terça-feira, 30 de outubro de 2012

                                                  O HOMEM DE BEM

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem

terça-feira, 23 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

OPORTUNIDADE DE TRABALHO


O seu trabalho é a revelação de você mesmo.
Servir é a nossa melhor oportunidade.
Quando você age em favor de alguém, você está induzindo outros a agir em seu benefício.
Nunca se canse de auxiliar para o bem.
Desculpe sempre porque todos temos algum dia em que necessitamos de perdão.
Não alegue defeitos para deixar de servir, por-que o trabalho é a bênção de Deus que nos suprime as deficiências.
Dificuldade é um teste de paciência.
Desprezo da parte de alguém é aula da vida para aquisição de humildade.
Você nem sempre terá o que deseja, mas enquanto estiver ajudando aos outros encontrará os recursos de que precise.
Depois de grande esforço para solucionar esse ou aquele problema, não se agaste se outro problema aparece, requisitando-lhe novo esforço porque Deus renovará suas forças para recomeçar.
Chico Xavier

FICA A DICA






Nenhuma atividade no bem é insignificante...As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes.
Chico Xavier.


PROGRAMAÇÃO ABERTURA MOBILIZAÇÃO NATAL LEGAL-2012


ESCOLA DE PAIS E MOCIDADE

9h- Abertura: Coordenação Escola de Pais
-Avisos gerais
-Leitura de mensagem
-Prece Inicial

9h15- Exposição com Délio Pinheiro sobre as atividades assistenciais desenvolvidas pelo GEPE e importância das doações. (55 minutos, projetor, som, microfone)

10h10- Fechamento: Coordenação Escola de Pais

-Divulgação dos alimentos que deverão ser arrecadados por cada grupo da Escola de Pais:

Grupo-Dedé e Roberto: leite em pó e farinha de milho
Grupo-Kátia e Flávio: feijão e macarrão
Grupo-Dário: café e açúcar
Grupo-Sandra e Socorro: arroz e farinha de mandioca
Mocidade: Todos os gêneros de alimentos

Alimentos extras: leite condensado, chocolate em pó, ervilha, milho.

-Avisar que os alimentos deverão ser entregues, de preferência, no horário da evangelização (9h as 10h30) nas seguintes datas: 04/11/18/25 de novembro e 02 de dezembro, em que ocorrerá o fechamento da mobilização Natal Legal.




OBS1: Trabalhadores e participantes da Escola de Pais e Mocidade estarão reunidos no salão de cima para a abertura conjunta, permanecendo até o final.

OBS2: Todos os trabalhadores da evangelização, escola de pais, secretaria, passe, biblioteca e mocidade doarão todos os tipos de alimentos.




EVANGELIZAÇÃO INFANTIL


9h- Abertura: Coordenação Evangelização Infantil

-Música de abertura que fale sobre o amor ao próximo
-Prece Inicial
-Explicação sobre a mobilização Natal Legal

9h15- Divisão dos ciclos da evangelização para confecção dos cofrinhos do Natal Legal

-Cada ciclo fará a confecção de cofrinhos feitos de caixas de suco ou leite. Esclarecer que as crianças arrecadarão moedas entre os seus familiares. Quando o cofrinho estiver cheio, ir com os pais ou responsáveis ao supermercado e comprar os alimentos designado para cada grupo:

Acolhida- Adaline e Ana Paula: leite em pó
Maternal- Rakel: farinha de mandioca
Jardim- Simone e Carla: macarrão
Ciclo1- Dulceana e Rita: feijão
Ciclo2-Karina : café
Ciclo3- Rafaela e Diogo: açucar

10h20- Prece final e passe


OBS1: Cada evangelizador confeccionará um cartaz do tipo de alimento do respectivo ciclo para incentivar as crianças na doação.

OBS2: Levar as caixas dos cofrinhos, de preferência, já cortados e pintados com base branca para as crianças decorarem. O tipo de decoração é opcional podendo se utilizar de pequenos adesivos, colagem de papel de revistas, desenhos feitos pelas próprias crianças, dentre outros recursos. Seguem os vídeos ilustrativos:








OBS3: Todos os trabalhadores da evangelização, escola de pais, secretaria, passe, biblioteca e mocidade doarão todos os tipos de alimentos.

domingo, 21 de outubro de 2012

FOTOS INTEGRAÇÃO DIA 21 09 2012



Quando cada um de nós transformar-se em livro atuante e vivo de lições para quantos nos observam o exemplo, as fronteiras da interpretação religiosa cederão lugar à nova era de fraternidade e paz que estamos esperando.
Chico Xavier

