Texto que estudaremos no próximo domingo dia 03/05/2015:
Tema: QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS
IRMÃOS?
5. E, tendo vindo para
casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam
fazer sua refeição. - Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem
dele, pois diziam que perdera o espírito.
Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus
irmãos e conservando-se do lodo de fora, mandaram chamá-lo. - Ora, o povo se
assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e
te chamam. - Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E,
perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis
aqui minha mãe e meus irmãos; - pois, todo aquele que faz a vontade de Deus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS. cap. III, vv. 20, 21 e 31
a 35 - S. MATEUS, cap. XII, vv. 46 a 50.)
6. Singulares parecem algumas palavras de Jesus, por contrastarem
com a sua bondade e a sua inalterável benevolência para com todos. Os
incrédulos não deixaram de tirar daí uma arma, pretendendo que ele se
contradizia. Fato, porém, irrecusável é que sua doutrina tem por base
principal, por pedra angular, a lei de amor e de caridade. Ora, não é possível
que ele destruísse de um lado o que do outro estabelecia, donde esta
conseqüência rigorosa: se certas proposições suas se acham em contradição com
aquele princípio básico, é que as palavras que se lhe atribuem foram ou mal
reproduzidas, ou mal compreendidas, ou não são suas.
7. Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse
Jesus tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegasse sua
mãe.
Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam.
Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por
excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum
deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo
ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam
mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João
diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam
crédito".
Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe
dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia
idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca
seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela
predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora
desconhecer-lhe o caráter. Semelhante idéia não poderia encontrar guarida
naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois,
se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu
da forma alegórica.
Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou,
portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a
diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.
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