Texto que estudaremos no
próximo domingo dia 04/10/2015:
Tema: PECADO
POR PENSAMENTOS. – ADULTÉRIO
5. Aprendestes que foi
dito aos antigos: "Não cometereis adultério. Eu, porém, vos digo que
aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu
coração cometeu adultério com ela." (S. Mateus, cap. V, vv.27 e 28.)
6. A palavra adultério não deve absolutamente ser entendida
aqui no sentido exclusivo da acepção que lhe é própria, porém, num sentido mais
geral. Muitas vezes Jesus a empregou por extensão, para designar o mal, o
pecado, todo e qualquer pensamento mau, como, por exemplo, nesta passagem: "Porquanto se alguém se envergonhar de
mim e das minhas palavras, dentre esta raça adúltera e pecadora, o Filho
do Homem também se envergonhará dele, quando vier acompanhado dos santos anjos,
na glória de seu Pai." (S. MARCOS, cap. VIII, v. 38.)
A verdadeira pureza não está somente nos atos; está também no
pensamento, porquanto aquele que tem puro o coração, nem sequer pensa no mal.
Foi o que Jesus quis dizer: ele condena o pecado, mesmo em pensamento, porque é
sinal de impureza.
7. Esse principio suscita naturalmente a seguinte questão: Sofrem-se
as conseqüências de um pensamento mau, embora nenhum efeito produza?
Cumpre se faça aqui uma importante distinção. À medida que avança
na vida espiritual, a alma que enveredou pelo mau caminho se esclarece e
despoja pouco a pouco de suas imperfeições, conforme a maior ou menor
boa-vontade que demonstre, em virtude do seu livre-arbítrio. Todo pensamento
mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que
alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de
adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar
uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau
desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua
vitória.
Aquela que, ao contrário, não tomou boas resoluções, procura
ocasião de praticar o mau ato e, se não o leva a efeito, não é por virtude da
sua vontade, mas por falta de ensejo. E, pois, tão culpada quanto o seria se o
cometesse.
Em resumo, naquele que nem sequer concebe a idéia do mal, já há
progresso realizado; naquele a quem essa idéia acode, mas que a repele, há
progresso em vias de realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse
pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o
trabalho está feito; no outro, está por fazer-se. Deus, que é justo, leva em
conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do
homem.
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