Obs. O download completo das fotos estar disponível na pagina FOTOS.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TEXTOS PARA A INTEGRAÇÃO DE DOMINGO DIA 21 DE OUTUBRO DE 2012



GRUPO 01

PABLO NERUDA: “Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.”
Por Equipe Palavreiros da Hora em novembro 3, 2011 17:30 pm
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito e do trabalho, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is” a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeções, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não tentando um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. 
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples ato de respirar. Estejamos vivos, então!” 
Paulo Neruda
 GRUPO 02

Convidar os Pobres e Estropiados

7 – Dizia mais ainda ao que o tinha convidado: Quando deres algum jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres algum banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, porque esses não tem com que te retribuir, mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos. Tendo ouvido estas coisas, um dos que estavam à mesa disse para Jesus: Bem-aventurado o que comer o pão no Reino de Deus. (Lucas, XIV: 12-15).
            8 – “Quando fizeres um banquete, disse Jesus, não convides os teus amigos, mas os pobres e os estropiados”. Essas palavras, absurdas, se as tomarmos ao pé da letra, são sublimes, quando procuramos entender-lhes o espírito. Jesus não poderia ter querido dizer que, em lugar dos amigos, fosse necessário reunir à mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada, e para os homens incapazes de compreender os tons mais delicados do pensamento, precisava usar de imagem fortes, que produzissem o efeito de cores berrantes. O fundo de seu pensamento se revela por estas palavras: “E serás bem-aventurado, porque esses não têm com o que te retribuir”. O que vale dizer que não se deve fazer o bem com vistas à retribuição, mas pelo simples prazer de fazê-lo. Para tornar clara a comparação, disse: convida os pobres para o teu banquete, pois sabes que eles não podem te retribuir. E por banquete é necessário entender, não propriamente a refeição, mas a participação na abundância de que desfrutas. 
             Essas palavras podem também ser aplicadas em sentido mais literal. Quantos só convidam para a sua mesa os que podem, como dizem, honrá-los ou retribuir-lhes o convite. Outros, pelo contrário ficam satisfeitos de receber parentes ou amigos menos afortunados, que todos possuem. Essa é por vezes a maneira de ajudá-los disfarçadamente. Esses, sem ir buscar os cegos e os estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e se sabem disfarçar o benefício com sincera cordialidade.

GRUPO 03

Um dia a gente aprende que...

Depois de algum tempo vc aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E vc aprende que amar não significa apoiar-se, q companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos ñ são contratos, e que presentes ñ são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, c/ a graça de um adulto e ñ c/ a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
 
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher...



GRUPO 04

 

 

O Argueiro e a Trave no Olho

            9 – Por que vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão. (Mateus, VII: 3-5).

            10 – Um dos caprichos da humanidade é ver cada qual o mal alheio antes do próprio. Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço? É o orgulho, incontestavelmente, o que leva o homem a disfarçar os seus próprios defeitos, tanto morais como físicos. Esse capricho é essencialmente contrário à caridade, pois a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. A caridade orgulhosa é um contra senso, pois esses dois sentimentos se neutralizam mutuamente. Como, de fato, um homem bastante fútil para crer na importância de sua personalidade e na supremacia de suas qualidades, poderia ter ao mesmo tempo, bastante abnegação para ressaltar nos outros o bem que poderia eclipsá-lo, em lugar do mal que poderia pô-lo em destaque? Se o orgulho é a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.

domingo, 14 de outubro de 2012

FICA A DICA 2:


O 15o. CONECE acontecerá de 19 a 21 de outubro no Centro de Convenções de Fortaleza e tem como tema principal dessa edição "Espiritualidade e Mediunidade".
Os conferencistas convidados são Marcel Mariano (BA), Simão Pedro de Lima (MG), Haroldo Dutra (MG), Alberto Almeida (PA) e Severino Celestino (PB). Os ingressos estão à venda na Livraria Sinal Verde, situada na FEEC.O Valor do ingresso é de R$ 90,00.
Vale lembrar que essas contribuições realizadas a título de inscrição no Congresso tendem a cobrir apenas parte dos custos operacionais que um evento desse porte apresenta.
Esperamos contar com todos na participação e contribuição com esse Evento que, por certo, proporcionará à família espírita a nobre oportunidade de confraternização e de divulgação da Doutrina Espírita.

