quinta-feira, 29 de outubro de 2015

ESTUDO DO DIA 01/11/2015 – O PERDÃO NO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO ADOLESCENTE

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 01/11/2015:

Tema: O PERDÃO NO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO ADOLESCENTE
Na transição da adolescência, o jovem saudável é muito susceptível de mudança de comportamentos e de atitudes mentais. Raramente as mágoas se lhe fazem profundas, produzindo sulcos perturbadores que se transformam em conflitos para o futuro, porque tudo parece acontecer com rapidez, cedendo, um fato, lugar a outro mais recente, dessa forma, não se fixando muito as impressões negativas, exceto aquelas que se repetem ou que lhe causam choque, estupor ou castração psicológica.
Desse modo, as ocorrências desagradáveis podem ser superadas com relativa facilidade, desde que haja substitutos para as mesmas, diminuindo as impressões de descontentamento e malestar.
Formando a personalidade e definindose na eleição do que lhe apraz aceitar ou rejeitar, o perdão assume um papel de importância no seu diaadia, abrindolhe possibilidades para os relacionamentos felizes. Há, naturalmente, exceções, quando se trata de personalidades psicopatas, temperamentos instáveis e vingativos, que acumulam o resíduo do ressentimento ao invés de coletar as experiências positivas e substituir aqueles outros que são de natureza desagradável.
O perdão aos erros alheios representa começo de maturidade no jovem, que se
revela tolerante, compreensivo, dando aos outros o direito de equivocarse e abrindo espaço para o autoperdão. Mediante essa conduta se renova, não permanecendo em atitudes depressivas após a constatação do erro, antes se dispondo a seguir em frente, superando a situação infeliz e recuperandose ao primeiro ensejo. Com essa atitude, a vida adquire um sabor agradável e as ocorrências passam a merecer a consideração produtiva, aquela que soma recursos que podem ser aplicados em favor do bem comum.
É uma forma de superar os melindres e complexos de inferioridade, porque o adolescente dáse conta do quanto é importante a sua presença no mundo, pelo seu significado existencial, pelo que pode realizar e pelo próprio sentido de sua vida.
Quando perdoa, despojase de ondas perturbadoras que lhe ameaçam a casa mental, ampliando a capacidade de amor sem exigência, porque percebe que todas as pessoas se equivocam e são credoras de entendimento, quanto ele próprio o é. Isso lhe proporciona uma empatia favorável à existência terrestre, que perde as marcas agressivas que lhe pareciam ameaçar, constatando a fragilidade humana, que lhe cumpre entender e auxiliar a fortificarse..
É certamente uma lição preciosa para o seu desenvolvimento afetivo, emocional e social. Desde que todas as pessoas são dependentes umas das outras e cometem os mesmos erros com variação de escala e de gravidade, compreende o desafio que é viver com equilíbrio, intercambiando fraternidade, que constitui suporte de vitalidade. Ninguém que viaje pelo rumo da existência terrestre sem o apoio das amizades, sem o intercâmbio fraternal, que não tombe em terrível alienação.
Dessa forma, o perdão, como fenômeno natural entre os indivíduos, fascina o jovem que desperta para a existência adulta, descobrindo que a vida é enriquecedora e que errar é experiência perfeitamente natural, porém levantarse do erro é compromisso que não pode ser adiado sob pretexto algum. No entanto, para que a pessoa reconsidere a atitude e se erga do deslize, é indispensável que lhe seja oferecida oportunidade, que se lhe distenda a mão amiga sem recriminação ou qualquer outra exigência. Somente assim a vida se torna digna de ser vivida com elevação.
