Texto que estudaremos no próximo domingo dia 01/03/2015:
Tema: O HOMEM
NO MUNDO
10. Um
sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as
vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois,
os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano
ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de que,
encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a
semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e
justiça.
Não
julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação
mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da
sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa
época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às
frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa
santificar.
Sois
chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de
caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sedes joviais,
sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência
limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam
para entrar na posse da sua herança.
Não
consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os
prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os
atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu; basta que, quando começardes ou
acabardes uma obra, eleveis o pensamento a esse Criador e lhe peçais, num arroubo
d'alma, ou a sua proteção para que obtenhais êxito, ou a sua bênção para ela,
se a concluístes. Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas,
para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela
lembrança de Deus.
A
perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas,
os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o
maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado.
Unicamente no contacto com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele
encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se
voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar
senão em si, sua vida é a de um egoísta. (Capítulo V, nº 26.)
Não
imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para
viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de
cinzas. Não, não, ainda uma vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as
necessidades da Humanidade; mas, que jamais na vossa felicidade entre um
pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que
vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa. Um
Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)
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