Filhos Especiais
Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Em conjunto com o Centro Espírita Maria Angélica
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Em conjunto com o Centro Espírita Maria Angélica
Palestrante: Oswaldo Cruz
Rio de Janeiro
17/03/2000
Rio de Janeiro
17/03/2000
Organizadores da
palestra:
Moderador: "Luno" (nick:
[Moderador])
"Médium digitador": Oswaldo Cruz (nick: Oswaldo_Cruz)
"Médium digitador": Oswaldo Cruz (nick: Oswaldo_Cruz)
Oração Inicial:
<lflavio>
Jesus, nosso Mestre querido e irmão maior, lançamos nossos pensamentos a ti,
buscando a paz e harmonia para mais esta noite de estudo. Pedimos a ti, e
também a Deus, nosso Pai Celestial, que certamente nos considera também os seus
filhos especiais, que nos dê entendimento para podermos entender os ensinos que
teremos na noite. Que a luz do Divino Amigo envolva, em especial, nosso irmão
Oswaldo, encarregado do estudo da noite, e que nós, os assistentes, possamos
aproveitar bem o estudo, buscando uma vida melhor e, quem sabe, entender a
nossa missão especial, junto aos filhos especiais. Que nosso coração possa se
transbordar de luz e paz neste momento em que damos iniciado nossa tarefa da
noite de hoje. Que assim seja!
Apresentação do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz>
Boa noite a todos. Sou um colaborador do Centro Espírita Maria Angélica, no
Recreio dos Bandeirantes, RJ. Colaboro na divulgação doutrinária, evangelização
da infância e curso de obras básicas da Codificação. Também participo do
programa "Estudo Dinâmico do Espiritismo" na Rádio Rio de Janeiro. É
com muita alegria que estou aqui hoje com vocês. (t)
Considerações Iniciais do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz>
Filhos especiais, todos podemos nos considerar. Entretanto, esta noite vamos
cuidar especialmente daqueles filhos que recebemos em nossos lares e são um
pouco diferentes daqueles que esperávamos. Uma pequena diferença, marcante
entretanto, que caracteriza a bondade Divina no processo de redenção de nossas
vidas. Nem sempre sabemos como lidar com as "pequenas diferenças".
Algumas vezes, essas diferenças são determinantes e transformam nossas vidas.
Outras, nos perturbamos e não nos damos conta que estamos deixando de auxiliar
um espírito querido, que volta à carne em busca de socorro do coração. São os
filhos especiais que Deus coloca em nossas vidas para ensinar-nos a amar e
doar. É a Providência Divina em ação. (t)
Perguntas/Respostas:
<[Moderador]>
[01] <_Stone_> A evangelização de crianças especiais no Centro Espírita
deve ocorrer conjuntamente com a das crianças "normais", ou em
separado?
<Oswaldo_Cruz>
Não há uma regra rígida a respeito do assunto. Em princípio e por um dever de
amor, é importante para a criança especial normal o convívio com as demais
crianças. Aprendemos com a Doutrina Espírita que o espírito, ainda que haja uma
inibição de sua livre manifestação, é capaz de perceber o que se passa ao seu
redor. Sempre a experiência será proveitosa para todos, do Evangelizador às
crianças do grupo. Somente em casos especialíssimos, quando ficar realmente
impossível a continuidade da atividade, o que entendemos ser uma condição
extrema, será necessária a separação. Entretanto, todos os esforços devem ser
desenvolvidos para a manutenção do ambiente único. É a oportunidade que temos.
(t)
<[Moderador]>
[02] <Brab> Oswaldo, o espírito imortal que está encarnado em uma criança
especial encontra-se lúcido - e somente o corpo não responde naturalmente aos
estímulos - ou o espírito pode encontrar-se igualmente perturbado?
<Oswaldo_Cruz>
Falamos dos casos de idiotia. Na questão 374 de "O Livro dos
Espíritos", Allan Kardec pergunta: "Na condição de Espírito livre,
tem o idiota consciência do seu estado mental?". Os espíritos respondem:
"Freqüentemente tem. Compreende que as cadeias que lhe obstam ao vôo são
prova e expiação".
Dessa forma,
percebemos que, ainda quando há o impedimento da manifestação livre do
espírito, a condição é contigencial, pois o espírito que é imortal e ali está
em sua plena consciência percebe o que ocorre à sua volta. Não podemos,
entretanto, generalizar os "filhos especiais" como sendo apenas
excepcionais. Há algumas outras pequenas diferenças que podem fazê-los
diferentes para o mundo, sem que de fato o sejam. (t)
<[Moderador]>
[03] <lflavio> Crianças especiais são sempre espíritos endividados?