Maiores informações: 85 3212.1092 - 85 3212.4268

FICA A DICA 1:


Momento que oportunizaremos a integração dos pais (mesmo os que não tem filhos serão convidados) e Evangelização, para juntos compartilharmos e refletirmos sobre a ERA VIRTUAL E A FAMÍLIA.

SINTA-SE CONVIDADO  PARA O GRANDE ENCONTRO  
         DA FAMÍLIA -  III FAMILIARIZANDO 

Contamos com a sua colaboração e  participação, levando a família de sua Evangelização..



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

TEXTO PARA ESTUDO NO DOMINGO DIA 14 DE OUTUBRO 2012


A CORDIALIDADE


            Todos sabemos o quanto é agradável tratar e conviver com pessoas educadas. Não se trata aqui daquela educação superficial, mecânica, que comumente existe em pessoas que tentam encobrir o seu grande vazio interior. Falamos sobre pessoas que possuem a alegria, a paz e o amor dentro de si e expressam esses estados da alma sob a forma de gestos, palavras e atitudes fraternas que sinalizam sua superioridade moral. São pessoas que descobriram alguns dos talentos divinos fornecidos a nós por imensa misericórdia divina.
            Por diversas ocasiões lembramos aqui a importância do exemplo por parte dos pais na transmissão de ensinamentos nobres na educação de seus filhos. Como também, que servimos de modelo aos nossos filhos não somente nas grandes, mas principalmente nas pequenas atitudes, expressadas quotidianamente no nosso comportamento enquanto cidadãos do mundo.
            Apesar de seu limitado uso, as famosas “palavras mágicas” sempre abriram e continuarão abrindo  as portas do mundo material e espiritual. Expressões como “bom-dia, boa-tarde, boa-noite, por favor, obrigado, por nada, desculpe-me, perdoe-me, com licença, pois não”... dentre uma infinidade de expressões, podem e devem fazer parte do vocabulário familiar. A palavra tem um enorme poder juntamente com o pensamento que a gesta. Ela eleva ou destrói, a quem ouve e a quem fala, se formos invigilantes. Como diria o Espírito Miramez (1, pág. 13): ”A palavra educada é o alvorecer da luz no coração. Se conversares somente assuntos construtivos, a tua aura se enriquecerá com a policromia divina, criando em torno de ti uma defesa individual, certamente ajudando a quem te ouve, no mesmo sentido. E se falares coisas incompatíveis coma a moral evangélica, profanarás a tua própria atmosfera energética, deixando o ladrão assaltar-te, como fantasma da inquietação. E ainda ombrearás com a responsabilidade dos danos causados pela tua sugestão inferior aos que te ouvem”.
            Busquemos, portanto, afastarmo-nos da maledicência, dos insultos da ingratidão, da covardia, do desânimo, do egoísmo, da intolerância que tanto caracterizaram a incivilidade e a inferioridade espiritual. Comecemos inicialmente a disciplinar nossa própria conduta através da nossa fala e gestos e, posteriormente, eduquemos os nossos pensamentos. Não se engane, a criança reflete o que vê. Se nós reprovamos a conduta incivilizada de nosso filho, podemos estar reprovando a nós mesmos e aos ambientes onde ele convive – geralmente escolhidos por nós. Se, ao contrário, não percebemos  nada demais e até nos orgulhamos nos enganos ao acreditar que suas “diabruras” tratam-se de excesso de energia e saúde, então nós é que estamos precisando de auxílio para o nosso egoísmo e irresponsável cegueira.
            Em contrapartida, o nosso exemplo, na tentativa de sermos melhores, já é muito na educação do lar, mas não é tudo. Precisamos ter na cordialidade um sustentáculo básico para a educação de nossos filhos. E essa é uma tarefa contínua, que requer persistência e disciplina e, por vezes, chega a tornar-se cansativa, mas, vale a pena. Nada adquirido sem esforço próprio tem real valor. E a cordialidade é o primeiro portal para a verdadeira caridade.
            Esforcemo-nos, portanto, para que nossos filhos inciem-se na convivência fraterna, que só lhes trará felicidade, através de pequenas palavras e gestos de cordialidade, tais como: evitar gritos desnecessários, palavrões, bem como gestos grosseiros ou obscenos; não interromper as conversas desnecessariamente; evitar mexer indevidamente no que é alheio; não usar de maledicência; agradecer sempre quando beneficiado por qualquer dádiva; respeitar os humildes e mais velhos; dentre tantas outras atitudes que tenham como base a máxima espírita “Fazer e desejar ao Outro o que desejaríamos que se fizesse ou desejasse a nós”. Lembremos que liberdade excessiva é sinônima de libertinagem, bem como o excesso de liberdade revela abandono e descaso. Toda criança ou adolescente requer e pede limite, principalmente nos momentos de maior rebeldia, por isso significar que alguém zela por ele e preocupa-se com o seu correto encaminhamento na vida.
                        A boa educação, portanto, não é sinônimo de repressão da espontaneidade, mas o redirecionamento adequado de energias primitivas e inadequadas, transmutando-as em bens da alma, na busca do próprio aperfeiçoamento.

