quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ESTUDO DO DIA 15/11/2015 – DEIXAI QUE VENHAM A MIM AS CRIANCINHAS

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 15/11/2015:

Tema: DEIXAI QUE VENHAM A MIM AS CRIANCINHAS
18. Disse o Cristo: "Deixai que venham a mim as criancinhas." Profundas em sua simplicidade, essas palavras não continham um simples chamamento dirigido às crianças, mas, também, o das almas que gravitam nas regiões inferiores, onde o infortúnio desconhece a esperança. Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravizados e os viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física, presa à matéria, submetida ao jugo do instinto, ainda não incluída na categoria superior da razão e da vontade que se exercem em torno dela e por ela.
Queria que os homens a ele fossem com a confiança daqueles entezinhos de passos vacilantes, cujo chamamento conquistava, para o seu, o coração das mulheres, que são todas mães. Submetia assim as almas à sua terna e misteriosa autoridade. Ele foi o facho que ilumina as trevas, a claridade matinal que toca a despertar; foi o iniciador do Espiritismo, que a seu turno atrairá para ele, não as criancinhas, mas os homens de boa-vontade. Está empenhada a ação viril; já não se trata de crer instintivamente, nem de obedecer maquinalmente; é preciso que o homem siga a lei inteligente que se lhe revela na sua universalidade.
Meus bem-amados, são chegados os tempos em que, explicados, os erros se tomarão verdades. Ensinar-vos-emos o sentido exato das parábolas e vos mostraremos a forte correlação que existe entre o que foi e o que é. Digo-vos, em verdade: a manifestação espírita avulta no horizonte, e aqui está o seu enviado, que vai resplandecer como o Sol no cume dos montes. -João Evangelista. (Paris, 1863.)
19. Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos. Deixai venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de amparo e consolação. Deixai venham a mim os ignorantes, para que eu os esclareça. Deixai venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? E o amor, é a caridade! Se possuís esse fogo divino, que é o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida: "Meu Pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porquanto é para meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as alegrias sãs, bendito sejas ainda. Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu reconhecimento!" Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar.
Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor. - Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)

Fonte de Pesquisa: Kardec, Por Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Disponível em  http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/index.html. Capturado em: 20/ 11/ 2012.
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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

ESTUDO DO DIA 01/11/2015 – O PERDÃO NO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO ADOLESCENTE

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 01/11/2015:

