O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL
“O que representa o Natal para você”?.
A FAMÍLIA UNIVERSAL
Maria
do Carmo é uma senhora de sessenta e oito anos bem vividos. Casara-se antes de
completar vinte anos. Seu marido fora uma ‘promessa’ de seu pai a um amigo. Na
verdade ela é que fora o objeto da promessa. Mas, felizmente casou-se com um
bom homem. Não gostava dele, principalmente porque lhe fora imposto o
casamento. Com o tempo, em menos de dois anos de convivência, percebeu de quem
se tratava. Apaixonou-se por ele. Foi uma bela união, desfeita com a morte dele
aos noventa anos.
Não
tiveram filhos, o que não prejudicou a felicidade que queriam para si e para os
outros. Após dez anos de casados resolveram adotar uma criança. Deram-se tão
bem com o filho que, no espaço de seis anos, adotaram mais cinco. Foram seis
filhos adotivos. A vocação para ser mãe lhe era tão forte e equilibrada que ela
conseguiu dar de mamar a três dos seis filhos, pois a maioria lhe foi dada com
dias de nascimento. Tanto ela como o marido os tinham como filhos legítimos,
nascidos da alma.
Um
deles, o mais moço, foi o único a dar trabalho. Ele tinha um problema na vista
esquerda. Não enxergava bem e isso atrapalhou seus estudos e a aceitação de si
mesmo. Por esse motivo não se adaptou bem à escola e o jeito foi colocá-lo numa
classe especial. Sentia-se discriminado. Porém, foi detectado que ele não tinha
só um problema de visão, mas também um déficit intelectual. Nem mesmo conseguia
aprender a ler direito. A mãe e o pai tentavam ajudá-lo no seu processo de
auto-aceitação.
Por
causa das dificuldades desse filho, eles resolveram aprender mais sobre
crianças excepcionais. Como tinham condições financeiras equilibradas
resolveram abrir uma escola para crianças diferentes. Ele era comerciante, ela
lhe ajudava na administração das lojas, e decidiram por abrir mais um
‘negócio’, desta vez sem a preocupação de lucro, porém que fosse auto-sustentável.
Descobriram um mundo novo no qual a solidariedade era a moeda de maior valor e
o amor era o sentimento que mais se percebia.
Os
filhos de Maria do Carmo, à exceção do mais novo, que lhe fez companhia até sua
morte acidental quando contava vinte anos, se casaram e tiveram muitos filhos.
Ela se dedicava à sua Escola Vida, que para ela era sua própria razão de ser.
Sua família não lhe nascera do ventre, mas do seu desejo de amar todos que não
tivessem um amor.
A
família universal é aquela constituída por espíritos dos mais variados níveis e
que se percebem filhos de Deus.
Com efeito, se amais
aos que vos amam, que recompensas tendes? (Mateus, 5:46)
O
Cristo nos convida ao amor sem limites que começa no amor a alguém. Ainda
estamos na condição de quem só vê o que está à frente e não consegue enxergar a
luz que brilha no alto. Pensamos que o amor é um sentimento que deve ser
praticado apenas com aqueles que nos retribuem. Nem sempre percebemos que na
família está a oportunidade de amar aqueles que convivem conosco como um
preparo para o grande amor que nos preencherá o espírito.
Porém,
os limites do amor se estendem além das fronteiras da família para alcançar
aqueles que se encontram em nossa caminhada fora dos laços consanguíneos.
O
Cristo nos propõe um amor ainda não experimentado e que deve ser nossa meta
maior. Chegar até ele é possível desde que aprendamos a amar os mais próximos
de nós. Caso ainda tenhamos no coração a mancha do ódio e o desejo de poder na
consciência, estaremos ainda distantes de seu sublime convite.
Para
o encontro efetivo com Deus precisamos do coração limpo, da mente estruturada e
da experiência adquirida com o conhecimento de Suas leis.
Texto
Adaptado Do Livro: Evangelho e Família (Adenauer
Novaes)
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