FICA A DICA


CONFIA SEMPRE
Por Meimei
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que teus pés estejam sangrando, 
segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
Crê e trabalha.
Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na Terra, 
mas o que vem do céu permanecerá.
De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, 
porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo. 
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite.
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente 
o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.
Não te esqueça, porém, de que amanhã será outro dia.
Psicografado por Francisco Cândido Xavier.

sábado, 6 de outubro de 2012

CRIANÇAS EXCEPCIONAIS




Filhos Especiais
Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Em conjunto com o Centro Espírita Maria Angélica
Palestrante: Oswaldo Cruz
Rio de Janeiro
17/03/2000
Organizadores da palestra:
Moderador: "Luno" (nick: [Moderador])
"Médium digitador": Oswaldo Cruz (nick: Oswaldo_Cruz)
Oração Inicial:
<lflavio> Jesus, nosso Mestre querido e irmão maior, lançamos nossos pensamentos a ti, buscando a paz e harmonia para mais esta noite de estudo. Pedimos a ti, e também a Deus, nosso Pai Celestial, que certamente nos considera também os seus filhos especiais, que nos dê entendimento para podermos entender os ensinos que teremos na noite. Que a luz do Divino Amigo envolva, em especial, nosso irmão Oswaldo, encarregado do estudo da noite, e que nós, os assistentes, possamos aproveitar bem o estudo, buscando uma vida melhor e, quem sabe, entender a nossa missão especial, junto aos filhos especiais. Que nosso coração possa se transbordar de luz e paz neste momento em que damos iniciado nossa tarefa da noite de hoje. Que assim seja!
Apresentação do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz> Boa noite a todos. Sou um colaborador do Centro Espírita Maria Angélica, no Recreio dos Bandeirantes, RJ. Colaboro na divulgação doutrinária, evangelização da infância e curso de obras básicas da Codificação. Também participo do programa "Estudo Dinâmico do Espiritismo" na Rádio Rio de Janeiro. É com muita alegria que estou aqui hoje com vocês. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz> Filhos especiais, todos podemos nos considerar. Entretanto, esta noite vamos cuidar especialmente daqueles filhos que recebemos em nossos lares e são um pouco diferentes daqueles que esperávamos. Uma pequena diferença, marcante entretanto, que caracteriza a bondade Divina no processo de redenção de nossas vidas. Nem sempre sabemos como lidar com as "pequenas diferenças". Algumas vezes, essas diferenças são determinantes e transformam nossas vidas. Outras, nos perturbamos e não nos damos conta que estamos deixando de auxiliar um espírito querido, que volta à carne em busca de socorro do coração. São os filhos especiais que Deus coloca em nossas vidas para ensinar-nos a amar e doar. É a Providência Divina em ação. (t)
Perguntas/Respostas:
<[Moderador]> [01] <_Stone_> A evangelização de crianças especiais no Centro Espírita deve ocorrer conjuntamente com a das crianças "normais", ou em separado?
<Oswaldo_Cruz> Não há uma regra rígida a respeito do assunto. Em princípio e por um dever de amor, é importante para a criança especial normal o convívio com as demais crianças. Aprendemos com a Doutrina Espírita que o espírito, ainda que haja uma inibição de sua livre manifestação, é capaz de perceber o que se passa ao seu redor. Sempre a experiência será proveitosa para todos, do Evangelizador às crianças do grupo. Somente em casos especialíssimos, quando ficar realmente impossível a continuidade da atividade, o que entendemos ser uma condição extrema, será necessária a separação. Entretanto, todos os esforços devem ser desenvolvidos para a manutenção do ambiente único. É a oportunidade que temos. (t)
<[Moderador]> [02] <Brab> Oswaldo, o espírito imortal que está encarnado em uma criança especial encontra-se lúcido - e somente o corpo não responde naturalmente aos estímulos - ou o espírito pode encontrar-se igualmente perturbado?
<Oswaldo_Cruz> Falamos dos casos de idiotia. Na questão 374 de "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec pergunta: "Na condição de Espírito livre, tem o idiota consciência do seu estado mental?". Os espíritos respondem: "Freqüentemente tem. Compreende que as cadeias que lhe obstam ao vôo são prova e expiação".