Tema: O PERDÃO NO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO ADOLESCENTE
Na transição da adolescência, o jovem saudável é muito susceptível de mudança de comportamentos e de atitudes mentais. Raramente as mágoas se lhe fazem profundas, produzindo sulcos perturbadores que se transformam em conflitos para o futuro, porque tudo parece acontecer com rapidez, cedendo, um fato, lugar a outro mais recente, dessa forma, não se fixando muito as impressões negativas, exceto aquelas que se repetem ou que lhe causam choque, estupor ou castração psicológica.
Desse modo, as ocorrências desagradáveis podem ser superadas com relativa facilidade, desde que haja substitutos para as mesmas, diminuindo as impressões de descontentamento e malestar.
Formando a personalidade e definindose na eleição do que lhe apraz aceitar ou rejeitar, o perdão assume um papel de importância no seu diaadia, abrindolhe possibilidades para os relacionamentos felizes. Há, naturalmente, exceções, quando se trata de personalidades psicopatas, temperamentos instáveis e vingativos, que acumulam o resíduo do ressentimento ao invés de coletar as experiências positivas e substituir aqueles outros que são de natureza desagradável.
O perdão aos erros alheios representa começo de maturidade no jovem, que se
revela tolerante, compreensivo, dando aos outros o direito de equivocarse e abrindo espaço para o autoperdão. Mediante essa conduta se renova, não permanecendo em atitudes depressivas após a constatação do erro, antes se dispondo a seguir em frente, superando a situação infeliz e recuperandose ao primeiro ensejo. Com essa atitude, a vida adquire um sabor agradável e as ocorrências passam a merecer a consideração produtiva, aquela que soma recursos que podem ser aplicados em favor do bem comum.
É uma forma de superar os melindres e complexos de inferioridade, porque o adolescente dáse conta do quanto é importante a sua presença no mundo, pelo seu significado existencial, pelo que pode realizar e pelo próprio sentido de sua vida.
Quando perdoa, despojase de ondas perturbadoras que lhe ameaçam a casa mental, ampliando a capacidade de amor sem exigência, porque percebe que todas as pessoas se equivocam e são credoras de entendimento, quanto ele próprio o é. Isso lhe proporciona uma empatia favorável à existência terrestre, que perde as marcas agressivas que lhe pareciam ameaçar, constatando a fragilidade humana, que lhe cumpre entender e auxiliar a fortificarse..
É certamente uma lição preciosa para o seu desenvolvimento afetivo, emocional e social. Desde que todas as pessoas são dependentes umas das outras e cometem os mesmos erros com variação de escala e de gravidade, compreende o desafio que é viver com equilíbrio, intercambiando fraternidade, que constitui suporte de vitalidade. Ninguém que viaje pelo rumo da existência terrestre sem o apoio das amizades, sem o intercâmbio fraternal, que não tombe em terrível alienação.
Dessa forma, o perdão, como fenômeno natural entre os indivíduos, fascina o jovem que desperta para a existência adulta, descobrindo que a vida é enriquecedora e que errar é experiência perfeitamente natural, porém levantarse do erro é compromisso que não pode ser adiado sob pretexto algum. No entanto, para que a pessoa reconsidere a atitude e se erga do deslize, é indispensável que lhe seja oferecida oportunidade, que se lhe distenda a mão amiga sem recriminação ou qualquer outra exigência. Somente assim a vida se torna digna de ser vivida com elevação.
A aprendizagem do perdão pode ser comparada com a metodologia do ensino, aplicada no cotidiano. A pessoa que se dispõe a aprender qualquer coisa é levada a errar, no começo, repetir a tentativa até que as experiências se fixem no inconsciente e passem espontaneamente à consciência, de onde se irradiam para os hábitos. Assim, também, as conquistas morais, que são resultados de tentames ora com êxitos, ora com insucessos. O erro de um momento ensina como não mais se deve proceder, dessa maneira adquirindose o automatismo para agir com correção.
Essa tarefa educadora é reflexo do perdão que se dá e do que se recebe. Ninguém, no mundo, que não necessite de oferecêlo, tanto quanto de recebêlo. Concedêlo, porém, é sempre melhor, porque expressa enriquecimento interior e disposição de auxiliar crescendo, enquanto conseguilo traduz equívoco que poderia ser evitado. A aprendizagem, todavia, em qualquer circunstância, oferece valioso contributo para uma existência tranquila.
Todas as criaturas necessitam pensar profundamente no perdão. Quando alguém é ofendido, o seu agressor tomba em nível vibratório e a vítima prossegue no padrão em que se encontra. Se reage, devolvendo o insulto, a agressão, igualmente, desce à condição de inferioridade; se permanece em tranquilidade, demorase no mesmo patamar. Entretanto, quando perdoa, ascende e localizase emocional e psiquicamente em situação melhor do que o seu opositor. Não foi por outra razão que Jesus, como Psicoterapeuta Invulgar, proclamou a necessidade do perdão como condição de plenitude para o ser.
O adolescente, descomprometido com ressentimentos anteriores, aberto às novas lições da vida, sempre encontrará, no ato de perdoar, uma forma de realizarse, preenchendo os vazios do sentimento e superando as constrições de uma família problema, um lar difícil, circunstâncias perturbadoras que passam a dar significado diferente à sua existência, liberandoo das reminiscências amargas e dos traumas que, por acaso, teimem por permanecerlhe no ser.
Essa atitude de perdoar é resultado também de exercícios. Ao analisar a situação do agressor, compreendendo que ele se encontra infeliz e exterioriza essa situação mediante a agressividade, torna mais fácil a atitude da desculpa, que se encoraja em olvidar a ofensa, perdoar sinceramente. Iniciase nas pequenas conjunturas desagradáveis que vão sendo ultrapassadas sem vínculos de mágoas, na necessidade pessoal também de ser compreendido, e, portanto, perdoado, criando um clima de legítima fraternidade que permite ao outro ser aceito conforme se apresenta, entendendolhe as dificuldades de amadurecimento e de atitude, dessa forma ajudando-o sem imporlhe percalços pelo caminho.
O verdadeiro e compensador período da adolescência é aquele que guarda melhores recordações, responsáveis pela estruturação do caráter e da personalidade, devendo ser a fase na qual ocorrem as expressões de amadurecimento psicológico, superando a criança caprichosa que não sabe desculpar e abrindo campo para o desenvolvimento do indivíduo compassivo e fraterno, que está disposto a contribuir com valiosos tesouros para a dignificação humana.
Quando se ama, portanto, o perdão é um fenômeno natural, que se exterioriza como consequência da atitude aberta de aceitar o próximo na condição em que se apresenta, porém, exigirse ser melhor cada dia, e mais nobre em cada oportunidade que surge.

Fonte de Pesquisa: Franco, Divaldo P., pelo espírito Joana de Angelis. Adolescência e Vida. Disponível em  http://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/L102.pdf. Capturado em 06/11/2012.
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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

ESTUDO DO DIA 11/10/2015 – EDUCAR-SE PARA EDUCAR

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 11/10/2015:

Tema: EDUCAR-SE PARA EDUCAR

Os pais também duvidam de si porque têm falhas e fracassos reais. Ser um pai ou uma mãe ideal deve ser o objetivo de todos, porém devemos admitir que somos seres humanos imperfeitos, com defeitos a eliminar e lacunas a preencher. Procurar ser pais “suficientemente bons” é na verdade um bom começo. Isso alivia a tensão de desejar corresponder a um ideal extremamente difícil, mas resulta em novas ansiedades. Até que ponto um pai tem que ser bom? Até que ponto pode ser mau sem deixar de ser “suficientemente bom”? Todo pai está consciente de defeitos em seu próprio caráter, e da existência de características pessoais que ele receia possam influenciar negativamente seu filho.
Esse medo é aumentado por tudo que atualmente se diz acerca da importância do laço pessoal entre pais e filhos. Procuramos aqui ressaltar como esse laço é de importância decisiva para o desenvolvimento da criança. Se, então, tanta coisa depende da qualidade do intercâmbio humano na família, os pais, conscientes das vezes que falharam exatamente nisso, começam a temer o possível prejuízo que podem causar aos filhos.
Todos os pais têm sua carga secreta de culpa a respeito dos filhos. Algumas se referem a coisas passageiras; outras são mais graves, por serem mais sérias ou permanentes.
Os pais sabem, também, que seu melhor lado, aquele que deseja o melhor para seus filhos, nem sempre é o que prevalece. Sabem, que, às vezes, são desagradáveis para com seus filhos, estragam seus esforços ou ofendem sua jovem dignidade. Entretanto, quando essas faltas são passageiras, você não as comete freqüentemente, e sente que pode abrandar a mágoa causada a seu filho e modificar a situação, sua culpa, embora aguda na ocasião, habitualmente não dura muito.
A questão é que todo pai sente-se culpado em relação aos filhos. E daí? Deve-se concluir que é um mau pai?
Certamente, os pais tendem a chegar a esta conclusão. Em seus maus momentos, quando o sentimento de culpa e inadequação prevalecem, esquecem todos os cuidados e dedicação que proporcionaram aos filhos. Os fracassos parecem grandes demais, e receiam que não haja neles nada de bom. Então, acham que são maus pais. Nessa disposição, qualquer fracasso lhes parece um fracasso total. Os defeitos, na maioria das vezes, são contrabalançados pelas qualidades. Você pode ser impaciente, mas também capaz de muito carinho. Algumas vezes foi displicente ou sem compreensão, mas muitas outras foi atencioso e receptivo. Se temos de admitir que não somos seres simples, cheios apenas de amor por nossos filhos, também devemos lembrar que não procuramos somente magoar e ferir. Educamos nossos filhos e os capacitamos a progredir.
Joamar Zanolini Nazareth, em seu livro Um Desafio Chamado Família, esclarece essa questão à luz da Doutrina Espírita:
“O Espiritismo é uma doutrina que nos coloca no dever de sempre caminhar. Não nos pede santidade para abraçar a tarefa educativa. Podemos apenas caminhar e, a cada passo dado no rumo do progresso, surge o convite ao trabalho dentro do que já conquistamos, abrindo oportunidades de adquirir as virtudes que ainda não trazemos na alma. O erro não está em ter imperfeições, mas em algemar-se à preguiça e não buscar melhorar-se. A necessidade fundamental do educador passa a ser a própria iluminação.
Vejamos o alerta de Emmanuel: “na sagrada missão de ensinar, instruem o intelecto, mas, de um modo geral, ainda não sabem iluminar o coração dos discípulos, por necessitados da própria iluminação”.
Não é preciso ser catedrático ou um “espírito perfeito” para a tarefa educativa; pede-se, no entanto, o intensivo esforço da reforma íntima, com maior autodomínio, disciplina dos sentimentos egoísticos e inferiores, extermínio das paixões e a gradativa aquisição de conhecimentos elevados.
Então, devemos ter sempre conosco a legenda “Educar-se para educar”, afim de não esquecermos nossa necessidade de progresso. E, a cada avanço na jornada evolutiva, melhoramos nossa condição de educadores.
Através do próprio burilamento, estaremos melhorando nossa condição de pais/professores, para desempenhar mais decisivamente as obrigações. E honrar o galardão da educação é preparar a construção de um mundo melhor, pois somente com o amparo e socorro moral às gerações futuras é que  estaremos efetivamente acendendo a lâmpada da renovação da humanidade, extinguindo as trevas da ignorância, da falta de fé e da pobreza de valores morais no mundo.”
 


Fonte de Pesquisa: Texto extraído do GUIA ÚTIL DOS PAIS – Uma Abordagem Educacional Espírita – Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras)- 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estêvão, 2004. (Área de Ensino). 77 a 79p.
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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ESTUDO DO DIA 04/10/2015 – PECADO POR PENSAMENTOS. – ADULTÉRIO

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 04/10/2015:

Tema: PECADO POR PENSAMENTOS. – ADULTÉRIO
5. Aprendestes que foi dito aos antigos: "Não cometereis adultério. Eu, porém, vos digo que aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu coração cometeu adultério com ela." (S. Mateus, cap. V, vv.27 e 28.)
6. A palavra adultério não deve absolutamente ser entendida aqui no sentido exclusivo da acepção que lhe é própria, porém, num sentido mais geral. Muitas vezes Jesus a empregou por extensão, para designar o mal, o pecado, todo e qualquer pensamento mau, como, por exemplo, nesta passagem: "Porquanto se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, dentre esta raça adúltera e pecadora, o Filho do Homem também se envergonhará dele, quando vier acompanhado dos santos anjos, na glória de seu Pai." (S. MARCOS, cap. VIII, v. 38.)
A verdadeira pureza não está somente nos atos; está também no pensamento, porquanto aquele que tem puro o coração, nem sequer pensa no mal. Foi o que Jesus quis dizer: ele condena o pecado, mesmo em pensamento, porque é sinal de impureza.
7. Esse principio suscita naturalmente a seguinte questão: Sofrem-se as conseqüências de um pensamento mau, embora nenhum efeito produza?
Cumpre se faça aqui uma importante distinção. À medida que avança na vida espiritual, a alma que enveredou pelo mau caminho se esclarece e despoja pouco a pouco de suas imperfeições, conforme a maior ou menor boa-vontade que demonstre, em virtude do seu livre-arbítrio. Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.
Aquela que, ao contrário, não tomou boas resoluções, procura ocasião de praticar o mau ato e, se não o leva a efeito, não é por virtude da sua vontade, mas por falta de ensejo. E, pois, tão culpada quanto o seria se o cometesse.
Em resumo, naquele que nem sequer concebe a idéia do mal, já há progresso realizado; naquele a quem essa idéia acode, mas que a repele, há progresso em vias de realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o trabalho está feito; no outro, está por fazer-se. Deus, que é justo, leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.

