparando outras mães e pais para outros lares, que sucessivamente herdam o que falas! O que dizes disto? Qual o caminho que vais escolher, ouvindo esta verdade?
Vamos trabalhar para um futuro de paz, senão um ambiente de luz, mas o teu início de renovação da humanidade nunca está longe de ti; começa em teu ser, com raízes em teu lar, e propaga-se em ondas poderosas no estalar da tua língua.
Não menos importante do que a fala da mãe, a fala do pai também é energia divina, pois quando o verbo é portador de amor, acorda em quem ouve variadas gamas de bons sentimentos, indispensáveis à educação de nossos filhos.
A estirpe da conversa se esconde nas profundezas dos sentimentos, como a sintonia gera ideias no mesmo tom, materializando palavras de natureza idêntica. Pensamentos e sentimentos produzem uma corrente contínua de vibrações: um fornece a força, o outro plasma o entendimento e a palavra anuncia, no exterior, o que se passa por dentro de quem pensa e sente.
Lembrando o título da mensagem, vamos buscar, com todo o carinho e respeito, o dever maior do pai de família, junto aos seus, àqueles que o cercam. O homem que já pensou na conjuntura do seu lar, na harmonia de sua família e na paz dos seus filhos, obviamente já lançou mão dos seus deveres, no que se refere à educação da palavra. Se tu és pai, procura descobrir o quanto vale a tua palavra dentro de casa; ela é ouvida com mais interesse do que pensas. Por vezes, sai da tua boca sem a menor importância a que lhe dás, no entanto, os teus filhos e companheira acreditam em ti e seguem as tuas instruções, pelo poder do teu verbo.
Confere as tuas ideias, antes de a palavra expor o que intentares falar. A tua conversa é, de certo modo, alimento, em dimensão diferente, para os espíritos que habitam contigo. Há muito para dizer a eles, no sentido construtivo, senão benéfico, em variadas ordens de comunhão com a verdade e o amor. As crianças de um lar sempre esperam por todo o dia a chegada do pai, para que se lhes transmita uma história. Alegra o ambiente com tuas palavras, através do modo pelo qual o carinho sugestiona essa ânsia de prazer das almas que se propuseram a andar juntas e, por enquanto, vieram como teus filhos. Amanhã, os papéis podem estar invertidos. Lança mão dessa oportunidade. Não te desvies do caminho de casa, para lugares sonde o bom senso não te inspira, nos quais o palavreado é sempre inferior. Não sujes a tua boca com conversas que o pudor não aprova porque elas são carregadas de magnetismo inferior, de sorte a turvar todo o teu campo mental, a empanar os teus sentimentos elevados e a criar uma tensão espiritual de baixo teor. E depois, quando chegares em teu lar, o que poderás fazer para os teus? Vais sentir-te cansado pela mudança de assuntos, vais sentir-te humilhado pela tua própria consciência e vais calar, por não existirem argumentos compatíveis com o teu ambiente familiar, deixando, assim, de cumprir o teu dever diante daqueles que te esperavam na candidez que os anos lhes dão.
Quem não sente prazer em falar com crianças? Com elas, aprendemos muito na arte em que os anjos são sábios. Quantos anjos tens em casa? Um, dois, três ou mais? Que felicidade! O que procuras fora está dentro da tua casa; é o céu, é Deus te chamando para um convívio de alegria e de paz. Fala com teus filhos, fala com tua companheira, mas fala com grandeza de coração e inteligência disciplinada. Move a tua língua em todas as direções, escolhendo sons que mais agradem aos ouvidos dos que te ouvem, e nunca esqueças perante os teus filhos, de um sorriso de otimismo e de uma feição de carinho; eis o material que a vida usa para alimentar e garantir vidas em formação. Não existe família unida sem palavras bem formadas. Poderemos interpretar Marcos, no capítulo dois, versículo onze: “Todo pai ou familiar que se encontre doente dos pensamentos e palavras, deve procurar com urgência o Cristo, para ser curado.”
E vamos ouvir, depois de curados, para onde Jesus vai mandar o ex-enfermo: “Eu te mando: levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.” (Marcos, 2:11)