Dessa forma, percebemos que, ainda quando há o impedimento da manifestação livre do espírito, a condição é contigencial, pois o espírito que é imortal e ali está em sua plena consciência percebe o que ocorre à sua volta. Não podemos, entretanto, generalizar os "filhos especiais" como sendo apenas excepcionais. Há algumas outras pequenas diferenças que podem fazê-los diferentes para o mundo, sem que de fato o sejam. (t)
<[Moderador]> [03] <lflavio> Crianças especiais são sempre espíritos endividados?
<Oswaldo_Cruz> Com base na questão 372 de "O Livro dos Espíritos", entendemos que nesses casos há o processo de resgate do espírito. A figura do endividamento, embora corrente no Movimento Espírita, é muito forte e causa-nos a todos a sensação de incapacidade na solução dos nossos problemas. Preferimos afirmar que a Providência Divina está atuando e que, em sua justiça, Deus está permitindo o ajuste. (t)
<[Moderador]> [04] <|Tati||> Um mesmo espírito pode reencarnar sucessivamente (2 encarnações) nesta condição, de "especial"?
<Oswaldo_Cruz> Sim, pode. Como entendemos tratar-se de processo de ajuste, a reorganização das estruturas espirituais do companheiro podem necessitar de mais de uma existência para serem levadas a termo.
Entretanto, entendemos também que em sua misericórdia, Deus não proporcionará a nenhum de nós um fardo maior do que o que somos capazes de carregar. Assim, se após uma encarnação em que o espírito viveu uma condição especial for necessário um tempo para refazimento, a Providência Divina utilizará os meios necessários para que o espírito reencarnante tenha uma existência menos comprometida, sem que isso signifique que está sendo isentado de suas responsabilidades. Serão utilizados recursos próprios, que propiciem uma aceleração do resgate, sem que haja o comprometimento do corpo físico, por exemplo. A mediunidade é um ótimo recurso que perfeitamente possibilita a oportunidade do crescimento espiritual e ajuste do passado. (t)
<[Moderador]> [05] <_Stone_> Apesar de concordar com a participação conjunta de especiais e "normais", como lidar com a diferença de graus de percepção intelectual do conteúdo da aula?
<Oswaldo_Cruz> Será uma tarefa difícil. Mas a Evangelização também não é uma tarefa fácil. Os desafios se multiplicam e os evangelizadores da infância já lidam atualmente com muitas limitações e falta de recursos. Um dos objetivos da Evangelização da Infância é propiciar às crianças a oportunidade do convívio com outras, ditas "especiais". Será oportunidade para todos.
O Evangelizador da Infância deverá contar com um colaborador em sala, que poderá dar uma assistência especial, discreta, à criança diferente. Suas atenções devem estar voltadas ao convívio das demais crianças, não permitindo que haja qualquer tipo de discriminação. No conteúdo da aula, a igualdade de todos, como filhos de Deus, com oportunidades iguais de crescimento espiritual deve ser enfatizada, sem que seja dado destaque ao problema.
A criança especial, como espírito, estará aproveitando aquele convívio para perceber que, apesar de suas limitações, ela também é amada e não está só no mundo. Quanto ao Evangelizador, não deve sentir-se frustrado caso não "perceba" uma receptividade nessa criança. O trabalho é amor. (t)
<[Moderador]> [06] <lflavio> Uma família que recebe um filho especial sempre tem compromisso com este espírito reencarnante?
<Oswaldo_Cruz> Os espíritos nos alertam para as palavras. Sempre e nunca são palavras muito complicadas. Não necessariamente tem um compromisso passado com o reencarnante. Podem, por um dever de caridade, aceitar recebê-lo e encaminhá-lo nesta vida, dando sua assistência e carinho. Suprindo suas deficiências e dedicando-se incessantemente. Por amor. (t)
<[Moderador]> [07] <Luno> Por que a necessidade de um espírito vir em um corpo que lhe ofereça barreira a manifestação? Este mesmo espírito, habitando um corpo sadio, não poderia quitar suas dívidas, caso as tenha, através do trabalho no bem (trabalho esse que seria muito mais eficiente se seu corpo físico lhe proporcionasse mais liberdade de ação)?
<Oswaldo_Cruz> Esse pode ser o problema: a liberdade de ação. Justamente pelo uso equivocado do livre-arbítrio, o espírito comprometeu-se de maneira tal que, como diz Hermínio Correia de Miranda ("Diálogo com as Sombras"), "a lei diz o basta". É hora de tolher a ação daquele espírito que está comprometendo não somente a si próprio, mas também a todos aqueles que com ele convivem. A liberdade de ação, ao invés de auxiliá-lo, nesse caso, somente poderá complicar mais sua vida. (t)
<[Moderador]> [08] <l_t_m> Do ponto de vista espírita, como se entende o autismo?