<Oswaldo_Cruz>
Com base na questão 372 de "O Livro dos Espíritos", entendemos que
nesses casos há o processo de resgate do espírito. A figura do endividamento,
embora corrente no Movimento Espírita, é muito forte e causa-nos a todos a
sensação de incapacidade na solução dos nossos problemas. Preferimos afirmar
que a Providência Divina está atuando e que, em sua justiça, Deus está
permitindo o ajuste. (t)
<[Moderador]>
[04] <|Tati||> Um mesmo espírito pode reencarnar sucessivamente (2
encarnações) nesta condição, de "especial"?
<Oswaldo_Cruz>
Sim, pode. Como entendemos tratar-se de processo de ajuste, a reorganização das
estruturas espirituais do companheiro podem necessitar de mais de uma
existência para serem levadas a termo.
Entretanto,
entendemos também que em sua misericórdia, Deus não proporcionará a nenhum de
nós um fardo maior do que o que somos capazes de carregar. Assim, se após uma
encarnação em que o espírito viveu uma condição especial for necessário um
tempo para refazimento, a Providência Divina utilizará os meios necessários
para que o espírito reencarnante tenha uma existência menos comprometida, sem
que isso signifique que está sendo isentado de suas responsabilidades. Serão
utilizados recursos próprios, que propiciem uma aceleração do resgate, sem que
haja o comprometimento do corpo físico, por exemplo. A mediunidade é um ótimo
recurso que perfeitamente possibilita a oportunidade do crescimento espiritual
e ajuste do passado. (t)
<[Moderador]>
[05] <_Stone_> Apesar de concordar com a participação conjunta de
especiais e "normais", como lidar com a diferença de graus de
percepção intelectual do conteúdo da aula?
<Oswaldo_Cruz>
Será uma tarefa difícil. Mas a Evangelização também não é uma tarefa fácil. Os
desafios se multiplicam e os evangelizadores da infância já lidam atualmente
com muitas limitações e falta de recursos. Um dos objetivos da Evangelização da
Infância é propiciar às crianças a oportunidade do convívio com outras, ditas
"especiais". Será oportunidade para todos.
O Evangelizador da
Infância deverá contar com um colaborador em sala, que poderá dar uma
assistência especial, discreta, à criança diferente. Suas atenções devem estar
voltadas ao convívio das demais crianças, não permitindo que haja qualquer tipo
de discriminação. No conteúdo da aula, a igualdade de todos, como filhos de
Deus, com oportunidades iguais de crescimento espiritual deve ser enfatizada,
sem que seja dado destaque ao problema.
A criança especial,
como espírito, estará aproveitando aquele convívio para perceber que, apesar de
suas limitações, ela também é amada e não está só no mundo. Quanto ao
Evangelizador, não deve sentir-se frustrado caso não "perceba" uma
receptividade nessa criança. O trabalho é amor. (t)
<[Moderador]>
[06] <lflavio> Uma família que recebe um filho especial sempre tem
compromisso com este espírito reencarnante?
<Oswaldo_Cruz>
Os espíritos nos alertam para as palavras. Sempre e nunca são palavras muito
complicadas. Não necessariamente tem um compromisso passado com o reencarnante.
Podem, por um dever de caridade, aceitar recebê-lo e encaminhá-lo nesta vida,
dando sua assistência e carinho. Suprindo suas deficiências e dedicando-se
incessantemente. Por amor. (t)
<[Moderador]>
[07] <Luno> Por que a necessidade de um espírito vir em um corpo que lhe
ofereça barreira a manifestação? Este mesmo espírito, habitando um corpo sadio,
não poderia quitar suas dívidas, caso as tenha, através do trabalho no bem
(trabalho esse que seria muito mais eficiente se seu corpo físico lhe
proporcionasse mais liberdade de ação)?
<Oswaldo_Cruz>
Esse pode ser o problema: a liberdade de ação. Justamente pelo uso equivocado
do livre-arbítrio, o espírito comprometeu-se de maneira tal que, como diz
Hermínio Correia de Miranda ("Diálogo com as Sombras"), "a lei
diz o basta". É hora de tolher a ação daquele espírito que está
comprometendo não somente a si próprio, mas também a todos aqueles que com ele
convivem. A liberdade de ação, ao invés de auxiliá-lo, nesse caso, somente
poderá complicar mais sua vida. (t)
<[Moderador]>
[08] <l_t_m> Do ponto de vista espírita, como se entende o autismo?