terça-feira, 7 de maio de 2013


Ser Mãe!!!
Ser mãe é uma confusão. Uma mistura tão intensa de sensações e sentimentos que dificilmente quem não é entende.
Ser mãe é uma caixinha de surpresas. Toda mulher está preparada, mas não sabe. Quando chega a hora está lá, como item de fábrica.
Ser mãe é ver a barriga crescer fazendo planos. E esses são os únicos 9 meses (no meu caso 7) em que você vai ter tempo para isso.
Porque ser mãe é viver um dia de cada vez, uma fralda de cada vez, uma mamada, uma soneca, manha, beicinho. Tudo de cada vez.
Ser mãe é saber que é hora de quê sem olhar no relógio. É não ver o dia passar. É saber que o mês passou só quando perguntam quanto tempo o seu filho tem.
Ser mãe é se encher de orgulho quando falam “Nossa! Que grandão!”.
Ser mãe é ser assim. Forte sem ter noção da força.
É escolher com o quê ter paciência. É descobrir uma nova mulher em si a cada dia.
É não se importar com o resto do mundo, mas chorar ao pensar em que mundo seu filho vai crescer.
Ser mãe é não pensar tanto no futuro. É ter vontade de olhar fotos antigas para ver com quem ele realmente se parece.
Ser mãe, aliás, é achar que um dia ele é a sua cara, mas no outro de seu só tem o pé.
Ser mãe é achar tudo lindo, tudo engraçado, tudo novo. É estar atenta as descobertas sem interferir muito. É aplaudir o acerto e ser firme no erro.
Ser mãe é não ter sono. Ou ter e fingir que ele não existe.
É deixar de lado a vaidade, mas se achar linda com olheiras e tudo.
Ser mãe, para a maioria, é esquecer (pelo menos um pouco) que existe estria, celulite, peito caído, salto alto, bijuteria.
Ser mãe é ser polvo. É ter quantos braços forem necessários para carregar o carrinho, a bolsa, a chupeta, o paninho, o brinquedo e o filho. Ufa...
Ser mãe é procurar selo do Inmetro, peça pequena, peça grande, estímulo.
Ser mãe é conseguir. Conseguir amamentar, deixar na escola, com a babá, deixar crescer.
É conseguir entender o choro e deixar chorar.
Ser mãe é ficar parada na beira do berço. É dizer “Deus te abençoe”. É entender que o amor existe em diversas formas, inclusive nessa, tão pura e transparente.
É não pensar mais em morte, é entender a vida.
Ser mãe é aguentar o tranco.
É sentir dor nas costas, nas pernas, nos braços. E não sentir mais nada quando um sorriso se abre, quando um choro começa ou a tosse dispara.
Ser mãe é discutir com o pediatra, é questionar o medicamento, é acreditar nas dicas da avó.
Ser mãe é renovar laços. Com si próprio, com a família, com as tradições.
Ser mãe é ter e ouvir os instintos. É ser leoa, ave de rapina. É ser desconfiada como a raposa e ágil como a lebre.
Ser mãe é ser filha também. É mais aprender do que ensinar e mais ensinar do que aprender.
Ser mãe é conviver. É deixar que convivam. É aproveitar cada fase do filho e de ser mãe.
É cortar as asas e é deixar que voe.
É correr pro abraço, esquecer o cansaço e trocar a fralda, preparar o banho, a mamadeira e escolher a roupa, tudo ao mesmo tempo.
Ser mãe é estar completa.
É ter o coração quente, os olhos cheios de lágrimas, os braços cheios de força e a cabeça repleta de idéias e preocupações.
Ser mãe é ter sempre um filho a mais: o marido.
É entender o começo de tudo. É procurar explicações bem no fundo.
É suspirar. É concordar discordando.
É, desde o exame positivo, nunca mais estar sozinha, e mesmo sozinha, ter em quem pensar. É estar perto mesmo longe.
Ser mãe é seguir em frente.
É não deixar que o tempo pare e é achar que passa rápido demais.
Ser mãe é ser mãe.
Sempre.
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Carol Garcia - Mulher, mãe, jornalista. Adora um bom papo, uma boa novidade e um bom destino. Conhecer novos lugares, novos costumes e viver. Muito! Autora do blog Viajando na Maternidade, onde compartilha sua experiência e muitas dicas de toda essa viagem que é ser mãe.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 05 DE MAIO DE 2013


A REENCARNAÇÃO FORTALECE OS LAÇOS DE FAMÍLIA, AO PASSO QUE A UNICIDADE DA EXISTÊNCIA OS ROMPE

18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento.
Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.
19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou, Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatizas se esvaem. E desse modo que se opera a fusão das diferentes categorias de Espíritos, como se dá na Terra com as raças e os povos.
20. O temor de que a parentela aumente indefinidamente, em conseqüência da reencarnação, é de fundo egoístico: prova, naquele que o sente, falta de amor bastante amplo para abranger grande número de pessoas. Um pai, que tem muitos filhos, ama-os menos do que amaria a um deles, se fosse único? Mas, tranqüilizem-se os egoístas: não há fundamento para semelhante temor. Do fato de um homem ter tido dez encarnações, não se segue que vá encontrar, no mundo dos Espíritos, dez pais, dez mães, dez mulheres e um número proporcional de filhos e de parentes novos. Lá encontrará sempre os que foram objeto da sua afeição, os quais se lhe terão ligado na Terra, a títulos diversos, e, talvez, sob o mesmo título.

Fonte: Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. Brasília: Feb, 1944.