Texto que estudaremos no
próximo domingo dia 30/08/2015:
Tema: AJUDA-TE
A TI MESMO, QUE O CÉU TE AJUDARÁ
1. Pedi e se vos dará; buscai e
achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem
procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á.
Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao
filho que lhe pede pão? - Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? -Ora,
se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é
lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens
verdadeiros aos que lhos pedirem? (S. MATEUS, cap. VII, vv. 7 a 11.)
2. Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é
análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o
princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso,
porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as
forças da inteligência.
Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do
alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus
inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo
incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de
melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao
aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe
falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe
depura. As necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento
material, precisa ele do alimento espiritual. E assim que o homem passa da
selvageria à civilização.
Mas, bem pouca coisa é, imperceptível mesmo, em grande número deles, o
progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como poderia
então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da
alma? Se as almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade
se renovaria incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo,
de aprender tudo. Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse
hoje mais adiantado do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada
nascimento todo o trabalho intelectual teria de recomeçar. Ao contrário,
voltando com o progresso que já realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa
a mais, a alma passa gradualmente da barbárie à civilização material e
desta à civilização moral. (Vede: cap. IV, nº 17.)
3. Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros
se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu
espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso
é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás;
trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás
delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.
4. Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a poupar o
homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a ser
utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que tomar o
que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar,
nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se
e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se atribuírem o
mérito do que não fizeram. Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei
do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o
caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras;
olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres
empregar. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVI, nº 291 e
seguintes.)
5. Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pedi a
luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes
ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão
acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos e
eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá;
mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade
e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças e
as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho.
Tal o sentido das palavras: buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á.
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