Fonte de Pesquisa: Kardec, Por Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Disponível em  http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/index.html. Capturado em: 05/ 06/ 2012.
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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

ESTUDO DO DIA 13/09/2015 – DELEGANDO COMPETÊNCIAS: QUANDO, COMO E COM QUEM ESTABELECER PARCERIAS

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 13/09/2015:

Tema: DELEGANDO COMPETÊNCIAS: QUANDO, COMO E COM QUEM ESTABELECER PARCERIAS
Decidir qual a melhor forma de educar os filhos vem sendo foco de atenção dos pais, que se vêem sem um caminho seguro a seguir, por se encontrarem indecisos entre a herança de uma educação repressora e a introdução de uma postura liberal por parte de algumas correntes psicopedagógicas, por vezes mal difundidas e interpretadas. O desafio encontra-se em optar pelo caminho do meio, ou seja, em uma postura educacional que busque conciliar os aspectos positivos da educação conservadora e os da liberal, através de uma conduta amorosa, mas firme, na qual a liberdade e a disciplina, o amor e a instrução formem as bases necessárias a uma educação bem orientada.
Por justamente emergirem contextualmente de correntes educacionais conflitantes (repressão anterior aos anos 60/70 x liberalismo pós 60/70), os pais atualmente parecem despreparados, inseguros, podendo vir a agir de forma incoerente ou chegam, até mesmo, a fugir de suas responsabilidades, atuando de forma que oscila entre permissiva, indiferente ou autoritária.
Temendo assumir os riscos resultantes da responsabilidade de se educar um filho, pois, na realidade, trata-se de uma tarefa difícil para os dias atuais por requerer contínuo esforço, disciplina e dedicação muitos pais “delegam” a terceiros, obrigações e até prazeres que lhes são próprios. Exemplifiquemos os casos de algumas adoções parciais ou definitivas de crianças por parte de avós, parentes ou até estranhos. Perdem os pais, portanto, por ação ou omissão, o controle, a autoridade e em conseqüência, a satisfação e a oportunidade de crescimento proporcionadas pela maternidade ou paternidade bem exercidas.
Muitas vezes ocorre, também, que os pais não delegam suas atribuições, mas ficam “à deriva” na relação com os filhos, e, quando se vêem enredados em problemas, atribuem, geralmente, a culpa a terceiros (à escola, por exemplo) ou esperam por ajuda rápida e milagrosa (psicólogos, centros espíritas). Isso não significa dizer que não se deve buscar ajuda ou compartilhar dificuldades, mas saber discriminar quando realmente devemos buscar ajuda e parcerias ou quando estamos projetando ou delegando responsabilidades que nos são próprias.
Discutiremos, brevemente, a seguir, algumas das situações mais comuns de “delegação de competências” para maior clareza e reflexão:
A Escola: É uma das práticas mais comuns pais que acreditam possuir a escola total responsabilidade pela educação dos filhos. São, geralmente, pais que possuem as seguintes características, isoladas ou em conjunto: permissividade e/ou superproteção, baixa participação nas atividades escolares, baixo ou contraditoriamente alto nível de informação e senso crítico (os que muito cobram e nada fazem), ou, simplesmente, omissos. Deve-se lembrar que o principal objetivo da escola é fornecer condições que facilitem o desenvolvimento do processo de aprendizagem cognitiva, social e psicológica de seus alunos, somente. A educação integral, de responsabilidade da família, agrega, além dessas áreas, a condução moral e espiritual da criança. A Escola, portanto, possui limites e deve educar com os pais e não pelos pais. Os pais devem não somente cobrar resultados da Escola mas também participar ativa e democraticamente de sua obtenção. Bem como a escola não deve eximir-se de sua responsabilidade e importante papel na construção da personalidade e do saber do aluno. Ambos, Escola e pais, devem ter bem clara essa divisão de papéis, para que não haja invasões indevidas ou omissões descabidas, pois, nesse “jogo de empurra”, o prejuízo fica sempre para a parte mais fraca: o aluno.
O Centro Espírita: O ideal seria se realizasse um papel preventivo, coadjuvando os pais na evangelização de seus filhos e na sua própria. Isso, porém, não os impede de buscar ajuda nas situações aflitivas. O perigo consiste em tal atitude tornar-se uma relação de dependência, na qual os pais passem a acreditar que a origem e solução dos seus problemas e os de seus filhos encontram-se em fatores exclusivamente espirituais. O espiritismo, em seus ensinamentos, nos adverte que, para que haja desarmonia espiritual, certamente uma causa psicológica ou moral atual a desencadeou, mesmo que tenha suas bases em fatos pretéritos. Devemos procurar, então, buscar no exame criterioso de nossos atos, onde ocorreu a ruptura, onde falhamos ou nos omitimos para, em seguida, procurar auxílio e abrigo certos, seja no culto evangélico ou nos mecanismos ou fenômenos espirituais.
