Texto que estudaremos no
próximo domingo dia 19/07/2015:
Tema: INFÂNCIA – MELHOR PERÍODO PARA EDUCAR
Escrevendo sobre “O porquê da
infância”, no livro A Educação Segundo o Espiritismo, Dora Incontri esclarece:
“É preciso entender a função própria do período infantil, para se poder
avaliá-lo com justeza. Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes
viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar
de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez? A função educativa
da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens
diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não
fosse internado num corpo infantil.
Através desse processo de esquecimento
e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais
integral; pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo
sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com
inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso,
modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas
culturas, aumentando sua bagagem universal.
Mas a principal finalidade do Espírito
nascer criança outra vez é a de ser educado novamente. As impressões positivas
que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e
até em próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semi-inconsciência do
Espírito encarnado num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão
neutralizadas: ele está mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as
influências- se lhe forem dados bons estímulos, sua assimilação poderá ajudá-lo
imensamente em seu progresso espiritual. Assim também uma influência negativa,
transmitida pela educação, pode complicar muito seu futuro espiritual – mas,
nesse caso, a responsabilidade moral recairá mais sobre aqueles que foram
encarregados de sua educação e falharam nesta tarefa.
Assim, é preciso ser criança de novo,
a cada nova encarnação, para que, aliviados momentaneamente das nossas cargas
de memória, possamos ser educados e nos educarmos, e com isso darmos alguns
passos adiante no caminho infinito da evolução. Prossegue didática: “na
infância o Espírito está na posse do melhor de si mesmo, de sua capacidade de
amar, de seu desejo de aprender, de sua sinceridade natural. Enquanto os vícios
passados dormem no subconsciente, a alma pode dar expansão à sua divindade
interior e por isso uma criança, saudável e natural, é sempre um bálsamo para o
adulto, já calejado nas dissimulações sociais, envolvido na luta aspérrima da
sobrevivência na Terra...
Outro autor espírita, Joamar Zanolini
Nazareth, em sua obra Um Desafio Chamado Família, nos alerta também sobre a
importância da educação e da evangelização na infância: “Desvendamos, assim, a
principal finalidade da infância para o espírito: a EDUCAÇÃO.
Os filhos nesta fase estão mais dóceis
e maleáveis às impressões que recebem dos pais; estão aptos a receberem
ensinamentos verbais e práticos e estão mais próximos dos exemplos recebidos no
lar, onde atuam como uma “chapa fotográfica” muito sensível, captando tudo o
que acontece no ambiente doméstico”. Cita no mesmo livro a resposta da
Espiritualidade a Kardec que resume a utilidade da infância: “O espírito,
encarnando-se para aperfeiçoar-se, é mais acessível, durante esse período, às
impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem
contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação”. Descreve a seguir
alguns aspectos sobre a importância da evangelização da criança: “Têm a escola
de evangelização infantil por objetivo instruir a criança com os princípios da
Doutrina Espírita, que é a revivescência do evangelho do Cristo. A importância
da educação moral pelo ensino doutrinário, que será aquela efetuada através da
palavra, do ensino voltado para a instrução moral, já se encontra evidenciada
desde Allan Kardec. Assim, estaremos preparando a alma infantil para enfrentar
as lutas e desafios das provas que a aguarda na Terra, levando no coração os
instrumentos capazes de a auxiliarem na defesa dos princípios mais elevados do
sentimento.
Chico Xavier afirma-nos também sobre a
impossibilidade de renovação do planeta, sem darmos à criança de hoje o
embasamento evangélico: “Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob
a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da
Humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã”.
Assim, a Escola Espírita de
Evangelização fornece a instrução, porém, acima de tudo, recursos objetivos
para a formação moral levando as verdades e esclarecimentos que ajudarão seu
espírito a melhor aproveitar a existência física.
Agnes Henriques, em seu livro
Mediunidade em Crianças, recomenda a participação dos pais na evangelização dos
filhos:
“Entretanto, levar uma criança para um
Centro Espírita para iniciar a formação religiosa, de nada adianta se a família
não assumir a parte de responsabilidade que cabe principalmente a ela nessa
questão. O primeiro núcleo de educação é o lar, de onde devem partir os
exemplos a serem seguidos por nossas crianças em sua caminhada.
Um pai ou uma mãe que se recusa a
atender um telefonema, mandando alguém dizer, geralmente os próprios filhos,
que não está, deixa nessa atitude leviana e corriqueira de um pequena mentira,
um exemplo que ensejará mais tarde, talvez, grandes dissimulações por parte dos
próprios filhos. Os pais que não se preocupam com a sua formação moral e
religiosa, e cuja conduta no lar não tem diretrizes ético-morais, estarão
deixando exemplos que fatalmente irão corromper a personalidade de seus filhos.
O esforço que se faz para desvincular de velhos costumes, a prática sincera no
bem, a conduta correta é que são as diretrizes seguras a serem propagadas pelos
pais e espelhadas pelos filhos.
Acompanhar os pequenos em todas as
ocasiões e cuidar para que, além de provê-los da parte material, os pais possam
estar também fornecendo os subsídios necessários ao aprimoramento moral,
favorável para que a prática evangélica do “Amai-vos uns aos outros” se
estabeleça no lar em toda a sua plenitude.
Conclui com muita propriedade Joamar
Nazareth no capítulo “Responsabilidade dos Pais em conduzir seus filhos à
evangelização”:
“Há pais que não levam seus filhos à
Casa Espírita sob a desculpa de que elas é que deverão decidir, quando
crescerem, qual ambiente religioso freqüentar. Isto reflete a atitude de pais
espíritas equivocados e ignorantes quanto à necessidade de aproveitar a fase
infantil para a sementeira de valores cristãos. Os filhos poderão exercer seu
direito de escolha à medida que o tempo
passe e eles cresçam e amadureçam. Inicialmente, compete aos pais, fiéis
depositários de seus filhos na Terra, escolher o melhor, decidindo por eles até
que tenham condições de fazê-lo”.
Emmanuel alerta-nos contra o pretexto
de liberdade da criança escolher: “Os pais espiritualistas devem compreender
que qualquer indiferença neste particular pode conduzir a criança aos prejuízos
religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo e à ausência de amor à
verdade”.
Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro
(organizadoras). Guia Útil dos Pais
– Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE
– Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 89 a 92p.
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