<Oswaldo_Cruz> O autismo é uma limitação imposta ao espírito, objetivando a restrição do seu relacionamento com os que o rodeiam. Isso não impede que o espírito receba as manifestações de afeto e carinho a ele endereçadas. O espírito encarnado na condição de autista sente, vibra. Somente não se manifesta. Sugerimos a leitura do depoimento de Charles, um idiota, em "O Céu e o Inferno", de Kardec. (t)
<[Moderador]> [09] <|Tati||> As diferenças entre as patologias se dão apenas aleatoriamente ou o espírito encarna sofrendo desta ou daquela patologia com um propósito previamente estabelecido?
Oswaldo_Cruz> Os espíritos nos alertam para o fato de que o acaso não existe. "(...) tudo serve, tudo se encadeia na Natureza (...)" conforme podemos observar na questão 540 de "O Livro dos Espíritos". Dessa forma, nossas existências obedecerão a um "projeto" do qual participamos, via de regra, antes de reencarnarmos. Não é um programa, onde tudo está estabelecido. Mas é um grande roteiro que o espírito estará seguindo e reconstruindo a cada momento de sua existência. Também a lei de causa e efeito assegura que nada ocorre por acaso no Universo. "Todo efeito tem uma causa", afirmam os espíritos. Portanto, não há um aspecto aleatório nessas patologias. (t)
<[Moderador]> [10] <Terraplaneta> Pode haver em 'filhos especiais', espíritos 'especiais'? Quero dizer, espíritos que são de tamanha luz que vêm para 'resgatar' toda uma gleba de espíritos endividados com a Lei, fazendo com que estes passem a exercitar o amor, devido a condição de 'especial' e de 'espírito de luz' do reencarnante?
<Oswaldo_Cruz> Possível é. Entretanto, entendemos que a contribuição desses espíritos, caso reencarnem entre nós, será muito maior e, conseqüentemente, maior será sua contribuição para com a comunidade em que esteja inserido, se estiver sem nenhuma restrição à sua manifestação. (t)
<[Moderador]> [11] <Selma_AM> Em casos de mães que visam um aborto, valendo-se de drogas (medicamentos) para obterem esse fim. Podemos considerar que tal fato veio a influenciar na concepção de um "filho especial"?
<Oswaldo_Cruz> Entendendo, pela Doutrina Espírita, que nada acontece por acaso e que a Justiça Divina se manifesta, a cada instante, a oportunidade não será desperdiçada e um espírito necessitado valer-se-á dela. Todos, sem exceção, precisaremos dar apoio às gestantes, demonstrando-lhe que não devem temer o futuro. Fazendo-lhes perceber a importância do momento por que passam e da responsabilidade que assumem quando engravidam. Mais ainda, demonstrar-lhes que aquela criança que ali está é a manifestação do amor de Deus em si própria. Como espíritas, temos um papel fundamental nesse processo. Evidentemente, se o desvario da mãe persistir, poderemos ter ali uma criança especial, se ela sobreviver. (t)
Considerações Finais do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz> Paulo afirma: "Se não tiver caridade, nada sou". Tudo que aqui foi dito hoje, voltado aos "filhos especiais", aplica-se também aos "adultos especiais". Tudo aplica-se às nossas vidas, já que neste planeta somos os agentes de transformação com os quais a Providência Divina conta, para propiciar o progresso da humanidade.
Filhos especiais não são filhos problema. Problemas criamos nós, quando não enxergamos a diferença que esse filho pode trazer às nossas vidas, quando Deus nos permite essa oportunidade.
Quando ocorrer de encontramos no caminho um filho especial da criação, possamos envolvê-lo com nosso carinho e amor. Possamos vibrar por seus pais e familiares para que saibam como conduzir essa oportunidade única. Somos todos nós, filhos especiais de Deus. Necessitando de sua dedicação, tolerância, paciência e principalmente de seu amor.
Que possamos ter esse mesmo amor que o Criador nos dedica, no trato com aqueles que por nossos caminhos passarem. Que Deus possa envolver a todos. Boa noite. (t)
Oração Final:
<Wania> Senhor Jesus, agradecidos estamos por mais esta oportunidade que nos é concedida, de estudarmos a Doutrina Espírita, mesmo longe das casas espíritas. Ampara este trabalho, bem como todos os outros, neste meio de comunicação. Envolva nossos espíritos, fortalecendo-os nos momentos de dúvida, de angústia e de dor. Que a tua misericórdia alcance a todos nós. Que os teus exemplos permaneçam vivos em nossas mentes. Que o teu amor e a tua luz nos conduza pelos caminhos da vida. Que seja em teu nome, em nome dos espíritos amigos que conduzem esta tarefa, mas sobretudo em nome de Deus, que possamos encerrar a palestra virtual desta noite. Que assim seja!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TEXTO PARA ESTUDO DOMINGO DIA 07 DE OUTUBRO DE 2012