A aprendizagem do perdão pode ser comparada com a metodologia do ensino, aplicada no cotidiano. A pessoa que se dispõe a aprender qualquer coisa é levada a errar, no começo, repetir a tentativa até que as experiências se fixem no inconsciente e passem espontaneamente à consciência, de onde se irradiam para os hábitos. Assim, também, as conquistas morais, que são resultados de tentames ora com êxitos, ora com insucessos. O erro de um momento ensina como não mais se deve proceder, dessa maneira adquirindose o automatismo para agir com correção.
Essa tarefa educadora é reflexo do perdão que se dá e do que se recebe. Ninguém, no mundo, que não necessite de oferecêlo, tanto quanto de recebêlo. Concedêlo, porém, é sempre melhor, porque expressa enriquecimento interior e disposição de auxiliar crescendo, enquanto conseguilo traduz equívoco que poderia ser evitado. A aprendizagem, todavia, em qualquer circunstância, oferece valioso contributo para uma existência tranquila.
Todas as criaturas necessitam pensar profundamente no perdão. Quando alguém é ofendido, o seu agressor tomba em nível vibratório e a vítima prossegue no padrão em que se encontra. Se reage, devolvendo o insulto, a agressão, igualmente, desce à condição de inferioridade; se permanece em tranquilidade, demorase no mesmo patamar. Entretanto, quando perdoa, ascende e localizase emocional e psiquicamente em situação melhor do que o seu opositor. Não foi por outra razão que Jesus, como Psicoterapeuta Invulgar, proclamou a necessidade do perdão como condição de plenitude para o ser.
O adolescente, descomprometido com ressentimentos anteriores, aberto às novas lições da vida, sempre encontrará, no ato de perdoar, uma forma de realizarse, preenchendo os vazios do sentimento e superando as constrições de uma família problema, um lar difícil, circunstâncias perturbadoras que passam a dar significado diferente à sua existência, liberandoo das reminiscências amargas e dos traumas que, por acaso, teimem por permanecerlhe no ser.
Essa atitude de perdoar é resultado também de exercícios. Ao analisar a situação do agressor, compreendendo que ele se encontra infeliz e exterioriza essa situação mediante a agressividade, torna mais fácil a atitude da desculpa, que se encoraja em olvidar a ofensa, perdoar sinceramente. Iniciase nas pequenas conjunturas desagradáveis que vão sendo ultrapassadas sem vínculos de mágoas, na necessidade pessoal também de ser compreendido, e, portanto, perdoado, criando um clima de legítima fraternidade que permite ao outro ser aceito conforme se apresenta, entendendolhe as dificuldades de amadurecimento e de atitude, dessa forma ajudando-o sem imporlhe percalços pelo caminho.
O verdadeiro e compensador período da adolescência é aquele que guarda melhores recordações, responsáveis pela estruturação do caráter e da personalidade, devendo ser a fase na qual ocorrem as expressões de amadurecimento psicológico, superando a criança caprichosa que não sabe desculpar e abrindo campo para o desenvolvimento do indivíduo compassivo e fraterno, que está disposto a contribuir com valiosos tesouros para a dignificação humana.
Quando se ama, portanto, o perdão é um fenômeno natural, que se exterioriza como consequência da atitude aberta de aceitar o próximo na condição em que se apresenta, porém, exigirse ser melhor cada dia, e mais nobre em cada oportunidade que surge.