<Oswaldo_Cruz>
O autismo é uma limitação imposta ao espírito, objetivando a restrição do seu
relacionamento com os que o rodeiam. Isso não impede que o espírito receba as
manifestações de afeto e carinho a ele endereçadas. O espírito encarnado na
condição de autista sente, vibra. Somente não se manifesta. Sugerimos a leitura
do depoimento de Charles, um idiota, em "O Céu e o Inferno", de
Kardec. (t)
<[Moderador]>
[09] <|Tati||> As diferenças entre as patologias se dão apenas
aleatoriamente ou o espírito encarna sofrendo desta ou daquela patologia com um
propósito previamente estabelecido?
Oswaldo_Cruz> Os
espíritos nos alertam para o fato de que o acaso não existe. "(...) tudo
serve, tudo se encadeia na Natureza (...)" conforme podemos observar na
questão 540 de "O Livro dos Espíritos". Dessa forma, nossas
existências obedecerão a um "projeto" do qual participamos, via de
regra, antes de reencarnarmos. Não é um programa, onde tudo está estabelecido.
Mas é um grande roteiro que o espírito estará seguindo e reconstruindo a cada
momento de sua existência. Também a lei de causa e efeito assegura que nada
ocorre por acaso no Universo. "Todo efeito tem uma causa", afirmam os
espíritos. Portanto, não há um aspecto aleatório nessas patologias. (t)
<[Moderador]>
[10] <Terraplaneta> Pode haver em 'filhos especiais', espíritos
'especiais'? Quero dizer, espíritos que são de tamanha luz que vêm para
'resgatar' toda uma gleba de espíritos endividados com a Lei, fazendo com que
estes passem a exercitar o amor, devido a condição de 'especial' e de 'espírito
de luz' do reencarnante?
<Oswaldo_Cruz>
Possível é. Entretanto, entendemos que a contribuição desses espíritos, caso
reencarnem entre nós, será muito maior e, conseqüentemente, maior será sua
contribuição para com a comunidade em que esteja inserido, se estiver sem
nenhuma restrição à sua manifestação. (t)
<[Moderador]>
[11] <Selma_AM> Em casos de mães que visam um aborto, valendo-se de
drogas (medicamentos) para obterem esse fim. Podemos considerar que tal fato
veio a influenciar na concepção de um "filho especial"?
<Oswaldo_Cruz>
Entendendo, pela Doutrina Espírita, que nada acontece por acaso e que a Justiça
Divina se manifesta, a cada instante, a oportunidade não será desperdiçada e um
espírito necessitado valer-se-á dela. Todos, sem exceção, precisaremos dar
apoio às gestantes, demonstrando-lhe que não devem temer o futuro. Fazendo-lhes
perceber a importância do momento por que passam e da responsabilidade que
assumem quando engravidam. Mais ainda, demonstrar-lhes que aquela criança que
ali está é a manifestação do amor de Deus em si própria. Como espíritas, temos
um papel fundamental nesse processo. Evidentemente, se o desvario da mãe
persistir, poderemos ter ali uma criança especial, se ela sobreviver. (t)
Considerações Finais do Palestrante:
<Oswaldo_Cruz>
Paulo afirma: "Se não tiver caridade, nada sou". Tudo que aqui foi
dito hoje, voltado aos "filhos especiais", aplica-se também aos
"adultos especiais". Tudo aplica-se às nossas vidas, já que neste
planeta somos os agentes de transformação com os quais a Providência Divina
conta, para propiciar o progresso da humanidade.
Filhos especiais não
são filhos problema. Problemas criamos nós, quando não enxergamos a diferença que
esse filho pode trazer às nossas vidas, quando Deus nos permite essa
oportunidade.
Quando ocorrer de
encontramos no caminho um filho especial da criação, possamos envolvê-lo com
nosso carinho e amor. Possamos vibrar por seus pais e familiares para que saibam
como conduzir essa oportunidade única. Somos todos nós, filhos especiais de
Deus. Necessitando de sua dedicação, tolerância, paciência e principalmente de
seu amor.
Que possamos ter esse
mesmo amor que o Criador nos dedica, no trato com aqueles que por nossos
caminhos passarem. Que Deus possa envolver a todos. Boa noite. (t)
Oração Final:
<Wania>
Senhor Jesus, agradecidos estamos por mais esta oportunidade que nos é
concedida, de estudarmos a Doutrina Espírita, mesmo longe das casas espíritas.
Ampara este trabalho, bem como todos os outros, neste meio de comunicação.
Envolva nossos espíritos, fortalecendo-os nos momentos de dúvida, de angústia e
de dor. Que a tua misericórdia alcance a todos nós. Que os teus exemplos
permaneçam vivos em nossas mentes. Que o teu amor e a tua luz nos conduza pelos
caminhos da vida. Que seja em teu nome, em nome dos espíritos amigos que
conduzem esta tarefa, mas sobretudo em nome de Deus, que possamos encerrar a
palestra virtual desta noite. Que assim seja!
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