            NOSSA HOMENAGEM AO CODIFICADOR DA DOUTRINA ESPÍRITA.
ANIVERSÁRIO DE ALLAN KARDEC
03 DE OUTUBRO


FAZER O BEM SEM OSTENTAÇÃO 



1. Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. -Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. - Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. - (S. MATEUS, cap. VI, vv. 1 a 4.)

2. Tendo Jesus descido do monte, grande multidão o seguiu. - Ao mesmo tempo, um leproso veio ao seu encontro e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, poderás curar-me. - Jesus, estendendo a mão, o tocou e disse: Quero-o, fica curado; no mesmo instante desapareceu a lepra. - Disse-lhe então Jesus: abstém-te de falar disto a quem quer que seja; mas, vai mostrar-te aos sacerdotes e oferece o dom prescrito por Moisés, a fim de que lhes sirva de prova. (S. MATEUS, cap. VIII, vv. 1 a 4.)
3. Em fazer o bem sem ostentação há grande mérito; ainda mais meritório é ocultar a mão que dá; constitui marca incontestável de grande superioridade moral, porquanto, para encarar as coisas de mais alto do que o faz o vulgo, mister se torna abstrair da vida presente e identificar-se com a vida futura; numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar à satisfação que advém do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Aquele que prefere ao de Deus o sufrágio dos homens prova que mais fé deposita nestes do que na Divindade e que mais valor dá à vida presente do que à futura. Se diz o contrário, procede como se não cresse no que diz.
Quantos há que só dão na esperança de que o que recebe irá bradar por toda a parte o benefício recebido! Quantos os que, de público, dão grandes somas e que, entretanto, às ocultas, não dariam uma só moeda! Foi por isso que Jesus declarou: "Os que fazem o bem ostentosamente já receberam sua recompensa." Com efeito, aquele que procura a sua própria glorificação na Terra, pelo bem que pratica, já se pagou a si mesmo; Deus nada mais lhe deve; só lhe resta receber a punição do seu orgulho.
Não saber a mão esquerda o que dá a mão direita é uma imagem que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta. Mas, se há a modéstia real, também há a falsa modéstia, o simulacro da modéstia. Há pessoas que ocultam a mão que dá, tendo, porém, o cuidado de deixar aparecer um pedacinho, olhando em volta para verificar se alguém não o terá visto ocultá-la. Indigna paródia das máximas do Cristo! Se os benfeitores orgulhosos são depreciados entre os homens, que não será perante Deus? Também esses já receberam na Terra sua recompensa. Foram vistos; estão satisfeitos por terem sido vistos. E tudo o que terão.
E qual poderá ser a recompensa do que faz pesar os seus benefícios sobre aquele que os recebe, que lhe impõe, de certo modo, testemunhos de reconhecimento, que lhe faz sentir a sua posição, exaltando o preço dos sacrifícios a que se vota para beneficiá-lo? Oh! para esse, nem mesmo a recompensa terrestre existe, porquanto ele se vê privado da grata satisfação de ouvir bendizer-lhe do nome e é esse o primeiro castigo do seu orgulho. As lágrimas que seca por vaidade, em vez de subirem ao Céu, recaíram sobre o coração do aflito e o ulceraram. Do bem que praticou nenhum proveito lhe resulta, pois que ele o deplora, e todo benefício deplorado é moeda falsa e sem valor.
A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola. Ora, converter em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, é humilhar o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade. Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o beneficiado à vontade em presença do benfeitor, ao passo que a caridade orgulhosa o esmaga. A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Eis o que significam estas palavras: "Não saiba a mão esquerda o que dá a direita." 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PAIS EM NOVOS TEMPOS