Fonte de Pesquisa: Franco, Divaldo P., pelo espírito Joana de Angelis. Adolescência e Vida. Disponível em  http://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L102.pdf. Capturado em 06/11/2012.
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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

ESTUDO DO DIA 11/10/2015 – EDUCAR-SE PARA EDUCAR

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 11/10/2015:

Tema: EDUCAR-SE PARA EDUCAR

Os pais também duvidam de si porque têm falhas e fracassos reais. Ser um pai ou uma mãe ideal deve ser o objetivo de todos, porém devemos admitir que somos seres humanos imperfeitos, com defeitos a eliminar e lacunas a preencher. Procurar ser pais “suficientemente bons” é na verdade um bom começo. Isso alivia a tensão de desejar corresponder a um ideal extremamente difícil, mas resulta em novas ansiedades. Até que ponto um pai tem que ser bom? Até que ponto pode ser mau sem deixar de ser “suficientemente bom”? Todo pai está consciente de defeitos em seu próprio caráter, e da existência de características pessoais que ele receia possam influenciar negativamente seu filho.
Esse medo é aumentado por tudo que atualmente se diz acerca da importância do laço pessoal entre pais e filhos. Procuramos aqui ressaltar como esse laço é de importância decisiva para o desenvolvimento da criança. Se, então, tanta coisa depende da qualidade do intercâmbio humano na família, os pais, conscientes das vezes que falharam exatamente nisso, começam a temer o possível prejuízo que podem causar aos filhos.
Todos os pais têm sua carga secreta de culpa a respeito dos filhos. Algumas se referem a coisas passageiras; outras são mais graves, por serem mais sérias ou permanentes.
Os pais sabem, também, que seu melhor lado, aquele que deseja o melhor para seus filhos, nem sempre é o que prevalece. Sabem, que, às vezes, são desagradáveis para com seus filhos, estragam seus esforços ou ofendem sua jovem dignidade. Entretanto, quando essas faltas são passageiras, você não as comete freqüentemente, e sente que pode abrandar a mágoa causada a seu filho e modificar a situação, sua culpa, embora aguda na ocasião, habitualmente não dura muito.
A questão é que todo pai sente-se culpado em relação aos filhos. E daí? Deve-se concluir que é um mau pai?
Certamente, os pais tendem a chegar a esta conclusão. Em seus maus momentos, quando o sentimento de culpa e inadequação prevalecem, esquecem todos os cuidados e dedicação que proporcionaram aos filhos. Os fracassos parecem grandes demais, e receiam que não haja neles nada de bom. Então, acham que são maus pais. Nessa disposição, qualquer fracasso lhes parece um fracasso total. Os defeitos, na maioria das vezes, são contrabalançados pelas qualidades. Você pode ser impaciente, mas também capaz de muito carinho. Algumas vezes foi displicente ou sem compreensão, mas muitas outras foi atencioso e receptivo. Se temos de admitir que não somos seres simples, cheios apenas de amor por nossos filhos, também devemos lembrar que não procuramos somente magoar e ferir. Educamos nossos filhos e os capacitamos a progredir.
Joamar Zanolini Nazareth, em seu livro Um Desafio Chamado Família, esclarece essa questão à luz da Doutrina Espírita:
“O Espiritismo é uma doutrina que nos coloca no dever de sempre caminhar. Não nos pede santidade para abraçar a tarefa educativa. Podemos apenas caminhar e, a cada passo dado no rumo do progresso, surge o convite ao trabalho dentro do que já conquistamos, abrindo oportunidades de adquirir as virtudes que ainda não trazemos na alma. O erro não está em ter imperfeições, mas em algemar-se à preguiça e não buscar melhorar-se. A necessidade fundamental do educador passa a ser a própria iluminação.
Vejamos o alerta de Emmanuel: “na sagrada missão de ensinar, instruem o intelecto, mas, de um modo geral, ainda não sabem iluminar o coração dos discípulos, por necessitados da própria iluminação”.
Não é preciso ser catedrático ou um “espírito perfeito” para a tarefa educativa; pede-se, no entanto, o intensivo esforço da reforma íntima, com maior autodomínio, disciplina dos sentimentos egoísticos e inferiores, extermínio das paixões e a gradativa aquisição de conhecimentos elevados.
Então, devemos ter sempre conosco a legenda “Educar-se para educar”, afim de não esquecermos nossa necessidade de progresso. E, a cada avanço na jornada evolutiva, melhoramos nossa condição de educadores.
Através do próprio burilamento, estaremos melhorando nossa condição de pais/professores, para desempenhar mais decisivamente as obrigações. E honrar o galardão da educação é preparar a construção de um mundo melhor, pois somente com o amparo e socorro moral às gerações futuras é que  estaremos efetivamente acendendo a lâmpada da renovação da humanidade, extinguindo as trevas da ignorância, da falta de fé e da pobreza de valores morais no mundo.”
 


Fonte de Pesquisa: Texto extraído do GUIA ÚTIL DOS PAIS – Uma Abordagem Educacional Espírita – Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras)- 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estêvão, 2004. (Área de Ensino). 77 a 79p.
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