Texto que estudaremos no próximo domingo dia 11/03:
Tema: LAR É DIFERENTE DE CASA.
Quando a família está para ser constituída existe uma preocupação grande quanto ao lugar onde ela irá se fixar, ou seja, a casa que se transformará na moradia dessa família. Cuidados arquitetônicos são providenciados. A decoração é revista. Estuda-se a vizinhança. A casa está pronta. Entretanto, o lar desmorona alguns meses depois - o lar e não a casa - entre brigas, confusões, ciúmes. A casa ali está no mesmo lugar de sempre, mas pesa sobre o lar uma atmosfera de intranqüilidade, de desunião.
Casa é o local, o lugar onde a família vai se instalar materialmente, formada de paredes, chão, teto e todos os recursos disponíveis para se levar a existência a contento.
Lar é o ninho aconchegante formado pelo amor, o ambiente psicológico e afetivo que determina as boas ou más qualidades das relações internas entre os familiares.
A preocupação excessiva com a casa tem determinado o fracasso do lar. Divaldo Franco, no livro Laços de Família nos alerta: "Os cuidados com estética, contribuem para a alegria e o bem-estar daqueles que nela habitam. O excesso que certas esposas têm com limpeza, torna-se um verdadeiro fanatismo. A mulher "se matando" de canseira no afã de deixar tudo com brilho, tudo certinho, tudo arrumadinho, não permitindo que o marido e os filhos desfrutem do ambiente doméstico! É escrava da casa. Esquece-se do lar. Proíbe que o marido de recoste na cama ou no sofá, para não amassar; que tire as cadeiras do lugar; que encha o copo fora da pia, porque pode molhar o chão... eis a casa-museu. Preocupada com a casa, a esposa olvida a sua condição de mulher, que se deve apresentar ao marido “charmoso” (como nos tempos de namoro e noivado). Ao lado disso, a descortesia na recepção dos amigos e parentes, próprios e do marido; as imposições, a falta de tato, que motivam o esposo e os filhos a procurarem outro ambiente, onde encontrem o que lhes é negado em sua residência. Lar e casa devem formar, pois, um conjunto harmonioso. Um oásis para a vivência e o repouso de cada dia".
O estabelecimento do lar, em bases legítimas do amor, determina a casa em que a alegria espontânea predomina sobre as preocupações de ordem estritamente aparente.
O lar detentor desse legítimo amor que educa que oriente que protege que estimula as relações morais, desenvolvendo assim a formação do caráter de seus membros, é uma legítima escola.
Podemos dizer, sem medo de errar, que a escola deveria ser, tanto quanto possível, cópia do lar, extensão do mesmo, mas para isso se faz necessário que a família, como instituição social encarregada de trabalhar prioritariamente os valores morais do caráter, se reposicione, estruturando o seu viver com os objetivos voltados para o lar e não para a casa.
É comum verificarmos a família preocupada com as compras do mês, com a pintura da fachada residencial, com a decoração interna, com a aquisição deste ou daquele bem de consumo, com as finanças para conforto da existência e esquecida da educação dos filhos, que tudo possuem materialmente, mas não possuem respeito ao próximo, desobedecem ao pai e à mãe, vivem em total liberdade a tudo destruindo, sendo classificados como crianças "mal-educadas". Mal educadas porque essa família não formou um lar. E se o lar desestruturado mal educa, é uma verdade que o lar bem estruturado educa, e essa constatação é feita pelas pessoas diariamente, classificando o lar como escola. O lar não é a escola da instrução intelectual, mas:
- da educação do sentimento;
- da consolidação dos valores ligados ao bem;
- do exercício de condutas que visam ao preparo para viver em sociedade;
- da aquisição de recursos éticos que validam o comportamento moral.
Esse é o verdadeiro lar, a verdadeira escola que compete à família organizar, sem o que teremos uma instituição social doente, desequilibrada, sem ética, lançando na vida desajustados crônicos.
Como escola da alma, o lar deve ser dinâmico, propiciando a seus componentes sentimento de união, de solidariedade, de diálogo construtivo, iniciando os filhos nas pequenas tarefas domésticas e introduzindo-os nas atividades da complexa sociedade humana. Tudo isso faz parte da educação, que é a formadora do ser.
A família exerce em maior grau a parte da educação moral, da formação do caráter, ao mesmo tempo em que auxilia a parte da educação intelectual, competência maior da escola, o que nos indica a necessidade da integração entre a escola e a família.
Uma escola que se faça um lar torna-se extensão da família para o educando.
Um lar que complementa a escola torna-se extensão da sala de aula para o educando.
Um lar que complementa a escola torna-se extensão da sala de aula para o educando.
Essa interação, fortalecendo a educação moral para que esta direcione a educação intelectual, será conseguida no melhor entendimento do papel educador do lar e também da escola.
Fonte de Pesquisa: Texto extraído do GUIA ÚTIL DOS PAIS – Uma Abordagem Educacional Espírita – Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras)- 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estêvão, 2004. (Área de Ensino). 57 a 59p.
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