Terapeutas da Mente (psicólogos, psiquiatras etc): Por ausência de informação ou resistência, muitas vezes nos recusamos a buscar esse tipo de ajuda por temer a dor ou o fracasso, esquecendo que ambos fazem parte do processo de crescimento humano. O reconhecimento de nossa falibilidade e o desejo de acertar, muitas vezes, podem nos levar a procurar esse tipo de ajuda, onde o mesmo raciocínio se aplicaria ao auxílio espiritual. Buscar auxílio para o esclarecimento de nossas aflições e suas resoluções é sinal de coragem e compromisso com a vida. O problema está em utilizar um raciocínio oposto ao item anterior, ou seja, em gerar dependência e adiamentos de uma problemática interior que não deve estar alheia aos nossos compromissos espirituais. Em outras palavras: não se deve privilegiar o psicológico em detrimento do espiritual e vice-versa. Ambos são vias que se interligam constantemente, ficando difícil, às vezes, saber onde um começa e o outro termina. Torna-se premente a confluência e constante atenção desses aspectos para que possamos realmente assumir o controle de nossas vidas e da educação de nossos filhos.
Avós, Parentes ou Pais substitutos/adotivos: Trata-se de um assunto delicado por poder provocar falsas interpretações. Quando um ser nasce em determinada família, sob a responsabilidade de determinado pai ou mãe, a primeira idéia que se tem é de que esses estão aptos para fazê-lo. E muitas vezes o estão, ou não. Acontece que, por dificuldades que lhes são próprias, mas não definitivas, cujas origens muitas vezes são de ordem espirituais, alguns pais (ou somente um deles) podem se encontrar momentaneamente despreparados para o desempenho de tal função. Nesses casos, o ideal seria a transferência, momentânea ou definitiva, dessa tarefa para pessoas idôneas e preparadas para tal, pois o que realmente importa é a saúde mental e física da criança.
Em contrapartida, caso o impedimento dos pais seja somente de ordem material ou financeira, uma boa solução seria ajudá-los, por quem de interesse e condições, possibilitando à criança a permanência em sua família de origem. Os desígnios divinos nunca erram. Nunca é à toa que determinado pai ou mãe recebe um filho em seus braços, pois eles sempre têm algo a trocar, nem que seja apenas a permuta de fluidos durante a gravidez. “É pela faixa de necessidades e merecimentos que se projetará seu berço”. Então, ao se “retirar” um filho dos braços de uma mãe ou de um pai, seria interessante ponderar-se, se não estaremos desrespeitando uma relação que deveria ser mantida e auxiliada.
A adoção, quando realizada por amor, destituída de qualquer propósito egoísta, é sublime e necessária somente nos casos de aceitação completa por parte dos pais biológicos, ou no caso de comprovado impedimento por parte desses. Não nos esqueçamos de ouvir principalmente a criança, caso essa possa se expressar. Ela tem o direito de conhecer a verdade e opinar sobre o seu destino. Não é à toa que presenciamos tantos casos de adultos adotados, angustiados ou revoltados, por desconhecerem ou haverem sido separados de suas origens.
Quanto aos avôs, esses devem disponibilizar sua experiência e amor em favor dos filhos e netos, devendo tornar-se “fonte segura para pais inseguros”, devem ser respeitados em sua experiência e valiosa contribuição no fortalecimento dos laços afetivos da família, por representarem o elo entre o passado e o presente. Precisamos estar atentos, porém, pois muitas vezes a maturidade não transforma as mentes, podendo fazê-los repetir ou estender excessos através da superproteção, destituindo ou fazendo oposição à autoridade dos pais e trazendo nocivas influências à educação da criança e ao amadurecimento dos pais.
O amor e a orientação devem partir de fontes seguras e confiáveis, independente de sua origem, mas torna-se fundamental, para o próprio equilíbrio da criança, limitar papéis, nunca devendo subtrair dos pais suas reais responsabilidades e possibilidades de crescimento. Aprende-se a ser pais, sendo pais.
Em resumo, devemos compreender que cabe aos pais a tarefa de ser pais, reservando a terceiros a ajuda, a complementação dos espaços que ficaram vazios ou mal preenchidos. Somente em casos de completa ausência de condições de fazê-lo, deve-se delegar tal responsabilidade, desde que o principal interessado, que é a criança, seja respeitada no seu direito de nascer, crescer e se desenvolver da forma mais sadia, livre e feliz possível.
 


Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras). Guia Útil dos Pais – Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 187 a 191p.
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

ESTUDO DO DIA 30/08/2015 – AJUDA-TE A TI MESMO, QUE O CÉU TE AJUDARÁ

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 30/08/2015:

Tema: AJUDA-TE A TI MESMO, QUE O CÉU TE AJUDARÁ
1. Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á.
Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? - Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? -Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? (S. MATEUS, cap. VII, vv. 7 a 11.)
2. Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.
Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe depura. As necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. E assim que o homem passa da selvageria à civilização.
Mas, bem pouca coisa é, imperceptível mesmo, em grande número deles, o progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como poderia então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da alma? Se as almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade se renovaria incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo, de aprender tudo. Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse hoje mais adiantado do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada nascimento todo o trabalho intelectual teria de recomeçar. Ao contrário, voltando com o progresso que já realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa a mais, a alma passa gradualmente da barbárie à civilização material e desta à civilização moral. (Vede: cap. IV, nº 17.)
3. Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.
4. Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a poupar o homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a ser utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que tomar o que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se atribuírem o mérito do que não fizeram. Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVI, nº 291 e seguintes.)
5. Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá; mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças e as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho.
Tal o sentido das palavras: buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á.  

Fonte de Pesquisa: Kardec, Por Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Disponível em  http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/index.html. Capturado em: 28/ 08/ 2012.
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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

ESTUDO DO DIA 23/08/2015 – RECOMPENSAS E CASTIGOS

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 23/08/2015:

Tema: RECOMPENSAS E CASTIGOS
O perigo de recompensar uma criança não é tão sério como o de castigá-la. Recompensas são coisas supérfluas e negativas. Oferecer um prêmio por fazer algo é o mesmo que declarar que esse algo não vale a pena de ser feito por si mesmo.
A outorga de recompensas tem um mau efeito psicológico sobre a criança, porque faz surgir ciúmes. A antipatia de um menino por seu irmão mais moço data do momento em que a mãe comentou:
- Teu irmãozinho sabe fazer isso melhor do que tu.
Para o menino, aquele comentário é uma recompensa dada ao irmão por ser melhor do que ele.
Tanto a recompensa como o castigo tendem a pressionar a criança para o terreno do interesse. Mas o verdadeiro interesse é a força vital de toda a personalidade, e tal interesse é completamente espontâneo. É possível forçar a atenção porque a atenção é um ato consciente, porém não se pode forçar o interesse. Homem algum pode ser forçado a interessar-se, digamos, em colecionar selos e nós próprios não podemos nos forçar a isso. Tanto a recompensa como o castigo tentam forçar o interesse.
Uma recompensa deveria ser, na maior parte das vezes, subjetiva: a auto-satisfação pelo trabalho realizado.
Se uma criança aprende a ler e a contar, será por ter interesse nesses assuntos, não por causa da bicicleta nova que irá ganhar pela excelência de seu estudo. Devemos estimular o interesse da criança através do diálogo com argumentação racional, demonstrando claramente à criança a importância da leitura e sua necessidade nas mínimas coisas do cotidiano, como ler a bula de um remédio, a receita do médico, as placas de orientação na rua, as compras no supermercado e, principalmente, ajudá-la na descoberta do prazer de aprender.
O medo paternal do futuro é perigoso quando se expressa em sugestões que se aproximam do suborno:
- Quando aprenderes a ler, querido, o papai te comprará um patinete.
Isso é uma fórmula que leva à aceitação de nossa civilização lívida, sempre em busca de proveitos. Os pais devem dar, sem procurar receber nada em troca.
O castigo é por vezes um ato de ódio, criando um círculo vicioso. Pancadas são ódio expandido e cada surra tende a criar mais ódio na criança. Então, como esse ódio crescente é expressado em comportamento ainda pior, mais  surras são aplicadas. E esse segundo-tempo de espancamento acrescenta dividendos de ódio na criança. O resultado é um pequeno odiento de maus modos, casmurro, destruidor, tão calejado no que se refere a castigos que peca para provocar alguma forma de resposta emocional por parte de seus pais. Porque mesmo uma resposta hostil servirá, quando não há a emoção do amor. E assim a criança é espancada – e se arrepende. Mas na manhã seguinte o mesmo ciclo recomeça.
O castigo pode inibir através do medo. Se um pai se satisfaz com um filho cujo espírito foi completamente despedaçado pelo medo, então para tal pai, o castigo vale a pena. A criança castigada realmente se torna cada vez pior. E, o que é mais grave, cresce para ser um pai, ou uma mãe amigos de infligir castigos. E o ciclo do ódio continua através dos anos.
No livro Distúrbios na Infância, Wanderley Pereira cita como exemplo a pedagogia no Evangelho: “Já no Novo Testamento, mais especificamente no Evangelho de Lucas, vamos encontrar uma pedagogia bem diferente nas relações de família e educação dos filhos. Tomemos como modelo a família de Jesus aos 12 anos, na narrativa constante do capítulo 2, versículo 48, quando Maria e José voltam a Jerusalém para procurá-lo e o encontram no Templo, sentado dialogando com os doutores. Vejamos como a Mãe, de uma educação espiritual elevada, repreende o filho, mostrando-lhe no próprio tom de voz que Ele havia negligenciado os seus limites em relação aos cuidados dos pais. “Meu filho, que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição”. Como vemos, Maria, apesar de aflição sofrida com o marido José, não grita com Jesus, mas também não silencia ante a atitude do menino. Repreende-o amorosamente, de uma forma educada, com a intenção de tocar-lhe o íntimo, como a dizer-lhe que não fizesse mais aquilo, porque assim procedendo faria sofrer pai e mãe com a aflição desnecessária.
É essa pedagogia do Evangelho que deve ser transmitida aos pais para que eles a repassem por sua vez aos filhos, ensinando-os a amá-los e não a temê-los, a obedecê-los por amor, por uma compreensão íntima, por uma necessidade agradável, e nunca por ameaças nem por medo.” Prossegue citando várias opiniões de especialistas sobre a aplicação da palmada: “Embora socialmente aceita, é cada vez mais crescente o número de psicólogos que a condenam. “A palmada deseduca” é o título de uma campanha lançada por especialistas do Laboratório de Estudos da Criança do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). O objetivo foi mostrar aos pais que há outras maneiras de educar sem violência. Os psicólogos se miram no exemplo de países como Noruega, Dinamarca, Suécia, Israel, onde a prática da palmada pode ser punida por lei. Mas outros admitem a tapinha eventual. É o caso do psicoterapeuta Ari Rehfeld, de São Paulo, para quem na maioria das vezes a palmada é dispensável, “mas em alguns momentos, quando a criança extrapola todos os limites, é até permitida”. Para ele, entretanto, o ideal é não bater. Quando Rehfeld falou isso a Isto é, edição de 15/11/00, ele era, segundo a revista, supervisor da Clínica Psicológica da PUC paulista. A professora da Escola Nacional de Saúde Pública do Rio de Janeiro, Maria Cecília Minayo concorda com ele. “Uma palmada não é pior do que a violência psicológica, largamente utilizada nas famílias de classe média.”
“A educadora Tânia Zagury sustenta que os pais têm a ilusão de que os castigos físicos produzem resultados imediatos. “Mas não conseguem resultado educacional”, rebate. No seu livro Limites sem Trauma, ela explica de forma didática porque bater não faz sentido: “Porque bater nada tem a ver com ensinar a ter limites; na verdade são atitudes até opostas. Quem bate dá uma verdadeira aula de falta de limites próprios e até de covardia. E enumera mais uma série de razões, além de uma lista de argumentos mostrando o que é que a palmada realmente ensina. Entre outras coisas, “a temer o maior, o mais forte ou o mais poderoso; que o comportamento agressivo é válido; que a agressão física é uma atitude normal e praticável; que a força bruta é mais importante que a razão e o diálogo; que ocultar ou omitir fatos pode dar bons resultados e evitar umas boas palmadas; que de quem se espera amor podem vir pancadas e agressão”. Logo, para seres inteligentes é preciso buscar meios inteligentes de educá-los, com amor, sem perder a autoridade, para ensinar-lhes, desde cedo, a perceber e aceitar limites.
 

Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras). Guia Útil dos Pais – Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 116 a 119p.
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terça-feira, 14 de julho de 2015

ESTUDO DO DIA 19/07/2015 – INFÂNCIA – MELHOR PERÍODO PARA EDUCAR

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 19/07/2015:

Tema: INFÂNCIA – MELHOR PERÍODO PARA EDUCAR
Escrevendo sobre “O porquê da infância”, no livro A Educação Segundo o Espiritismo, Dora Incontri esclarece: “É preciso entender a função própria do período infantil, para se poder avaliá-lo com justeza. Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez? A função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não fosse internado num corpo infantil.
Através desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais integral; pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem universal.
Mas a principal finalidade do Espírito nascer criança outra vez é a de ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semi-inconsciência do Espírito encarnado num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão neutralizadas: ele está mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as influências- se lhe forem dados bons estímulos, sua assimilação poderá ajudá-lo imensamente em seu progresso espiritual. Assim também uma influência negativa, transmitida pela educação, pode complicar muito seu futuro espiritual – mas, nesse caso, a responsabilidade moral recairá mais sobre aqueles que foram encarregados de sua educação e falharam nesta tarefa.
Assim, é preciso ser criança de novo, a cada nova encarnação, para que, aliviados momentaneamente das nossas cargas de memória, possamos ser educados e nos educarmos, e com isso darmos alguns passos adiante no caminho infinito da evolução. Prossegue didática: “na infância o Espírito está na posse do melhor de si mesmo, de sua capacidade de amar, de seu desejo de aprender, de sua sinceridade natural. Enquanto os vícios passados dormem no subconsciente, a alma pode dar expansão à sua divindade interior e por isso uma criança, saudável e natural, é sempre um bálsamo para o adulto, já calejado nas dissimulações sociais, envolvido na luta aspérrima da sobrevivência na Terra...
Outro autor espírita, Joamar Zanolini Nazareth, em sua obra Um Desafio Chamado Família, nos alerta também sobre a importância da educação e da evangelização na infância: “Desvendamos, assim, a principal finalidade da infância para o espírito: a EDUCAÇÃO.
Os filhos nesta fase estão mais dóceis e maleáveis às impressões que recebem dos pais; estão aptos a receberem ensinamentos verbais e práticos e estão mais próximos dos exemplos recebidos no lar, onde atuam como uma “chapa fotográfica” muito sensível, captando tudo o que acontece no ambiente doméstico”. Cita no mesmo livro a resposta da Espiritualidade a Kardec que resume a utilidade da infância: “O espírito, encarnando-se para aperfeiçoar-se, é mais acessível, durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação”. Descreve a seguir alguns aspectos sobre a importância da evangelização da criança: “Têm a escola de evangelização infantil por objetivo instruir a criança com os princípios da Doutrina Espírita, que é a revivescência do evangelho do Cristo. A importância da educação moral pelo ensino doutrinário, que será aquela efetuada através da palavra, do ensino voltado para a instrução moral, já se encontra evidenciada desde Allan Kardec. Assim, estaremos preparando a alma infantil para enfrentar as lutas e desafios das provas que a aguarda na Terra, levando no coração os instrumentos capazes de a auxiliarem na defesa dos princípios mais elevados do sentimento.
Chico Xavier afirma-nos também sobre a impossibilidade de renovação do planeta, sem darmos à criança de hoje o embasamento evangélico: “Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da Humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã”.
Assim, a Escola Espírita de Evangelização fornece a instrução, porém, acima de tudo, recursos objetivos para a formação moral levando as verdades e esclarecimentos que ajudarão seu espírito a melhor aproveitar a existência física.
Agnes Henriques, em seu livro Mediunidade em Crianças, recomenda a participação dos pais na evangelização dos filhos:
“Entretanto, levar uma criança para um Centro Espírita para iniciar a formação religiosa, de nada adianta se a família não assumir a parte de responsabilidade que cabe principalmente a ela nessa questão. O primeiro núcleo de educação é o lar, de onde devem partir os exemplos a serem seguidos por nossas crianças em sua caminhada.
Um pai ou uma mãe que se recusa a atender um telefonema, mandando alguém dizer, geralmente os próprios filhos, que não está, deixa nessa atitude leviana e corriqueira de um pequena mentira, um exemplo que ensejará mais tarde, talvez, grandes dissimulações por parte dos próprios filhos. Os pais que não se preocupam com a sua formação moral e religiosa, e cuja conduta no lar não tem diretrizes ético-morais, estarão deixando exemplos que fatalmente irão corromper a personalidade de seus filhos. O esforço que se faz para desvincular de velhos costumes, a prática sincera no bem, a conduta correta é que são as diretrizes seguras a serem propagadas pelos pais e espelhadas pelos filhos.
Acompanhar os pequenos em todas as ocasiões e cuidar para que, além de provê-los da parte material, os pais possam estar também fornecendo os subsídios necessários ao aprimoramento moral, favorável para que a prática evangélica do “Amai-vos uns aos outros” se estabeleça no lar em toda a sua plenitude.
Conclui com muita propriedade Joamar Nazareth no capítulo “Responsabilidade dos Pais em conduzir seus filhos à evangelização”:
“Há pais que não levam seus filhos à Casa Espírita sob a desculpa de que elas é que deverão decidir, quando crescerem, qual ambiente religioso freqüentar. Isto reflete a atitude de pais espíritas equivocados e ignorantes quanto à necessidade de aproveitar a fase infantil para a sementeira de valores cristãos. Os filhos poderão exercer seu direito de escolha à medida que o  tempo passe e eles cresçam e amadureçam. Inicialmente, compete aos pais, fiéis depositários de seus filhos na Terra, escolher o melhor, decidindo por eles até que tenham condições de fazê-lo”.
Emmanuel alerta-nos contra o pretexto de liberdade da criança escolher: “Os pais espiritualistas devem compreender que qualquer indiferença neste particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo e à ausência de amor à verdade”.
 