 Um giro na memória de nossa infância e de tantos amigos nos leva a pensar no relacionamento que tínhamos com nossos pais e no que temos hoje com nossos filhos. Era um tempo em que a tecnologia não estava tão presente e a vida de trabalho era menos agitada. Poucas famílias tinham mais de um automóvel. O que tínhamos de eletrodomésticos fora da cozinha eram a televisão e o aparelho de som "3 em 1" (que tocava músicas do rádio, dos discos de vinil e das fitas k7 magnéticas). As crianças viviam mais soltas e as brincadeiras, na rua ou na área rural, eram diárias e coletivas. À noite, tínhamos tempo para curtir histórias de reis e lendas encantadoras. Possivelmente desfrutávamos melhor a aventura de ser criança. Era uma grande alegria quando o papai brincava conosco e nos concedia o seu precioso tempo. Era uma felicidade sem medidas receber o calor do aconchego da mamãe com seu olhar cheio de dedicação e afeto. Talvez não compreendíamos bem a insistência dos nossos pais ao nos querer "formar para a vida adulta" que viria, mas nos interessávamos pelas dicas de como construir o nosso futuro, em pensar no que seríamos quando crescêssemos. E, por mais que tenhamos ajudado nas tarefas domésticas, nunca teremos a verdadeira noção do quanto nossos pais batalharam para nos dar uma vida melhor, para garantir nossa alimentação, saúde, estudo... A grande diferença é que, nos tempos atuais, se nós, pais e mães, trabalhamos para oferecer uma vida confortável a nossos filhos e acabamos por ter pouco tempo para estar com eles, o vácuo de relacionamentos acaba sendo preenchido pela TV, pela internet, pelo celular e pelo "ipod" ou pelo "mp4", que lhes tampam os ouvidos para a realidade ao redor. Além disso, com os vários eletrodomésticos que reduzem as tarefas da casa, é inevitável que os filhos de hoje vivam uma rotina mais acomodada e individualizada, tendo a impressão de que o futuro já está garantido, que a vida depende muito do esforço pessoal e que os pais não têm mais tanto a oferecer. Nesse contexto nós, pais, podemos nos deixar levar pela idéia de que não temos mais o que dizer aos nossos filhos. Se temos vontade de conversar com eles, há o receio de parecermos ultrapassados ou de não saber como entrar no mundo deles. Mas, no nosso íntimo, sabemos que nada pode substituir o convívio da família, e o quanto a figura dos pais, sua presença e atenção são importantes, ainda que não plenamente reconhecidas. Sua experiência, seu exemplo e seus conselhos são valiosíssimos. Sabemos dos inúmeros casos em que os pais garantem um patrimônio considerável a seus filhos, mas quando morrem, em pouco tempo esses filhos, que não se preocupavam com o próprio sustento, logo consomem tudo o que receberam e passam a levar uma vida cheia de dificuldades. Entretanto, mesmo nestes novos tempos, a questão é essencialmente a mesma: valorizar os relacionamentos. Então, preparar os filhos para a vida implica no envolvimento deles nas atividades familiares, mesmo que isso tome mais tempo: fazer juntos as compras, manter a casa em ordem e a cozinha sempre limpa. A independência deles deve ser construída. Se da parte de nossos filhos talvez falte o devido reconhecimento, devemos aperfeiçoar nosso conceito de formação, de autoridade responsável pela educação deles. Consideraremos melhor as verdades que eles têm a nos dizer, muitas vezes luminosas. Teremos facilidade para pedir-lhes desculpas, se necessário. Seremos mais simples, mais felizes, dispostos a aprender algo de novo nessa missão. Teremos paciência e amor. Se fizermos isso, poderemos alcançar a meta de sermos urna edição aprimorada de nossos pais.

(José e Margarete Daldegan - Revsita Cidade Nova - p. 38 - Agosto 2012)