quinta-feira, 13 de junho de 2013

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 16 DE JUNHO 2013

O adolescente e o namoro

Na fase da adolescência, a atração sexual é portadora de alta carga de magnetismo. Surge, inesperadamente, a necessidade de intercâmbio afetivo, que o jovem ainda não sabe definir. Os interesses infantis são superados e as aspirações acalentadas até então desaparecem, a fim de cederem lugar a outras motivações, normalmente através do relacionamento interpessoal. Os hormônios, amadurecendo e produzindo as alterações orgânicas, também trabalham no psiquismo, desenvolvendo aptidões e anseios que antes não existiam.
Nesse momento, os adolescentes olhamse surpresos, observam as modificações externas e descobrem anseios a que não estavam acostumados. São tomados de constrangimento numa primeira fase, depois, de inquietação, por fim, de certa audácia, iniciandose as experiências dos namoros.
Referimonos ao processo natural, sem as precipitações propostas pelas insinuações, provocações e licenças morais de toda ordem que assolam o mundo juvenil, conspirando contra a sua realização interior.
Estimulados por essa falsa liberdade, mentalmente alertados antes de experimentarem as legítimas expressões do sentimento, atiramse na desabalada busca do sexo, sem qualquer compromisso com a emoção, transtornandose e perdendo a linha do desenvolvimento normal, passo a passo, corpo e mente.
Prematuramente amadurecidos, perdem o controle da responsabilidade e passam a agir como autômatos, vendo, no parceiro, apenas um objeto de uso momentâneo, que deve ser abandonado após o conúbio, a fim de partir na busca de nova companhia, para atender a sede de variação promíscua e alienadora.
O namoro é uma necessidade psicológica, parte importante do desenvolvimento da personalidade e da aprendizagem afetiva dos jovens, porquanto, na amizade pura e simples são identificados valores e descobertos interesses mais profundos, que irão cimentar a segurança psicológica quando no enfrentamento das responsabilidades futuras.
Tratase de um período de aproximação pessoal, de intercâmbio emocional através de diálogos ricos de idealismos, de promessas — que nem sempre se cumprem, mas que fazem parte do jogo afetivo — e sonhos, quando a beleza juvenil se inspira e produz.
As artes, em geral, a literatura, a poesia, a estética descobriram na afetividade juvenil suas verdadeiras musas, que passaram a contribuir em favor do enriquecimento da vida, através das lentes róseas dos enamorados. Todo um mundo dourado e azul, trabalhado nas estrelas e no luar, no perfume das flores e nos favônios dos entardeceres, aparece quando os jovens se encontram e despertam intimamente para a afetividade.
O recato, a ternura, a esperança, o carinho e o encantamento constituem as marcas essenciais desses encontros abençoados pela vida. As dificuldades parecem destituídas de significado e os problemas são teoricamente de soluções muito fáceis, convidando à luta com que se estruturam para os investimentos mais pesados do futuro.
O desconhecimento do corpo e a inexperiência da sua utilização, nesse período, cedem lugar a um descobrimento digno, compensador, que predispõe aos relacionamentos tranquilos, estimulantes.
Igualmente nesse curso do namoro se identificam as diferenças de interesse, de comportamento psicológico, de atração sexual e moral, cultural e afetiva.
O adolescente, às vezes, encantador, que desperta sensualidade nos outros, no convívio pode apresentarse frívolo, vazio de idealismo, desprovido de beleza, que são requisitos de sustentação dos relacionamentos, e logo desaparece a atração, que não passava de estímulo sexual sem maior significado.
Quando o namoro derrapa em relacionamento do sexo, por curiosidade e precipitação, sem a necessária maturidade psicológica nem a conveniente preparação emocional, produz frustração, assinalando o ato com futuras coarctações, que passam a criar conflitos e produzir fugas, gerando no mundo mental dos parceiros receios injustificáveis ou ressentimentos prejudiciais. Não raro, esses choques levam a práticas indevidas e preferências mórbidas, que se transformam em patologias inquietantes na área do comportamento sexual.
É natural que assim suceda, porque o sexo é departamento divino da organização física, a serviço da vida e da renovação emocional da criatura, não podendo ser usado indiscriminadamente por capricho ou por mecanismos de afirmação da polaridade biológica de cada qual.
O indivíduo tem necessidade de exercer a função sexual, como a tem de alimentarse para viver. Não obstante essa função, porque reprodutora, traz antecedentes profundos fixados nos painéis do Espírito, arquivados no inconsciente, que não interpretados corretamente se encarregam de leválo a transtornos psicóticos significativos.
O período do namoro, portanto, é preparatório, a fim de predispor os adolescentes ao conhecimento das suas funções orgânicas, que podem ser bem direcionadas e administradas sem vilania, mantendo o alto padrão de consciência em relação ao seu uso.
As carícias se encarregam de entretecer compensações afetivas e preencher lacunas do sentimento, traduzindo a necessidade do companheirismo, da conversação, da troca de opiniões, do intercâmbio de aspirações.
O mundo começa também a ser descoberto e programas são delineados, nesse comenos afetuoso, tendo em vista a possibilidade de estar próximo do ser querido e com ele compartir dores e repartir alegrias.
As dificuldades e conflitos íntimos, face à aproximação afetiva, são debatidos e buscamse fórmulas para superálos e resolvêlos.
Um auxilia o outro e abremse os corações, pedindo auxílio recíproco. Quando isso não ocorre, há todo um jogo de mentiras e aparências que não correspondem à realidade, e cada um dos parceiros pretende demonstrar experiências que não consolidou, e que se encontram na imaginação, como decorrência de informações incorretas ou de usos inadequados, que exalta, tornandose agressivo e primário, sem a preocupação de causar ou não trauma no parceiro.
Merece considerar, também, que nessa fase, o jovem desperta para as suas faculdades paranormais, suas inseguranças e ansiedades estão em desordem, propiciando, pela natural lei de causa e efeito, a aproximação de antigos comparsas, que procedem de reencarnações passadas e agora se acercam para darem prosseguimento a infelizes obsessões, particularmente na área sexual.
Grande número de adversários espirituais é constituído de afetos abandonados, traídos, magoados, infelicitados, que não souberam superar o drama e retornam esfaimados de paixões negativas, buscando aqueles que lhes causaram danos, a fim de se esforçarem, investindo, desse modo, furiosos e cruéis, contra quem lhes teria prejudicado.
Esse é um capítulo muito delicado, que não pode ser deixado à margem, merecendo análise especial.
Assim, o namoro preenche a lacuna da imaturidade e propicia renovação psicológica e conforto físico, sem ardência de paixão, nem frustração amorosa antes do tempo.



Fonte: Franco, Divaldo P., pelo espírito Joana de Angelis. Adolescência e Vida. Disponível em http://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L102.pdf

Um comentário:

Anônimo disse...

O Espiritismo é a doutrina do bom senso que nos ensina a analisar as mais diversas situações da vida pelo prisma da racionalidade.

Dário