Fonte de Pesquisa: Carneiro, Tânia Maria Farias e Barreto, Eryka Florenice Pinheiro (organizadoras). Guia Útil dos Pais – Uma Abordagem Educacional Espírita – 2ª Edição – Fortaleza – CE: Edições GEPE – Grupo Espírita Paulo e Estevão, 2004. (Área de Ensino). 89 a 92p.

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quarta-feira, 8 de julho de 2015

ESTUDO DO DIA 12/07/2015 – ATITUDE NO LAR

Texto que estudaremos no próximo domingo dia 12/07/2015:

Tema: ATITUDE NO LAR
Certa vez uma criança de sete anos perguntou à sua mãe, que era famosa apresentadora de programa de TV:
- Mãe, por que na tela da televisão você sempre aparece sorrindo e feliz e em casa está sempre séria e nervosa?
A mãe, pega de surpresa, respondeu:
- É porque na televisão eu sou paga para sorrir.
E a filha, mais que depressa, tornou a perguntar:
- Mãe, quanto você quer ganhar para sorrir também em nossa casa? 
A pergunta da garotinha nos oferece motivos de reflexão.
Por que não sorrir no melhor lugar do mundo, que é o nosso lar? Por que não dar para os nossos tesouros mais preciosos, o melhor?
Você já parou para observar um irrigador de grama em funcionamento?
Girando, ele irriga toda a grama à sua volta. Mas quando chegamos mais perto, observamos que a grama que está próxima do irrigador, está seca.
O irrigador molha a grama que está distante de si, mas não consegue molhar a grama que está mais próxima.
Será que em nossa família estamos agindo à semelhança do irrigador de grama?
Se estamos, é hora de mudar com urgência. Verifiquemos que quando um amigo vem à nossa casa, colocamos um sorriso no rosto.
Procuramos ser prestativos, companheiros, perguntamos como ele está, o que tem feito. Somos extremamente simpáticos. Nosso rosto é a própria expressão da alegria e da camaradagem. Batemos carinhosamente em suas costas. Olhamos com respeito e amizade nos seus olhos. Sorrimos e sorrimos muito.
Toda nossa atenção, durante o tempo em que ele está conosco, é para ele. Deixamos as nossas atividades habituais, largamos o jornal, deixamos de assistir o programa de TV que tanto gostamos.
Termina a conversa, o amigo precisa ir embora e despedimo-nos. Acompanhamo-lo até a porta, ficamos acenando até ele desaparecer na rua.
Agora, voltamos para o interior da nossa casa e para nossa família.
Como que num passe de mágica, nosso rosto se fecha, ficamos carrancudos.
Vamos ler nosso jornal em silêncio, e que ninguém nos perturbe. Passamos a ser outra pessoa. Junto ao amigo somos pessoas simpáticas e sorridentes. Junto à nossa família somos antipáticos e exigentes. Por que?
Será que os nossos amores não merecem a nossa atenção e o nosso carinho? 
Pense nisso! 
Se você se deu conta que está agindo mais ou menos como um irrigador de grama, reverta logo a situação.
Ainda hoje, enquanto você está com seus filhos, sua esposa, seus pais, seja alegre.
Converse. Interesse-se pela vida deles. O que eles fazem enquanto você está na escola, no trabalho, na rua?
Eles estão com algum problema? Gostariam de contar?
Sorria. Conte histórias de bom conteúdo. Relate fatos de sua experiência. E sorria.
Sobretudo, abrace com carinho, beije com amor.
Agindo assim, nossa casa se transformará em um lar.
E ainda hoje seremos mais felizes.

Fonte:
-Texto extraído do site Momento Espírita, com base na Revista Espírita Allan Kardec ano XII nº 44, pág. 11, O próximo mais próximo, de Alkindar de Oliveira.

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