Texto que estudaremos no
próximo domingo dia 11/10/2015:
Tema: EDUCAR-SE
PARA EDUCAR
Os pais também duvidam de si porque têm
falhas e fracassos reais. Ser um pai ou uma mãe ideal deve ser o objetivo de
todos, porém devemos admitir que somos seres humanos imperfeitos, com defeitos
a eliminar e lacunas a preencher. Procurar ser pais “suficientemente bons” é na
verdade um bom começo. Isso alivia a tensão de desejar corresponder a um ideal
extremamente difícil, mas resulta em novas ansiedades. Até que ponto um pai tem
que ser bom? Até que ponto pode ser mau sem deixar de ser “suficientemente bom”?
Todo pai está consciente de defeitos em seu próprio caráter, e da existência de
características pessoais que ele receia possam influenciar negativamente seu
filho.
Esse medo é aumentado por tudo que
atualmente se diz acerca da importância do laço pessoal entre pais e filhos.
Procuramos aqui ressaltar como esse laço é de importância decisiva para o
desenvolvimento da criança. Se, então, tanta coisa depende da qualidade do
intercâmbio humano na família, os pais, conscientes das vezes que falharam
exatamente nisso, começam a temer o possível prejuízo que podem causar aos
filhos.
Todos os pais têm sua carga secreta de
culpa a respeito dos filhos. Algumas se referem a coisas passageiras; outras
são mais graves, por serem mais sérias ou permanentes.
Os pais sabem, também, que seu melhor lado,
aquele que deseja o melhor para seus filhos, nem sempre é o que prevalece.
Sabem, que, às vezes, são desagradáveis para com seus filhos, estragam seus
esforços ou ofendem sua jovem dignidade. Entretanto, quando essas faltas são
passageiras, você não as comete freqüentemente, e sente que pode abrandar a
mágoa causada a seu filho e modificar a situação, sua culpa, embora aguda na
ocasião, habitualmente não dura muito.
A questão é que todo pai sente-se culpado
em relação aos filhos. E daí? Deve-se concluir que é um mau pai?
Certamente, os pais tendem a chegar a esta
conclusão. Em seus maus momentos, quando o sentimento de culpa e inadequação
prevalecem, esquecem todos os cuidados e dedicação que proporcionaram aos
filhos. Os fracassos parecem grandes demais, e receiam que não haja neles nada
de bom. Então, acham que são maus pais. Nessa disposição, qualquer fracasso
lhes parece um fracasso total. Os defeitos, na maioria das vezes, são
contrabalançados pelas qualidades. Você pode ser impaciente, mas também capaz
de muito carinho. Algumas vezes foi displicente ou sem compreensão, mas muitas
outras foi atencioso e receptivo. Se temos de admitir que não somos seres
simples, cheios apenas de amor por nossos filhos, também devemos lembrar que
não procuramos somente magoar e ferir. Educamos nossos filhos e os capacitamos
a progredir.
Joamar Zanolini Nazareth, em seu livro Um
Desafio Chamado Família, esclarece essa questão à luz da Doutrina Espírita:
“O Espiritismo é uma doutrina que nos
coloca no dever de sempre caminhar. Não nos pede santidade para abraçar a
tarefa educativa. Podemos apenas caminhar e, a cada passo dado no rumo do
progresso, surge o convite ao trabalho dentro do que já conquistamos, abrindo
oportunidades de adquirir as virtudes que ainda não trazemos na alma. O erro
não está em ter imperfeições, mas em algemar-se à preguiça e não buscar
melhorar-se. A necessidade fundamental do educador passa a ser a própria
iluminação.
Vejamos o alerta de Emmanuel: “na sagrada
missão de ensinar, instruem o intelecto, mas, de um modo geral, ainda não sabem
iluminar o coração dos discípulos, por necessitados da própria iluminação”.
Não é preciso ser catedrático ou um
“espírito perfeito” para a tarefa educativa; pede-se, no entanto, o intensivo
esforço da reforma íntima, com maior autodomínio, disciplina dos sentimentos
egoísticos e inferiores, extermínio das paixões e a gradativa aquisição de
conhecimentos elevados.
Então, devemos ter sempre conosco a legenda
“Educar-se para educar”, afim de não esquecermos nossa necessidade de
progresso. E, a cada avanço na jornada evolutiva, melhoramos nossa condição de
educadores.
Através do próprio burilamento, estaremos
melhorando nossa condição de pais/professores, para desempenhar mais
decisivamente as obrigações. E honrar o galardão da educação é preparar a
construção de um mundo melhor, pois somente com o amparo e socorro moral às
gerações futuras é que estaremos
efetivamente acendendo a lâmpada da renovação da humanidade, extinguindo as
trevas da ignorância, da falta de fé e da pobreza de valores morais no mundo.”
Fonte de Pesquisa: Texto extraído do GUIA ÚTIL DOS PAIS – Uma Abordagem
Educacional Espírita – Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice
Pinheiro (organizadoras)- 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo
Espírita Paulo e Estêvão, 2004. (Área de Ensino). 77 a 79p.
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