Texto que estudaremos no próximo domingo dia 05/04/2015:
Tema: PERDOAI, PARA QUE DEUS VOS PERDOE
1. Bem-aventurados os que são misericordiosos,
porque obterão misericórdia. (S. MATEUS, cap. V, v. 7.)
2. Se perdoardes aos homens as faltas que
cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; -
mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai
celestial também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 14 e
15.)
3. Se contra vós pecou vosso irmão, ide
fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis
ganho o vosso irmão. - Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro:
"Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra
mim? Até sete vezes?" - Respondeu-lhe Jesus: "Não vos digo que
perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (S. MATEUS,
cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22.)
4. A
misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for
misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e
no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem
grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima
dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade
e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade.
Ai daquele que
diz: nunca perdoarei. Esse, se não for condenado pelos homens, sê-lo-á por
Deus. Com que direito reclamaria ele o perdão de suas próprias faltas, se não
perdoa as dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites,
quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta vezes
sete vezes.
Há, porém,
duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente
generosa, sem pensamento oculto, que evita, com delicadeza, ferir o
amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este último
nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que
tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de
um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz
com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede
como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação
sincera de parte a parte. Não, não há aí generosidade; há apenas uma forma de
satisfazer ao orgulho. Em toda contenda, aquele que se mostra mais conciliador,
que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza d’alma
granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais.
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