Texto que estudaremos no próximo domingo dia 12/04/2015:
Tema: A CORDIALIDADE
Todos sabemos o quanto é agradável
tratar e conviver com pessoas educadas. Não se trata aqui daquela educação
superficial, mecânica, que comumente existe em pessoas que tentam encobrir o
seu grande vazio interior. Falamos sobre pessoas que possuem a alegria, a paz e
o amor dentro de si e expressam esses estados da alma sob a forma de gestos,
palavras e atitudes fraternas que sinalizam sua superioridade moral. São
pessoas que descobriram alguns dos talentos divinos fornecidos a nós por imensa
misericórdia divina.
Por diversas ocasiões lembramos aqui a
importância do exemplo por parte dos pais na transmissão de ensinamentos nobres
na educação de seus filhos. Como também, que servimos de modelo aos nossos
filhos não somente nas grandes, mas principalmente nas pequenas atitudes,
expressadas quotidianamente o nosso comportamento enquanto cidadãos do mundo.
Apesar de seu limitado uso, as famosas
“palavras mágicas” sempre abriram e continuarão abrindo as portas do mundo
material e espiritual. Expressões como “bom-dia, boa-tarde, boa-noite, por
favor, obrigado, por nada, desculpe-me, perdoe-me, com licença, pois não”...
dentre uma infinidade de expressões, podem e devem fazer parte do vocabulário
familiar. A palavra tem um enorme poder juntamente com o pensamento que a
gesta. Ela eleva ou destrói, a quem ouve e a quem ouve e a quem fala, se formos
invigilantes. Como diria o Espírito Miramez: “A palavra educada é o alvorecer
da luz no coração. Se conversares somente assuntos construtivos, a tua aura se
enriquecerá com a policromia divina, criando em torno de ti uma defesa
individual, certamente ajudando a quem te ouve, no mesmo sentido. E, se falares
coisas incompatíveis com a moral evangélica, perfurarás a tua própria atmosfera
energética, deixando o ladrão assaltar-te, como fantasma da inquietação. E
ainda ombrearás com a responsabilidade dos danos causados pela tua sugestão
inferior aos que te ouvem”.
Busquemos, portanto, afastarmo-nos da maledicência,
dos insultos da ingratidão, da covardia, do desânimo, do egoísmo, da
intolerância que tanto caracterizam a incivilidade e a inferioridade
espiritual. Comecemos inicialmente a disciplinar nossa própria conduta através
da nossa fala e gestos e, posteriormente, eduquemos os nossos pensamentos. Não
se engane, a criança reflete o que vê. Se nós reprovamos a conduta incivilizada
de nosso filho, podemos estar reprovando a nós mesmos e aos ambientes onde ele
convive – geralmente escolhidos por nós. Se, ao contrário, não percebemos nada
demais e até nos orgulhamos nos enganando ao acreditar que suas “diabruras”
tratam-se de excesso de energia e saúde, então nós é que estamos precisando de
auxílio para o nosso egoísmo e irresponsável cegueira.
Em contrapartida, o nosso exemplo, na
tentativa de sermos melhores, já é muito na educação do lar, mas não é tudo.
Precisamos ter na cordialidade um sustentáculo básico para a educação de nossos
filhos. E essa é uma tarefa contínua, que requer persistência, paciência e
disciplina e, por vezes, chega a tornar-se cansativa, mas, vale a pena. Nada
adquirido sem esforço próprio tem real valor. E a cordialidade é o primeiro
portal para a verdadeira caridade.
Esforcemo-nos, portanto, para que nossos
filhos iniciem-se na convivência fraterna, que só lhes trará felicidade,
através de pequenas palavras e gestos de cordialidade, tais como: evitar gritos
desnecessários, palavrões, bem como gestos grosseiros ou obscenos; não
interromper as conversas desnecessariamente; evitar mexer indevidamente no que
é alheio; não usar de maledicência; agradecer sempre quando beneficiado por
qualquer dádiva; respeitar os humildes e mais velhos; dentre tantas outras
atitudes que tenham como base a máxima espírita “Fazer e desejar ao Outro o que desejaríamos que se fizesse ou
desejasse a nós”. Lembremos que liberdade excessiva é sinônima de libertinagem,
bem como o excesso de liberdade revela abandono e descaso. Toda criança ou
adolescente requer e pede limite, principalmente nos momentos de maior
rebeldia, por isso significar que alguém zela por ele e preocupa-se com o seu
correto encaminhamento na vida.
A boa educação, portanto, não é sinônimo de
repressão da espontaneidade, mas o redirecionamento adequado de energias
primitivas e inadequadas, transmutando-as em bens da alma, na busca do próprio
aperfeiçoamento.
Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro
(organizadoras). Guia Útil dos Pais
– Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE
– Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 125 a 127p.
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